Virando a mesa da medicina
O materialismo cobre os olhos dos médicos, impedindo a observação da verdadeira causa das doenças. Da mesma forma com que se disseca corpos, será pelo estudo da alma que a cura será conquistada. Décadas antes do Espiritismo, dois médicos dedicaram suas vidas para o surgimento de uma nova Medicina fundamentada no estudo da alma, rompendo ad amarras do materialismo. Mesmer e Hahnemann recebiam o apoio e a defesa dos espíritos da Codificação. Magnetismo, Homeopatia e Espiritismo são ciências irmãs, unidas para trazer ao mundo a verdadeira e definitiva saúde integral. Quando o médico e filósofo alemão Franz Anton Mesmer (1784-1815), a partir de suas meticulosas pesquisas experimentais, registrando por duas décadas a cura das doenças, elaborou sua teoria de uma nova medicina. Ele considerou a possibilidade de a energia vital servir como meio de comunicação da vontade do médico, exercendo uma ação dinâmica sobre a causa patológica de seu paciente. Essa influência terapêutica se processa por um tratamento metódico e progressivo, até que se dê por completa a cura. Estava criada a ciência do Magnetismo Animal. A comunidade científica nega Num passo seguinte, procurou apresentar suas descobertas à comunidade científica para que fosse pesquisada, debatida, tivesse suas pesquisas repetidas por inúmeros médicos. Por fim, imaginou Mesmer, a medicina abraçaria as evidências da energia vital como lei natural, levando os benefícios do Magnetismo Animal para toda a humanidade. Todavia, apesar de todo respeito de Mesmer à metodologia científica, os cientistas receberam o Magnetismo Animal com deslumbramento, desconfiança, depois negação. Por fim acusaram-lhe de charlatão e o Magnetismo Animal de uma falsa ciência. Em suas Memórias, Mesmer contou alguns detalhes de sua luta. Acusaram-no de ter recusado uma comissão da Sociedade Real de Medicina. No entanto, explicou Mesmer, qual foi o procedimento dessa comissão? O médico deveria entregar um frasco ou amostra de seu medicamento, que seria lacrada e confiada aos comissários. Depois, uma analise química e a observação do tratamento pelos médicos resultaria num relatório para a concessão de um brevet, correspondente à atual patente. O que Mesmer poderia colocar no frasco? Ele mesmo explicou a contradição, em Mesmer – A ciência negada e os textos escondidos: “ eu não possuo nem pó em licor para depositar, também não tenho nem brevet nem privilege a solicitar. Certamente não desejo fazer nenhum comércio de drogas. Eis como e por que eu recusei uma comissão”. Ou seja, a Sociedade Real de Medicina não estava preparada párea receber uma teoria revolucionária, destinada a criar um novo paradigma científico. Mesmer concluiu: “Tenho em mãos uma verdade essencial para o bem da humanidade. Mas não é suficiente que eu deseje ser benfeitor dos homens: é ainda necessário que eles aceitem o benefício”. A luz do Espiritismo Depois de Mesmer, o segundo benfeitor dedicado a criar uma nova medicina foi Samuel Hahnemann(1755-1843), criador da homeopatia. Além dos remédios homeopáticos, ele tratava seus pacientes com passes magnéticos mesméricos. Magnetismo Animal e Homeopatia compartilham a mesma fundamentação teórica. O tratamento homeopático se vale da energia vital de minerais, vegetais e animais, o Magnetismo da energia vital humana. O Espiritismo foi um aliado esclarecedor dessas duas teorias médicas revolucionárias. Allan Kardec fora magnetizador por 35 anos: “O magnetismo foi o primeiro passo para o conhecimento da ação perispiritual, fonte de todos os fenômenos espíritas”. Na Revista Espírita de 1867, completou: “Magnetismo animal e Espiritismo são duas partes de um mesmo todo, dois ramos de uma mesma ciência, que se completam e se explicam um pelo outro”. Com Espírito, em 1863, Hahnemann deu uma comunicação à Kardec: “Fui o criador da renovação médica que penetra hoje até nas classes dos sectários da antiga medicina; unidos contra a homeopatia, criaram-lhe diques inumeráveis, exclamando: “Não irás mais longe!” A jovem medicina, triunfante, venceu todos esses obstáculos. O Espiritismo lhe será um poderoso auxiliar. Graças a ele, ela abandonará a tradição materialista que, há muito tempo, retardou o seu vôo. A medicina disseca os corpos e deve também analisar a alma”. A medicina atual. Como todas as outras ciências, ainda se mantém cega pela estreiteza do materialismo. O interesse econômico faz da ambição um objetivo funesto obstruindo o despertar da verdadeira arte de curar. O médico, reconhecendo seu papel como benfeitor da humanidade, compreenderá o que Kardec propôs, ao afirmar, em a Gênese. “Quando se diz que um médico opera a cura de um doente, por meio de boas palavras, enuncia-se uma verdade absoluta, pois que um pensamento bondoso traz consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico, tanto quanto sobre o moral”. O médico do futuro será um clínico de almas, trazendo na maleta, amor, esperança e solidariedade, deixando esses fluírem de suas mãos, como o fez, há dois mil anos, o meio rabi da Galiléia. Diretor do grupo editorial Universo das Letras (Revisto Universo Espírita). Autor do Livro: Mesmer, a ciência negada e os textos escondidos (Lachatrê). Revista Correio Fraterno 9 e 10/2008 Por Paulo Henrique de Figueiredo