Consciência Culpada e Saúde Integral
A abordagem espírita da saúde humana, em muito se assemelha aos postulados modernos da psicologia de vanguarda.
Consequentemente, quando se discute a questão do bem estar integral, não podemos deixar de levar em conta o problema da consciência culpada, verdadeiro acicate a comprometer a harmonia interna da criatura encarnada.
O Espiritismo propõe uma visão global do ser humano encarnado e admite que o mesmo esteja formado por um conjunto interdependente constituído de alma ou o foco inteligente e diretor da vida; de perispírito ou o campo energético intermediário entre o Espírito e a matéria; e de corpo físico, revestimento mais externo formado de substâncias orgânicas semelhantes ao dos vegetais e demais organismos vivos existentes.
De acordo com a concepção doutrinária, o espírito em sua trajetória evolutiva, cumpre etapas encarnatórias sucessivas de modo a arquivar na memória perene, também conhecida como memória extra-cerebral, o registro de suas atitudes edificantes ou infelizes concretizadas no decorrer dos múltiplos mergulhos na carne. Sendo assim, a cada nova existência, a saúde mental e orgânica resultaria da semeadura pretérita em termos de vivência ética.
A consciência culpada, em consequência dos próprios deslizes e crueldades praticados, acusa por meio de sintomas inquietantes, intensa desarmonia psíquica. São fatores indicativos da necessidade imperiosa de o indivíduo faltoso se recompor perante à Suprema Lei, vez que, ninguém evolui moralmente sem expiar os próprios erros e se recuperar diante de suas vítimas, reparando o males outrora cometidos.
Os médicos, muitas vezes, defrontam-se com pacientes portadores de depressões profundas e outros transtornos afetivos nos quais pontificam a angústia e a sensação de remorso a corroer as entranhas, sem que atinem com as questões cármicas a influenciarem negativamente os sutis mecanismos da mente humana.
Os registros conscienciais profundos, ou espirituais propriamente ditos, quando em desarmonia, repercutem opressivamente no psiquismo de superfície e desencadeiam, no decorrer da experiência carnal, transtornos de intensidade variável, indicando o grau de comprometimento cármico a ser resgatado pelo esforço pessoal de reforma íntima.
Por isso, responsabiliza-se a consciência culpada como um dos fatores causais de intensas desarmonias psíquicas temporárias. E para que a sensação de bem-estar geral torne-se uma realidade palpável, faz-se necessária a supressão progressiva dos focos espirituais de energias desarmônicas, por meio do esforço concentrado na prática do bem e na reparação oportuna dos prejuízos impostos aos semelhantes.
A agradável sensação de bem-estar consciencial, à medida que se estabelece, promove a elevação da auto-estima, estimula a alegria de viver, ativa a disposição para o trabalho honesto e permite ao indivíduo interagir harmonicamente com os familiares e circunstantes.
A ausência de sentimento de culpa é garantia inconteste de mente saudável e higidez orgânica, pois a saúde integral retrata antes de tudo o estado de pureza existente na alma.
LIVRO: ENFERMIDADES DA ALMA – EDITORA DPL VITOR RONALDO COSTA