Subjugação e Licantropia
LICANTROPIA
O nome científico Licantropia tem origem do vocábulo grego Lykos (lobo) e anthropos (homem). Alienação mental em que o doente se julga transformado em lobo e a pessoa que sofre esse processo é chamada de Licantropo(lobisomem).
Para a ciência ainda não é possível o reconhecimento dessa metamorfose, fisicamente falando, mas para o espiritismo essa mudança ocorre no perispírito da vítima encarnada ou desencarnada. A licantropia pode ser agressiva ou deformante. No primeiro caso, a licantropia se expressa através da violência, da alucinação e pode chegar ao crime. Já o segundo é um caso extremo onde a pessoa imita os costumes, atitudes e posições animalescas.
Lembras-te de Nabucodonosor,(Daniel cap. 4)o rei poderoso, a que se refere a Bíblia? Conta-nos o Livro Sagrado que ele viveu, sentindo-se animal, durante sete anos, após vangloriar-se de seu poder e menosprezar a interpretação e orientação do profeta Daniel, sobre um sonho que tivésseis. Após esse período voltou a glorificar e exaltar o soberano poder do Rei dos Céus Deus, que tem o poder de humilhar aqueles que procedem com orgulho.
SALMO 58: 7- Eles voltam todas as noites, latindo como cães, e percorrem a cidade toda.
O mito do Homem-Lobo ou lobisomem se registra desde a Idade Média, a licantropia era atribuida a bruxaria ou magia, onde se cometia grande quantidade de crimes sádicos e sexuais que sempre terminavam por ser atribuídos a seres sobrenaturais, devido à superstição e ao medo da gente. Até os dias de hoje há relatos semelhantes principalmente em cidades pequenas da zona rural.
Na psiquiatria, a licantropia aparece como uma enfermidade mental, onde o doente se imagina estar transformado em lobo e, inclusive, imitando seus grunhidos. Em alguns casos graves esses pacientes se negam a comer outro alimento que não seja carne crua e sanguinolenta. Pode ser diagnosticada como uma psicopatia, interpretada como uma tentativa de exprimir emoções suprimidas, especialmente de ordem agressiva ou sexual, através da figura do animal.
No livro Estudando a Mediunidade de Martins Peralva “quando espíritos, pervertidos no crime, atuam sobre antigos comparsas, encarnados ou desencarnados, fazendo-os assumir atitudes idênticas às de certos animais dá-se o nome de Zoantropia”… Doença mental, em que o enfermo se crê transformado em animal e age como tal.
Espiritualmente zoantropia é o fenômeno em que os espíritos desencarnados devotados ao mal se tornam a aparência perispiritual animalescas, como de serpentes, corujas, aranhas, crocodilos, touros, etc formas demonstrativas de sua degradação tanto moral, quanto espiritual.
Essas formas são as mais diversas, chegando à forma “diabólica” em que muitos se apresentam, com a “cara” de homem, chifres, rabo e pés de bode, ou seja, um ser misto de homem e animal.
Como sempre, no fundo das lendas e da imaginação popular, há sempre uma verdade a ser buscada. Não acreditar em tudo e nem negar tudo. Não existe o sobrenatural, porque tudo que ocorre na natureza é natural, obedecendo a leis emanadas do Criador. O desconhecimento dessas leis é que leva descrença ou à superstição. É por isso que o homem coloca “adereços” na verdade de forma a deturpá-la, criando filmes, livros, telenovelas… Nos esclarece André Luiz…
(Obreiros da Vida Eterna,)… A tragédia bíblica da queda dos anjos luminosos, em abismos de trevas, repete-se todos os dias, sem que o percebamos em sentido direto. Quantos gênios da Filosofia e da Ciência dedicados à opressão e à tirania! Quantas almas de profundo valor intelectual se precipitam no despenhadeiro de forças cegas e fatais! Lançados ao precipício pelo desvio voluntário, esses infelizes raramente se penitenciam e tentam recuo benéfico… Na maioria das vezes, dentro da terrível insatisfação do egoísmo e da vaidade, insurgem-se contra o próprio Criador, aviltando-se na guerra prolongada às suas divinas obras. Agrupam-se em sombrias e devastadoras legiões, operando movimentos perturbadores que desafiam a mais astuta imaginação humana e confirmam as velhas descrições mitológicas do inferno.
… A esse tempo, tornara-se enorme o vozerio. Pus-me, assombrado, a identificar rugidos estridentes de leões e panteras, casados a uivos de cães, silvos de serpentes e guinchos de macacos…(Pág. 60,61)
… Tornando à palavra livre, considerei:
— Que impressionantes rugidos ouvimos! não se figuravam lamentos de corações sofredores, mas algazarra de feras soltas. Terrível novidade!…
— Esses bandos, porém — observou a diretora, sensatamente —, são antigos. Entre as narrações evangélicas, ao tempo da passagem de Nosso Senhor pelas estradas humanas, lemos o noticiário alusivo às legiões dos gênios diabólicos….
— Enraízam-se os pobrezinhos tão intensamente nas idéias e propósitos do mal e criam tantas máscaras animalescas para si mesmos, em virtude da revolta e da desesperação a lhes consumirem a alma, que adquirem, de fato, a semelhança de horrendos monstros, entre a humanidade e a irracionalidade.(Pág.62)
Barcelos orienta, na pág. 31: Agarram-se instintivamente à organização magnética dos companheiros encarnados ainda na Crosta, viciando-lhes os centros de força…
… Pág. 80 Assistente Jerônimo: -Por isso mesmo, quando na Crosta da Terra, nunca tivemos descrições de infernos floridos ou de purgatórios sob árvores acolhedoras. Nesse ponto, os escritores teológicos foram exatos e coerentes. Aos culpados e renitentes confessos não convém a fuga mental. Em favor deles próprios, é mais razoável sejam mantidos em regiões desprovidas de encanto, a fim de permanecerem a sós com as criações mentais inferiores a que se ligaram intensivamente.
… É uma dessas pobres almas que terá_deixado_ o_círculo_ carnal sob o império de terrível obsessão, tão terrível que não terá podido recolher o amparo espiritual das caridosas legiões que operam nos túmulos. Indubitavelmente, largou o corpo denso sob absoluta subjugação mental, caindo em problemas angustiantes.
… Nosso desventurado amigo encontra-se sob terrível hipnose. Inegavelmente, foi conduzido a essa posição por adversários temíveis, que, decerto, para torturá-lo, fixaram-lhe_ a_mente em alguma penosa recordação…
Nos Dominios da Mediunidade – Cap. 23 – Fascinação.(Ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium-encarnado).
Levantara-se a dama, de esquisita maneira, e, rodopiando sobre os calcanhares, qual se um motor lhe acionasse os nervos, caiu em convulsões, inspirando piedade.
Jazia sob o império de impassíveis entidades da sombra, sofrendo, contudo, mais fortemente, a atuação de uma delas que, ao enlaçá-la, parecia interessada em aniquilar-lhe a existência.
A infortunada senhora, quase que uivando, à semelhança de loba ferida, gritava a debater-se no piso da sala, sob o olhar consternado de Raul que exorava a Bondade Divina em silêncio.
Coleando pelo chão, adquiria animalesco aspecto, não obstante sob a guarda generosa de sentinelas da casa.
Áulus e o irmão Clementino, usando avançados recursos magnéticos, interferiram no deplorável duelo, constrangendo o obsessor a desvencilhar-se, de certo modo, da enferma que continuou, ainda assim, dominada por ele, a estreita distância.
Após reerguer a doente, auxiliando-a a sentar-se, rente ao marido, nosso instrutor deu-se pressa em explicar-nos:
– … Nossa irmã permanece controlada por terrível hipnotizador desencarnado, assistido por vários companheiros que se deixaram vencer pelas teias da vingança. No ímpeto de ódio com que se lança sobre a infeliz, propõe-se humilhá-la, utilizando-se da sugestão. Não fosse o concurso fraternal que veio recolher neste santuário de prece, em transes como este seria vítima integral da licantropia deformante. Muitos Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos do passado. A semelhantes vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental nos manicômios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos.
Ao passo que a doente gemia de estranho modo, amparada pelo esposo e por Raul, que se esmerava no auxilio, Hilário, espantado, indagou:
– Tão doloroso fenômeno é comum?
– Muito generalizado nos processos expiatórios em que os Espíritos acumpliciados na delinqüência descambam para a esfera vibratória dos brutos – esclareceu nosso orientador, coadjuvando em beneficio da enferma, cujo cérebro prosseguia governado pelo insensível perseguidor como brinquedo em mãos de criança…
OUTRO EX: Diálogo com as Sombras:…Tivemos, certa ocasião, um doloroso caso de licantropia. Ao apresentar-se, incorporado no médium, o Espírito não consegue articular nenhuma palavra. Inteiramente animalizado, sabe apenas rosnar, esforçando-se por me morder. Embora o médium se mantenha sentado, ele investe contra mim, procurando atingir-me com as mãos, dobradas, como se fossem patas; de vez em quando, ameaça outro componente do grupo. Lembro-me de vagas cenas de atividades em desdobramento noturno, quando resgatamos, de sinistra região das trevas, um ser vivo que, em estado de vigília, não consegui caracterizar.
Como ele não tinha condições de falar, falei eu, tentando convencê-lo de que era um ser humano, e não um animal. A conversa foi longa e difícil… Falei-lhe, pois, continuamente, por longo tempo, procurando desimantá-lo, para libertá-lo do seu terrível condicionamento. Repetia-lhe que e
Insistimos nos passes, e, ao cabo de muito tempo, ele pareceu ter readquirido a forma humana …
Operações seletiva (Cap. 5 Libertação)
… penetramos o recinto de largas dimensões, no qual se congregavam algumas dezenas de entidades em deploráveis condições…
Reparei que a multidão se constituía, em sua quase totalidade, de almas doentes. Muitos padeciam desequilíbrios mentais visíveis.
Observei-lhes, impressionado, o aspecto enfermiço.
O perispírito de todos os que aí se enclausuravam, pacientes e expectadores, mostrava a mesma opacidade do corpo físico…
O medo controlava os mais desesperados, porque o silêncio caía, abafante, embora a inquietação que transparecia de todos os rostos.
Alguns servidores da casa, em trajes característicos, separavam, por grupos vários, as pessoas desencarnadas que entrariam, naquele momento, em seleção para julgamento oportuno.
Discretamente, o Instrutor elucidou-nos:
— Presenciamos uma cerimônia semanal dos juizes implacáveis que vivem sediados aqui. A operação seletiva realiza-se com base nas irradiações de cada um. Os guardas que vemos em trabalho de escolha, compondo grupos diversos, são técnicos especializados na identificação de males numerosos, através das cores que caracterizam o halo dos Espíritos Ignorantes, perversos e desequilibrados…
Atento à explicação ouvida, indaguei, curioso:
— Todas estas entidades vieram constrangidas, conforme sucedeu conosco? Há espíritos satânicos, recordando as oleografias religiosas da Crosta, disputando as almas no leito de morte?
O orientador obtemperou, muito calmo:
— Sim. André, cada mente vive na companhia que elege. Semelhante princípio prevalece para quem respira no corpo denso ou fora dele. É imperioso reconhecer, porém, que a maioria das almas asiladas neste sítio vieram ter aqui, obedecendo a forças de atração. Incapazes de perceber a presença dos benfeitores espirituais que militam entre os homens encarnados, em tarefas de renunciação e benevolência, em vista do baixo teor vibratório em que se precipitaram, através de delitos reiterados, da ociosidade inipenitente ou da deliberada cristalização no erro, não encontraram senão o manto de sombras em que se envolveram e, desvairadas, sozinhas, procuraram as criaturas desencarnadas que com elas se afinam, …
Aportando aqui, sofrem, porém, a vigilância de inteligências poderosas e endurecidas que Imperam ditatorialmente nestas regiões, onde os frutos amargos da maldade e da indiferença enchem o celeiro dos corações desprevenidos e maliciosos.
— Oh! … — por que motivo confere o Senhor atribuições de julgadores a Espíritos despóticos? Por que estará a justiça, nesta cidade estranha, em mãos de príncipes diabólicos?
Gúbio estampou na fisionomia significativa expressão e ajuntou:
— Quem se atreveria a nomear um anjo de amor para exercer o papel de carrasco? Ao demais, como acontece na Crosta Planetária, cada posição, além da morte, é ocupada por aquele que a deseja e procura.
… Palavrões eram desferidos, desrespeitosamente, a esmo.
… Alguns minutos decorreram, desagradáveis e pesados, quando absorvente vozento se fêz ouvido:
— Os magistrados! os magistrados! Lugar! lugar para os sacerdotes da justiça!
…Que solenidade religiosa era aquela? As poltronas suspensas eram, em tudo, idênticas à… das cerimônias papalinas.
… julgadores, por sua vez, desceram, pomposos, dos tronos içados e tomaram assento… inspirando silêncio e temor, porque a turba inconsciente, em redor, calou-se de súbito.
Tambores variados rufaram, como se estivéssemos numa parada militar em grande estilo, e uma composição musical semi-selvagem acompanhou-lhes o ritmo, torturando-nos a sensibilidade.
Terminado aquele ruído, um dos julgadores se levantou e dirigiu-se à massa,…:
— “Nem lágrimas, nem lamentos.
Nem sentença condenatória, nem absolvição gratuita.
Esta casa não pune, nem recompensa.
A morte é caminho para a justiça…
Não somos distribuidores de sofrimento, e, sim, mordomos do Governo do Mundo.
Nossa função é a de selecionar delinqüentes, a fim de que as penas lavradas pela vontade de cada um sejam devidamente aplicadas em lugar e tempo justos.
… Quem centralizou os sentidos no abuso de faculdades sagradas espere, doravante, necessidades enlouquecedoras, porque as paixões envilecentes, mantidas pela alma no corpo físico, explodem aqui, dolorosas e arrasadoras. A represa por longo tempo guarda micróbios e monstros, segregados a distância do curso tranquilo das águas; todavia, chega um momento em que a tempestade ou a decadência surpreendem a obra vigorosa de alvenaria e as formas repelentes, libertadas, se espalhem e crescem em toda a extensão da corrente.
Seguidores do vício e do crime, tremei!
Condenados por vós mesmos, conservais a mente prisioneira das mais baixas forças da vida,…
Nesse ponto, o orador fêz pausa e reparei os circunstantes.
… enderecei com o olhar silenciosa interrogação ao nosso orientador, que me falou quase em segredo:
— O julgador conhece à saciedade as leis magnéticas, nas esferas inferiores, e procura hipnotizar as vítimas em sentido destrutivo, não obstante usar, como vemos, a verdade contundente.
— Não vale acusar a edilidade(magistrado romano/vereador) desta colônia — prosseguiu a voz trovejante —, porque ninguém escapará aos resultados das próprias obras,…
Amaldiçoados sejam pelo Governo do Mundo quem nos desrespeite as deliberações, baseadas, aliás, nos arquivos mentais de cada um.
…Gritos atormentados, rogativas de compaixão se fizeram ouvir. Muitos se prosternaram de joelhos.
…E incidindo toda a força magnética que lhe era peculiar, através das mãos, sobre uma pobre mulher que o fixava, estarrecida, ordenou-lhe com voz soturna:
— Venha! venha!
Com expressão de sonâmbula, a infeliz obedeceu à ordem, destacando-se da multidão e colocando-se, em baixo, sob os raios positivos da atenção dele.
— Confesse! confesse! — determinou o desapiedado julgador, conhecendo a organização frágil e passiva a que se dirigia.
A desventurada senhora bateu no peito, dando-nos a impressão de que rezava o “confiteor*” e gritou, lacrimosa: *(é uma das orações que podem ser ditas durante o rito penitencial no início da Missa do rito romano na Igreja Católica .
— Perdoai-me! perdoai-me, ó Deus meu!
E como se estivesse sob a ação de droga misteriosa que a obrigasse a desnudar o íntimo, diante de nós, falou, em voz alta e pausada:/ Hipnose
— Matei quatro filhinhos inocentes e tenros… e combinei o assassínio de meu intolerável esposo… O crime, porém, é um monstro vivo. Perseguiu-me, enquanto me demorei no corpo…
Tentei fugir-lhe através de todos os recursos, em vão… e por mais buscasse afogar o infortúnio em “bebidas de prazer”, mais me chafurdei no charco de mim mesma…
De repente, parecendo sofrer a interferência de lembranças menos dignas, clamou:
— Quero vinho! vinho! prazer!…
Em vigorosa demonstração de poder, afirmou, triunfante, o magistrado:
— Como libertar semelhante fera humana ao preço de rogativas e lágrimas?
Em seguida, fixando sobre ela as irradiações que lhe emanavam do temível olhar, asseverou, peremptório:
— A sentença foi lavrada por si mesma! não passa de uma loba, de uma loba…
A medida que repetia a afirmação, qual se procurasse persuadi-la a sentir-se na condição do irracional mencionado, notei que a mulher, profundamente influenciável, modificava a expressão fisionômica. Entortou-se-lhe a boca, a cerviz curvou-se, espontânea, para a frente, os olhos alteraram-se, dentro das órbitas. Simiesca expressão revestiu-lhe o rosto.
Via-se, patente, naquela exibição de poder, o efeito do hipnotismo sobre o corpo perispirítico.
Em voz baixa, procurei recolher o ensinamento de Gúbio, que me esclareceu…:
— O remorso é uma bênção, sem dúvida, por levar-nos à corrigenda, mas também é uma brecha, através da qual o credor se insinua, cobrando pagamento. …
E… acrescentou:
— Temos aqui a gênese dos fenômenos de licantropia, inextricáveis, ainda, para a investigação dos médicos encarnados… Notando, porém, que a mulher infeliz prosseguia guardando estranhos caracteres no semblante perguntei:
— Esta irmã infortunada permanecerá doravante em tal aviltamento da forma?
… Ela não passaria por esta humilhação se não a merecesse. Além disso, se se adaptou às energias positivas do juiz cruel, em cujas mãos veio a cair, pode também esforçar-se intimamente, renovar a vida mental para o bem supremo e afeiçoar-se à influenciação de benfeitores que nunca escasseiam na senda redentora. Tudo, André, em casos como este, se resume a problema de sintonia. Onde colocamos o pensamento, aí se nos desenvolverá a própria vida…
QUEREMOS SER JULGADOS PELO BEM OU PELO MAU?
Diálogo com as Sombras:Como pode uma criatura humana ser reduzida a uma condição como essa? É evidente que ainda não dispomos de conhecimentos suficientes para apreender o fenômeno em todas as suas implicações e pormenores, mas a Doutrina Espírita nos oferece alguns dados que nos permitem entrever a estrutura básica do processo. A gênese desse processo é, obviamente, a culpa. Pelos pensamentos e condutas voltamos ao instinto como os animais irracionais.
MISSIONÁRIOS DA LUZ – cap.9… Ó meus amigos, a persistência na condição de animalidade vos perturba! Sois a coroa espiritual da face da Terra, pela razão com que fostes galardoados (recompensados) pelo Senhor do Universo. O facho esplendoroso do raciocínio clareia o santuário de vossas consciências, o sublime vos convida ao “mais além”, irmãos mais velhos vos convocam ao convívio do Pai; no entanto, buscais demorar voluntariamente na fauna da irracionalidade primitiva. No campo vibratório da mente humana, sente-se ainda o veneno das víboras ingratas, o instinto dos lobos famulentos, as ciladas das raposas, o impulso saguinário dos tigres vorazes, a vaidade e o orgulho dos leões… São qualidades que o Espírito conserva em si… Ora, a morte física surpreende as criaturas na atitude que cultivaram. Modificam-se os planos de vibração, mas a essência espiritual é a mesma.
COMENTAR SOBRE CINANTROPIA – REVISTA ESPIRITISMO E CIÊNCIA
TRATAMENTO
MT 7:6”Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas…?
Cães: forma desprezível utilizada pelos judeus aos pagãos, ou às pessoas de Cananéia, conhecidas como sem fé.
Prov. 26:11- “Um cão que volta ao seu vômito: tal é o louco que reitera suas loucuras.
Filip. 3:2- Cuidado com esses cães! Cuidado com esses charlatões!
6:4- Porque aqueles que foram uma vez iluminados, saborearam o dom celestial, participaram dos dons do Espírito Santo, experimentaram a doçura da palavra de Deus e as maravilhas do mundo vindouro caíram na apostasia, é impossível que se renovem outra vez para sua penitência, visto que, da sua parte, crucificaram de novo o Filho de Deus…
Hebr. 10:26- castigo da apostasia (Ter conhecimento e se perder no mau)…
MT 7:15 “Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores.”
Salmos 21: 13 e 17… Cercam –me touros numerosos, rodeiam-me os touros de Basã..
Sim, rodeia-me uma malta de cães, cerca-me um bando de malfeitores.
L.E. 475- Pode uma pessoa, por si mesma, pode afastar os maus Espíritos e se libertar do domínio?Sempre se pode sacudir um jugo, quando se tem uma vontade firme.
Reencarnação: Deus não imputa pena eterna a nenhum de seus filhos. Podem sofrer, enquanto não despertarem para o Bem e se propuserem a trilhar o reto caminho. Um dia mais cedo ou mais tarde Ele, O Criador, na Sua Misericórdia e Amor, concederá à criatura sofredora retorno à carne para continuar o seu aprendizado e aperfeiçoamento.
Diálogo c/Sombras: Chegado, porém, o momento do resgate, não há defesa que consiga resistir à vontade soberana de Deus, e os trabalhadores humildes da seara do Cristo conseguem trazê-los, nos braços amorosos, para a expectativa da libertação… É novamente a hora de inúmeros especialistas: médicos da alma, cirurgiões do perispíríto, profundos conhecedores da biologia transcendental e das complexidades da mente. Comparecem planejadores, doutrinadores, médiuns, magnetizadores, para reconstruir, com amor, o que foi destruído com ódio, pelos planejadores, doutrinadores, médiuns e magnetizadores das trevas
Com isso concluímos que a melhor forma de auxiliarmos nossos irmãos nesta condição é o trabalho da desobsessão, estudo sério do Evangelho de Jesus, para adquirirmos conhecimento com a fé e as condições morais necessárias ao trabalho. “ O maior serviço prestado a Deus, ainda é nossa conversão ao Bem”.
Irmã Zenóbia (Obreiros): Chegará, porém o dia da transformação dos gênios perversos, desencarnados, em Espíritos lucificados pelo bem divino. Todo mal, ainda que perdure milênios, é transitório. Achamos-nos apenas em luta pela vitória imortal de Deus…
…Nos “auto-hipnotizemos” todos os dias com ideias otimistas fortalecidas por tudo aquilo que já aprendemos em Doutrina Espírita e, por certo, desse modo estaremos sempre com as mãos no serviço do bem, não tendo tempo para acomodar em nós as “sugestões do mal”.
Apoc. 22:12-15: … Ei que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme suas obras… Fora os cães, os envenenadores, os impudicos(obscenos/sem pudor), os homicidas, os idólatras e todos aqueles que amam e praticam a mentira! Eu, Jesus enviei o meu anjo para vos atestar estas coisas…
Apoc. 19:9- …”Felizes os convidados para a ceia das núpcias do Cordeiro.”
LENDA CHEROKEE DOS DOIS LOBOS – Nativos Americanos (tribos de Carolina do Norte e Tennessee)”
Os anciões Cherokee estavam preocupados com um dos garotos da tribo que, por se sentir injustiçado, tornou-se agressivo. O avô do menino o traz para perto de si e diz:
– Eu entendo sua raiva. Há uma batalha terrível entre dois lobos dentro de cada um de nós. Esses dois lobos tentam dominar o espírito de todos nós.
Um é Mau. Seus dentes são fortes como a raiva, inveja, ciúme, tristeza, cobiça, arrogância, tem pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, orgulho, superioridade e ego.
O outro é Bom. Seu olhar é forte como alegria, esperança, serenidade, paz, humildade, empatia, bondade, generosidade, verdade, perdão, compaixão, harmonia e fé.
O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô:
– Qual lobo vence?
O velho índio respondeu:
– Aquele que você alimenta!
Fontes de Pesquisa:
A Gênese – Allan Kardec
Bíblia Sagrada
Desobsessão – André Luiz
Diálogo com as Sombras- Hermínio C. Miranda
Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
Espiritismo de A a Z – FEB
Evolução em Dois Mundos – André Luiz
Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Libertação – André Luiz
Missionários da Luz – André Luiz
Nos Domínios da Mediunidade – André Luiz
Obreiros da Vida Eterna – André Luiz
Revista: Universo Espírita, nº 33 ano 3
Revista: Espiritismo e Ciência, nº 21 ano 2
http://amigoespirita.ning.com/group/desobsessao/forum/topics/licantropia
http://www.feal.com.br/Licantropia
http://www.rcespiritismo.com.br/conteudo_site/pdf_anteriores/Rce35/RCE_zoantropia.pdf
http://www.espiritismo.org/perisp.htm
http://www.espirito.org.br/portal/palestras/irc-espiritismo/palestras-virtuais/pv150900.html
www.wikipedia.org
http://www.firstpeople.us
Manoel Philomeno de Miranda (espírito) Leitura Complementar
Etapa grave no curso das obsessões, caracterizada pela perda do discernimento e da emoção, o estágio da subjugação representa o clímax do processo ultriz que o adversário desencarnado impõe à sua vítima, em torpe tentativa de aniquilar-lhe a existência física.
A perfeita afinidade moral entre aqueles que experimentam a pugna infeliz, traduz o primarismo evolutivo em que desenvolvem os sentimentos, razão pela qual acoplam-se, perispírito a perispírito, impondo o algoz a vontade dominadora sobre quem lhe padece a ferocidade, por cujo doloroso meio lapida as arestas remanescentes dos crimes perpetrados anteriormente.
A subjugação é o predomínio da vontade do desencarnado sobre aquele que se lhe torna vítima, exaurindo-lhe as energias e destrambelhando-lhe os equipamentos da aparelhagem mental.
Noutras vezes, a irradiação mental perniciosa que lhe é descarregada com pertinácia, alcança-lhe a sede dos movimentos ou o núcleo perispiritual das células, provocando desconsertos que se transformam em paralisias, paresias e distúrbios degenerativos outros de variada etiopatogenia.
O perseguidor enceguecido pelo ódio ou vitimado pelas paixões inferiores longamente acalentadas, irradia forças morbíficas que o psiquismo daquele que lhe infligiu a amargura assimila por identidade vibratória e se torna decodificada no organismo, produzindo os objetivos anelados pelo obsessor.
Em ordem inversa, a onda de amor e de prece, de envolvimento caridoso e fraternal, termina por encontrar receptividade tão logo o paciente se deixe sensibilizar, transformando-a em harmonia e saúde, bem estar e paz.
Todos os fenômenos ocorrem no campo das equivalentes sintonias, sem as quais são irrealizáveis.
Desse modo, a violência registrada nas agressões para a subjugação, somente encontra ressonância por causa da afinidade entre aqueles que se encontram incursos no embate.
Normalmente o processo é lento e persuasivo, provocando danos que se prolongam no tempo, enquanto são minadas as forças defensivas para o tombo irrefragável nas malhas da pertinaz enfermidade espiritual.
O processo cruel da obsessão de qualquer matiz tem suas raízes sempre na conduta moral infeliz das criaturas pelo cultivar da sua inferioridade em contraposição aos apelos elevados da vida, que ruma para a Suprema Vida.
Enquanto permaneçam os Espíritos afeiçoados às heranças do estágio primitivo, mantendo o egotismo exacerbado, graças ao qual humilha e persegue, trai e escraviza, explora e infunde pavor ao seu irmão, permanecerá aberto o campo psíquico para as vinculações obsessivas.
Somente uma radical transformação de conceito ético entre os homens terrestres é que os mesmos disporão de recursos seguros para se prevenirem obsessões.
No entanto, porque vicejem os propósitos inferiores em predomínio em a natureza humana, sucedem-se as complexas parasitoses obsessivas.
Agravada pela alucinação do perseguidor, a subjugação encarcera na mesma jaula aquele que a fomenta.
Emaranhando-se nos fulcros perispirituais do encarnado, termina por fixar-se-lhe emocionalmente, permanecendo presa da armadilha que urdiu.
A subjugação é perversa maquinação do ódio, da necessidade de desforço a que se escravizam os Espíritos dementados pela falta de paz.
Cultivando os sentimentos primários e encerrando a mente nos objetivos da vingança cerram-se na sombra da ignorância, perdendo o contato com a razão e a Divindade, enquanto não se permitem a felicidade que acusam de havê-los abandonado.
Ambos desditosos – o subjugado e o subjugador – engalfinhando-se na peleja sem quartel, não se dão conta que somente o amor consegue interrompê-la.
De tratamento muito delicado e complexo, o resultado ditoso depende da renovação espiritual do paciente, na razão em que desperte para a seriedade da conjuntura aflitiva em que se encontra. Simultaneamente, a solidariedade fraternal, envolvendo ambos enfermos em orações e compaixão, esclarecimentos e estímulos para o futuro saudável, conseguem romper o círculo vigoroso de energias destrutivas, abrindo espaço para a ação benéfica, o intercâmbio de esperança e de libertação.
A subjugação desaparecerá da Terra quando o verdadeiro sentimento da palavra amor for vivido e espraiado em todas as direções, conforme Jesus apresentou e vivenciou até o momento da morte, e prosseguindo desde a ressurreição gloriosa até aos nossos dias.
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 28/07/99, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador-BA)
(Jornal Mundo Espírita de Fevereiro de 2000)