Vontade – nas Obras de Andre Luiz
Livro Mecanismo da Mediunidade. Cap.4 – Matéria mental.
CORPÚSCULOS MENTAIS — Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e extra-físico, encontramos o pensamento por agente essencial. Entretanto, ele ainda é matéria, — a matéria mental, em que as leis de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas atômicos prevalecem sob novo sentido, compondo o maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submerso e no qual surpreendemos elementos que transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo.
Temos, ainda aqui, as formações corpusculares, com bases nos sistemas atômicos em diferentes condições vibratórias, considerando os átomos, tanto no plano físico, quanto no plano mental, como associações de cargas positivas e negativas. Isso nos compele naturalmente a denominar tais princípios de «núcleos, prótons, nêutrons, posítrons, elétrons ou fótons mentais», em vista da ausência de terminologia analógica para estruturação mais segura de nossos apontamentos.
Assim é que o halo vital ou aura de cada criatura permanece tecido de correntes atômicas sutis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais, dentro de normas que correspondem à lei dos «quanta de energia» e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem freqüência e cor peculiares.
Essas forças, em constantes movimentos sincrônicos ou estado de agitação pelos impulsos da vontade, estabelecem para cada pessoa uma onda mental própria.
INDUÇÃO MENTAL — Recorrendo ao “campo” de Einstein, imaginemos a mente humana no lugar da chama em atividade. Assim como a intensidade de influência da chama diminui com a distância do núcleo de energias em combustão, demonstrando fração cada vez menor, sem nunca atingir a zero, a corrente mental se espraia, segundo o mesmo princípio, não obstante a diferença de condições.
Essa corrente de partículas mentais exterioriza-se de cada Espírito com qualidade de indução mental, tanto maior quanto mais amplos se lhe evidenciem as faculdades de concentração e o teor de persistência no rumo dos objetivos que demande.
Tanto quanto, no domínio da energia elétrica, a indução significa o processo através do qual um corpo que detenha propriedades eletromagnéticas pode transmiti-las a outro corpo sem contacto visível, no reino dos poderes mentais a indução exprime processo idêntico, porquanto a corrente mental é suscetível de reproduzir as suas próprias peculiaridades em outra corrente mental que se lhe sintonize. E tanto na eletricidade quanto no mentalismo, o fenômeno obedece à conjugação de ondas, enquanto perdure a sustentação do fluxo energético.
Compreendemos assim, perfeitamente, que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si mesma os agentes (por enquanto imponderáveis na Terra), de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade.
Cap.11 – Onda mental.
ALAVANCA DA VONTADE — Reconhecemos que toda criatura dispõe de oscilações mentais próprias, pelas quais entra em combinação espontânea com a onda de outras criaturas desencarnadas ou encarnadas que se lhe afinem com as inclinações e desejos, atitudes e obras, no quimismo inelutável do pensamento.
Compreendendo-se que toda partícula de matéria em movimentação se caracteriza por impulso inconfundível, fácil ser-nos-á observar que cada Espírito, pelo poder vibratório de que seja dotado, imprimirá aos seus recursos mentais o tipo de onda ou fluxo energético que lhe define a personalidade, a evidenciar-se nas faixas superiores da vida, na proporção das grandezas morais, do ponto de vista de amor e sabedoria, que já tenha acumulado em si mesmo.
E para manejar as correntes mentais, em serviço de projeção das próprias energias e de assimilação das energias alheias, dispõe a alma, em si, da alavanca da vontade, por ela vagarosamente construída em milênios e milênios de trabalho automatizante.
A principio adstrita aos círculos angustos do primitivismo, a vontade, agarrada ao instinto de preservação, faz do Espírito um inveterado monomaníaco do prazer inferior.
Avançando pelo terreno inicial da experiência, aparece o homem qual molusco inteligente, sempre disposto a fechar o circuito das próprias oscilações mentais sobre si mesmo, em monoideísmo intermitente.
VONTADE E APERFEIÇOAMENTO — A memória e a imaginação, ainda curtas, limitam a volição do homem a simples tendência que, no fundo, é aspecto primário da faculdade de decidir.
Ele mesmo opera a retração da onda mental que o personaliza, repelindo as vibrações que o inclinem ao burilamento sempre difícil e à expansão sempre laboriosa, para deter-se no reino afetivo das vibrações que o atraem, onde encontra os mesmos tipos de onda dos que se lhe assemelham, capazes de entreter-lhe a egolatria, no gregarismo das longas simbioses em repetidas reencarnações de aprendizagem.
A civilização, porém, chega sempre.
O progresso impõe novos métodos e a dor estilhaça envoltórios.
As modificações da escolha acompanham a ascensão do conhecimento.
A vontade de prazer e a vontade de domínio, no curso de largos séculos, convertem-se em prazer de aperfeiçoar e servir, acompanhados de autodomínio.
CICLOTRON DA VONTADE — Arremessa a criatura, naturalmente, a própria onda mental na direção dos Espíritos que penetraram mais amplos horizontes da evolução.
Alcançando semelhante estágio de consciência, a vontade, no campo do Espírito, desempenha o papel do ciclotron no mundo da Química, bombardeando automàticamente os princípios mentais que se lhe contraponham aos impulsos. E é, ainda, com essa faculdade determinante que ela preside as junções de onda, junto àquelas que se proponha assimilar, no plano das sintonias, de vez que, quanto mais elevado o discernimento, mais livre se lhe fará a criação mental originária para libertar e aprisionar, enriquecer e sublimar, agravar os males ou acrescentar os próprios bens na esfera do destino.
Cap.13 – Fenômeno hipnótico indiscriminado
HIPNOSE E TELEMENTAÇÃO — Em determinados estágios da ocorrência hipnótica, verifica-se o desprendimento parcial da personalidade, com o deslocamento de centros sensoriais.
Ainda aí, porém, o hipnotizado, no centro das irradiações mentais que lhe são próprias, permanece controlado pela onda positiva da vontade a que se submete.
Nessa condição, esse ou aquele passivo pode ainda representar o papel de suposta personalidade, conforme a sugestão que o magnetizador lhe incuta.
O hipnotizador escolherá, de preferência, uma ‘igura popular, um cantor, um literato ou um regente de orquestra que esteja no âmbito de conhecimento do passivo em ação e incliná-lo-á a sentir-se como sendo a pessoa lembrada.
Imediatamente o sujet estampará, no próprio fluxo de energia mental, a figura do artista, do escritor ou do maestro, de acordo com as possibilidades da própria imaginação, tomará da pena, erguerá a voz, ou empunhará a forma pensamento de uma batuta, por ele mesmo criada, manobrando os mecanismos da mente para substancializar a sugestão recebida.
Entretanto, se o magnetizador lembra algum maestro de aldeia, ou escritor sem projeção, ou algum cantor obscuro, conhecido apenas dele, não será tão fácil ao passivo atender-lhe as ordens, por falta de recursos imaginativos a serem apostos por ele mesmo nas próprias oscilações mentais, o que apenas será conseguido após longos exercícios de telementação especializada entre ambos.
Cap.16 – Fenômeno magnético da vida humana.
GRADAÇÃO DAS OBSESSÕES — Muitas vezes, em nossos estados de tensão deliberada, inclinamo-nos para forças violentas que se nos insinuam no halo psíquico, aí criando fermentações infelizes que resultam em atitudes de cólera arrasadora, pelas quais, desprevenidamente, nos transformamos, na vida, em médiuns de ações delituosas, arrastados nos fenômenos de associação dos agentes mento-eletromagnéticos da mesma natureza, semelhantes aos que caracterizam as explosões de recursos químicos, nas conhecidas reações em cadeia.
É assim que somos, por vezes, loucos temporários, grandes obsidiados de alguns minutos, alienados mentais em marcadas circunstâncias de lugar ou de tempo, ou, ainda, doentes do raciocínio em crises periódicas, médiuns lastimáveis da desarmonia, pela nossa permanência longa em reflexos condicionados viciosos, adquirindo compromissos de grave teor nos atos menos felizes que praticamos, semi – inconscientemente, sugestionados uns pelos outros, porquanto, perante a Lei, a nossa vontade é responsável em todos os nossos problemas de sintonia.
TODOS SOMOS MÉDIUNS — Nos centros de atividade referidos em nosso estudo, encontramos o reflexo condicionado e a sugestão como ingredientes indispensáveis na obra de educação e aprimoramento.
Urge reconhecer que a liberdade é tanto maior para a alma quanto maior a parcela de conhecimento que se lhe debite no livro da existência.
Por isso mesmo, quanto mais cresça em possibilidades, nesse ou naquele sentido, mais se lhe desdobram caminhos à visão, constrangendo-a a vigiar sobre a própria escolha.
Mais extensa mordomia, responsabilidade mais extensa.
Isso acontece porque, com a intensificação de nossa influência, nesse ou naquele campo de interesses, mais persistentes se fazem os apelos em torno, para que não nos esqueçamos do dever primordial a cumprir.
Quem avança está invariàvelmente entre a vanguarda e a retaguarda E a romagem para Deus é uma viagem de ascensão.
Toda subida, quanto qualquer burilamento, pede suor e disciplina.
Todo estacionamento é repouso enquistante.
Somos todos, assim, médiuns, a cada passo refletores das forças que assimilamos, por força de nossa vontade, na focalização da energia mental.
17 – Efeitos físicos.
LEI DO CAMPO MENTAL — Lamentam-se amargamente os metapsiquistas de que a maioria dos fenômenos mediúnicos se encontra eivados de obscuridades e extravagâncias, e de que, por isso mesmo, a doutrina da sobrevivência, para eles, se mostra repleta de impossibilidades.
Estabelecem exigências e, depois de atendidos, acusam a instrumentação medianímica de criar personalidades imaginárias; exageram a função dos chamados poderes inconscientes da vida mental, estranhando que a força psíquica, como recurso mediador entre encarnados e desencarnados, não procede na balança da observação humana à maneira, por exemplo, das combinações do cloro com o hidrogênio.
Com referência ao assunto, é imperioso salientar que se desconhece ainda, no mundo, a Lei do Campo Mental, que rege a moradia energética do Espírito, segundo a qual a criatura consciente, seja onde for no Universo, apenas assimilará as influências a que se afeiçoe.
Cada mente é como se fora um mundo de per si, respirando nas ondas criativas que despede — ou na psicosfera em que gravita para esse ou aquele objetivo sentimental, conforme os próprios desejos —, sem o que a lei de responsabilidade não subsistiria.
Um médium, ainda mesmo nas mais altas situações de amnésia cerebral, do ponto de vista fisiológico, não está inconsciente de todo, na faixa da realidade espiritual, e agirá sempre, nunca à feição de um autômato perfeito, mas na posição de uma consciência limitada às possibilidades próprias e às disposições da própria vontade.
Cap.20 – Psicometria.
MECANISMO DA PSICOMETRIA — Expondo algumas anotações em torno da psicometria, considerada nos círculos medianímicos por faculdade de perceber o lado oculto do ambiente e de ler impressões e lembranças, ao contacto de objetos e documentos, nos domínios da sensação a distância, não é demais traçar sintéticas observações acerca do pensamento, que varia de criatura para criatura, tanto quanto a expressão fisionômica e as marcas digitais.
Destacaremos, assim, que, em certos indivíduos, a onda mental a expandir-se, quando em regime de «circuito fechado», na atenção profunda, carreia consigo agentes de percepção avançada, com capacidade de transportar os sentidos vulgares para além do corpo físico, no estado natural de vigília.
O fluido nervoso ou força psíquica, a desarticular-se dos centros vitais, incorpora-se aos raios de energia mental exteriorizados, neles configurando o campo de percepção que se deseje plasmar, segundo a dileção da vontade, conferindo ao Espírito novos poderes sensoriais.
Ainda aqui, o fenômeno pode ser apreendido, guardando-se por base de observação as experiências do hipnotismo comum, nas quais o sensitivo — muitas vezes pessoa em que a força nervosa está mais fracamente aderida ao carro fisiológico — deixa escapar com facilidade essa mesma força, que passa, de pronto, ao impacto espiritual do magnetizador.
O hipnotizado, na profundez da hipnose, pode, então, libertar a sensibilidade e a motricidade, transpondo as limitações conhecidas no cosmo físico.
Nestas ocorrências, sob a sugestão do magnetizador, o “sujet”, com a energia mental de que dispõe, desassocia o fluido nervoso de certas regiões do veículo carnal, passando a registrar sensações fora do corpo denso, em local sugerido pelo hipnotizador, ou impede que a mesma força circule em certo membro — um dos braços, por exemplo —, que se faz praticamente insensível enquanto perdure a experiência, até que, ao toque positivo da vontade do magnetizador, ele mesmo reconduza o próprio pensamento revitalizante para o braço inerte, restituindo-lhe a energia psíquica temporàriamente subtraída.
Cap.21- Desdobramento
NO SONO ARTIFICIAL — Enfileirando algumas anotações com respeito ao desdobramento da personalidade, consoante as nossas referências ao hipnotismo comum, recordem ainda o fenômeno da hipnose profunda, entre o magnetizador e o sensitivo.
Quem possa observar além do campo físico, reparará, à medida se afirme a ordem do hipnotizador, que se escapa abundantemente do tórax do «sujet», caído em transe, um vapor branquicento que, em se condensando qual nuvem inesperada, se converte, habitualmente à esquerda do corpo carnal, numa duplicata dele próprio, quase sempre em proporções ligeiramente dilatadas.
Tal seja o potencial mais amplo da vontade que o dirige, o sensitivo, desligado da veste física, passa a movimentar-se e, ausentando-se muita vez do recinto da experiência, atendendo a determinações recebidas, pode efetuar apontamentos a longa distância ou transmitir notícias, com vistas a certos fins.
Seguindo-lhe a excursão, vê-lo-emos, porém, constantemente ligado ao corpo somático por fio tenuíssimo, fio este muito superficialmente comparável, de certo modo, à onda do radar, que pode vencer imensuráveis distâncias, voltando, inalterável, ao centro emissor, não obstante sabermos que semelhante confronto resulta de todo impróprio para o fenômeno que estudamos no campo da inteligência.
Nessa fase, o paciente executa as ordens que recebeu, desde que não constituam desrespeito evidente à sua dignidade moral, trazendo informes valiosos para as realidades do Espírito.
Notemos que aí, enquanto o carro fisiológico se detém, resfolegante e imóvel, a individualidade real, embora teleguiada, evidencia plena integridade de pensamento, transmitindo, de longe, avisos e anotações através dos órgãos vocais, em circunstâncias comparáveis aos implementos do alto-falante, num aparelho radiofônico.
À semelhança do fluxo energético da circulação sanguínea, incessante no corpo denso, a onda mental é inestancável no Espírito.
Esmaecem-se as impressões nervosas e dorme o cérebro de carne, mas o coração prossegue ativo, no envoltório somático, e o pensamento vibra, constante, no cérebro perispirítico.
Cap.22 – Mediunidade curativa.
MENTE E PSICOSSOMA — Compreendendo-se o envoltório psicossomático por templo da alma, estruturado em bilhões de células a se caracterizarem por atividade incessante, é natural imaginemos cada centro de força e cada órgão por departamentos de trabalho, interdependentes entre si, não obstante o caráter autônomo atribuível a cada um.
Semelhantes peças, no entanto, obedecem ao comando mental, sediado no cérebro, que lhes mantém a coesão e o equilíbrio, por intermédio das oscilações inestancáveis do pensamento.
Temos, assim, as variadas províncias celulares sofrendo o impacto constante das radiações mentais, a lhes absorverem os princípios de ação e reação desse ou daquele teor, pelos quais os processos da saúde e da enfermidade, da harmonia e da desarmonia são associados e desassociados, conforme a direção que lhes imprima a vontade.
Naturalmente não podemos esquecer que o alimento comum garante a subsistência do corpo físico, através da permuta contínua de substâncias com a incessante transformação de energia, e isso acontece porque a força mental conjuga substância e energia na produção dos recursos de apoio à existência e dos elementos reguladores do metabolismo.
Além desses fatores, cabe-nos contar com os fatores mentais para a sustentação de todos os agentes da vida, que se fará dessa ou daquela forma, segundo a qualidade desses mesmos ingredientes.
Conforme a integridade desses princípios resultará a integridade do poder mecânico da mente para a formação dos anticorpos na intimidade das forças componentes do sistema sanguíneo.
VONTADE DO PACIENTE — O processo de socorro pelo passe é tanto mais eficiente quanto mais intensa se faça a adesão daquele que lhe recolhe os benefícios, de vez que a vontade do paciente, erguida ao limite máximo de aceitação, determina sobre si mesmo mais elevados potenciais de cura.
Nesse estado de ambientação, ao influxo dos passes recebidos, as oscilações mentais do enfermo se condensam, mecanicamente, na direção do trabalho restaurativo, passando a sugeri-lo às entidades celulares do veículo em que se expressam, e os milhões de corpúsculos do organismo fisiopsicossomático tendem a obedecer, instintivamente, às ordens recebidas, sintonizando-se com os propósitos do comando espiritual que os agrega.
Livro Evolução em dois Mundos.
Cap.2 – Corpo espiritual.
CENTRO CORONÁRIO — Temos particularmente no centro coronário o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas.
Dele parte desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta.
A mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário incumbe-se automaticamente de fixar a natureza da responsabilidade que lhes diga respeito, marcando no próprio ser as conseqüências felizes ou infelizes de sua movimentação consciencial no campo do destino.
Cap.4 – Automatismo e corpo espiritual.
TEORIA DE DESCARTES — Atento a isso e espantado diante do gigantesco patrimônio da mente humana é que Descartes, no século 17, indagando de si mesmo sobre a complexidade dos nervos, formulou a “teoria dos espíritos animais” que estariam encerrados no cérebro, perpassando nas redes nervosas para atender aos movimentos da respiração, dos humores e da defesa orgânica, sem participação consciente da vontade, chegando o filósofo a asseverar que esses “espíritos se conjugavam necessariamente refletidos”, aplicando semelhante regra notadamente aos animais que ele classificava por máquinas desprovidas de pensamento.
Descartes não logrou apreender toda a amplitude dos caminhos que se descerram à evolução na esteira dos séculos, mas abordou a verdade do ato reflexo que obedece ao influxo nervoso, no automatismo em que a alma evolui para mais altos planos de consciência, através do nascimento, morte, experiência e renascimento na vida física e extra física, em avanço inevitável para a vida superior.
Cap.7 – Evolução e hereditariedade
CONSTRUÇÃO DO DESTINO — Sofrem as células transformações profundas, porque o elemento espiritual deve agora viver como ser alótrofo (significado do seu próprio destino), somente conseguindo manter-se com o produto de matérias orgânicas já elaboradas.
Com a passagem do tempo, e sob a inspiração dos Arquitetos Espirituais que lhe orientam a evolução da forma, avança na rota do progresso, plasmando implementos novos no veículo de expressão.
Entre a esfera terrena e a esfera espiritual, adquire os orgânulos particulares com que passa a atender variadas funções entre os protozoários, como sejam, os vacúolos pulsáteis para a sustentação do equilíbrio osmótico e os vacúolos digestivos para o equilíbrio da nutrição.
Nos metazoários, conquista um carro fisiológico, estruturado em aparelhos e sistemas constituídos de órgãos, que, a seu turno, são formados de tecidos, compostos por células em complicado regime de diferenciação e, passando por longas e porfiadas metamorfoses, atinge o reino hominal, em que os gametas se erigem, especializados e seguros, no aparelho de reprodução, com elementos e recursos característicos para o homem e para a mulher, no imo do centro genésico, entre os aparelhos de metabolismo e os sistemas de relação.
No ato da fecundação, reúnem-se os pronúcleos masculino e feminino, mesclando as unidades cromossômicas paternas e maternas, a fim de que o organismo, obedecendo à repetição na lei da hereditariedade, se desenvolva, dentro dos caracteres genéticos de que descende; mas agora, no reino humano, o Espírito, entregue ao comando da própria vontade, determina com a simples presença ou influência, no campo materno, os mais complexos fenômenos endomitóticos no interior do ovo, edificando as bases de seu próprio destino, no estágio da existência cujo início o berço assinala.
Cap.16 – Mecanismos da mente
SECÇÃO DA MEDULA — Através de experimentação positiva, conhece a Ciência de hoje a inalienável correlação entre o cérebro e todas as províncias celulares do mundo corpóreo.
Tomando, pois, em nossas anotações, o sistema cerebral por gabinete administrativo da mente,reconheceremos sempre que a conduta do corpo físico está invariavelmente condicionada à conduta do corpo espiritual, como a orientação do corpo espiritual está submetida ao governo da nossa vontade.
Sabemos, assim, que depois de seccionada a medula de um paciente se observa, de imediato, a insensibilidade completa, o relaxamento muscular, a paralisia e a eliminação dos reflexos somáticos e viscerais, em todas as partes que recebem os nervos nascidos abaixo do ponto em que se verificou o prejuízo.
A insensibilidade e a paralisia são decisivas, porquanto procedem da secção dos feixes ascendentes e do feixe piramidal, ou seja, do desligamento das regiões do corpo espiritual correspondentes nos tecidos orgânicos e no cérebro, qual se desse a retirada da força elétrica de determinado setor num campo extenso de ação.
Semelhante desligamento, porém, não se verifica de todo, o que acarretaria, quando em níveis altos, irreversivelmente, o processo liberatório da alma com a desencarnação. Junções fluídicas sutis permanecem ativas, entre as células dos implementos físicos e espirituais, como recursos fisiopsicossomáticos, em ajustes possíveis de emergência. Em razão disso, não obstante a insensibilidade a que nos reportamos, comparável ao “silêncio orgânico”, deixado pela execução de uma neurotomia, muitos pacientes se queixam de dor em zonas localizadas para baixo do nível em que se expressou o corte, fenômeno esse perfeitamente atribuível ao contato das células do corpo espiritual com as fibras aferentes que vibram na cadeia simpática, penetrando a medula, acima do ponto molestado.
Cap.19 – Alma e reencarnação
REENCARNAÇÃO E EVOLUÇÃO — Urge reparar, entretanto, em que a reencarnação não é mero princípio regenerativo.
A evolução natural nela encontra firme apoio.
Criaturas que avultam na bondade, em muitas ocasiões requerem conhecimento nobilitante, e muitas que se agigantaram na inteligência permanecem à míngua de virtude.
Outras inumeráveis, embora detendo preciosos valores, nos domínios do coração e do cérebro, após longo estágio no plano extrafísico, sentem fome de progresso renovador por inabilitadas, ainda, a ascensões maiores e renunciam à tranqüilidade a que se integra nos grupos afins, porque, no cadinho efervescente da carne, analisam, de novo, as próprias imperfeições, testando-lhes a amplitude nas rudes experiências da vida humana, obtendo mais avançado ensejo de corrigenda e transformação.
Isso não significa que a consciência desencarnada deixe de encontrar possibilidades de expansão nas cidades espirituais que gravitam em torno da Terra. Outras modalidades de estudo e trabalho aí lhe asseguram novos fatores de evolução; contudo, escassa percentagem de criaturas humanas, além da morte, adquirem acesso definitivo aos planos superiores.
A esmagadora maioria jaz ainda ligada às ideologias e raças, pátrias e realizações, famílias e lares do mundo.
É por isso que artistas eméritos, ao notarem o curso diferente das escolas que deixaram no Planeta, sentem-se irresistivelmente atraídos para a reencarnação, a fim de Preservar-lhes ou enriquecer-lhes os patrimônios.
Cientistas eminentes, interessados na continuidade dos empreendimentos redentores que largaram em mãos alheias, volvem ao trabalho e à experimentação entre os homens, e, no mesmo espírito missionário, religiosos e filósofos, professores e condutores, homens e mulheres que se distinguem por nobres aspirações retornam, voluntariamente à esfera física, em sagradas ações de auxílio que lhes valem honrosos degraus de sublimação na escalada para a Divina Luz.
Entendamos, assim, que tanto a regeneração quanto a evolução não se verificam sem preço.
O progresso pode ser comparado a montanha que nos cabe transpor, sofrendo-se naturalmente os problemas e as fadigas da marcha, enquanto que a recuperação ou a expiação podem ser consideradas como essa mesma subida, devidamente recapitulada, através de embaraços e armadilhas, miragens e espinheiros que nós mesmos criamos.
Se soubermos, porém, suar no trabalho honesto, não precisaremos suar e chorar no resgate justo.
E não se diga que todos os infortúnios da marcha de hoje estejam debitados a compromissos de ontem, porque, com a prudência e a imprudência, com a preguiça e o trabalho, com o bem e o mal, melhoramos ou agravamos a nossa situação, reconhecendo-se que todo dia, no exercício de nossa vontade, formamos novas causas, refazendo o destino.
Cap.35 – Passe magnético
— Como podemos encarar o passe magnético no campo espírita, do ponto de vista da medicina humana?
— Em verdade, para conseguirmos alguma idéia precisa no dicionário terreno, com respeito ao poder do fluído magnético, que constitui por si emanação controlada de força mental sob a alavanca da vontade, será interessante figurar o nosso veículo de manifestação como sendo o Estado Orgânico em que nos expressamos na condição de Espíritos imortais, em multifária graduação evolutiva.
Pelo passe magnético, no entanto, notadamente naquele que se baseie no divino manancial da prece, a vontade fortalecida no bem pode soerguer a vontade enfraquecida de outrem para que essa vontade novamente ajustada à confiança magnetize naturalmente os milhões de agentes microscópicos a seu serviço, a fim de que o Estado Orgânico, nessa ou naquela contingência, se recomponha para o equilíbrio indispensável.
Livro Nos Domínios da Mediunidade.
1 – Estudando a mediunidade.
A idéia de um “ser” organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção.
Quem poderá penetrar a consciência alheia? Com o esforço da vontade é possível apressar a solução de muitos enigmas e reduzir muitas dores. O assunto, porém, é de foro íntimo… Estejamos, entretanto convencidos de que as sementes da luz jamais se perdem. Os médiuns que hoje se enlaçam a tremendas provas, se persistirem na plantação de melhores destinos, transformar-se-ão em valiosos trabalhadores no futuro que a todos aguarda em abençoadas reencarnações de engrandecimento e progresso…
Castro é ainda um iniciante no serviço. À medida que entesoure experiência, manejará possibilidades mentais avançadas, assumindo os aspectos que deseje, considerando que o perispírito é constituído de elementos maleáveis, obedecendo ao comando do pensamento, seja nascida de nossa própria imaginação ou da imaginação de inteligências mais vigorosas que a nossa, mormente quando a nossa vontade se rende, irrefletida, à dominação de Espíritos tirânicos ou viciosos, encastelados na sombra.
… Usando a alavanca da vontade, atingimos a realização de verdadeiros milagres… Entretanto, para isso, precisariam despender esforço heróico.
André, sua dúvida está fora de propósito. Você possui bastante experiência para saber que a dor é o grande ministro da Justiça Divina. Vivemos a nossa grande batalha de evolução. Quem foge ao trabalho sacrificial da frente, encontra a dor pela retaguarda. O Espírito pode confiar-se à inação, mobilizando delituosamente a vontade, contudo, lá vem um dia a tormenta, compelindo-o a agitar-se e a mover-se para entender os impositivos do progresso com mais segurança. Não adianta fugir da eternidade, porque o tempo, benfeitor do trabalho, é também o verdugo da inércia.
Livro Libertação.
Cada vida, porém, por mais insignificante, possui expressão magnética especial. A vontade, não obstante condicionada por leis cósmicas e morais, inclinará a comunidade dos corpúsculos vivos que permanecem a seu serviço por tempo limitado, à maneira do eletricista que liga as forças da usina para atividades num charco ou para serviços numa torre. Sendo cada um de nós uma força inteligente, detendo faculdades criadoras e atuando no Universo, estaremos sempre engendrando agentes psicológicos, através da energia mental, exteriorizando o pensamento e com ele improvisando causas possíveis, cujos efeitos podem ser próximos ou remotos sobre o ponto de origem. Abstendo-nos de mobilizar a vontade, seremos invariáveis joguetes das circunstâncias predominantes, no ambiente que nos rodeia; contudo, tão logo deliberemos manobrá-la, é indispensável. resolvamos o problema de direção, porquanto nossos estados pessoais nos refletirão a escolha íntima.
Existem princípios, forças e leis no universo minúsculo, tanto quanto no universo macrocósmico. Dirija um homem a sua vontade para a idéia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a sugestão mental positiva determina a sintonia e receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental das milhões de pessoas que as entretêm, acorrerão em massa, absorvidas pelas células que as atraem, em obediência às ordens interiores, reiteradamente recebidas, formando no corpo a enfermidade idealizada.
Livro Missionários da Luz.
Segregando delicadas energias psíquicas -prosseguiu ele -, a glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema endocrínico. Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda não pode identificar, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade.
À vontade desequilibrada desregula o foco de nossas possibilidades criadoras. Daí procede a necessidade de regras morais para quem, de fato, se interesse pelas aquisições eternas nos domínios do Espírito. Renúncia, abnegação, continência sexual e disciplina emotiva não representam meros preceitos de feição religiosa.
São providências de teor científico, para enriquecimento efetivo da personalidade. Nunca fugiremos à lei, cujos artigos e parágrafos do Supremo Legislador abrangem o Universo.
Aprende a procurar, antes de tudo… À vontade de Deus…
Sejam para ela, em particular, os nossos melhores pensamentos, nossos votos de paz e esperanças mais puras! «Acima de tudo, porém. Senhor seja feita a Tua vontade em todos os recantos do Universo, e que nos caiba, a nós, humildes servos de Teu reino, a alegria incessante de reverenciar-Te e obedecer-Te para sempre!…»
Em todos os casos, o magnetismo foi empregado em larga escala pelos nossos instrutores, salientando-se o de um pobre negociante que ainda ignorava a própria morte.
Demonstrando ele certa teimosia, em face da verdade, um dos orientadores espirituais, da condição hierárquica de Alexandre, impondo-lhe sua vontade vigorosa, fê-lo ver, à distância, os despojos em decomposição. O infeliz, examinando o quadro, gritava lamentosamente, rendendo-se, por fim, à evidência dos fatos.
Não se trata de proteção, mas de esforço próprio. O obsidiado, além de enfermo, representante de outros enfermos, quase sempre é também uma criatura repleta de torturantes problemas espirituais. Se lhe falta vontade firme para a auto-educação, para a disciplina de si mesma, é quase certo que prolongará sua condição dolorosa além da morte.
No doloroso quadro das obsessões, o principio é análogo. Se a vítima capitula sem condições, ante o adversário, entrega-se- lhe totalmente e torna-se possessa, após transformar-se em autômato à mercê do perseguidor. Se possuir vontade frágil e indecisa, habitua-se à persistente atuação dos verdugos e vicia-se no circulo de irregularidades de muito difícil corrigenda, porquanto se converte, aos poucos, em pólos de vigorosa atração mental aos próprios algozes.
Sempre sob minha observação, Anacleto assumiu nova atitude, dando-me a entender que ia favorecer suas expansões irradiantes e, em seguida, começou a atuar por imposição.
Colocou a mão direita sobre o epigástrio da paciente, na zona inferior do esterno e, com surpresa, notei que a destra, assim disposta, emitia sublimes jatos de luz que se dirigiam ao coração da senhora enferma, observando-se nitidamente que os raios de luminosa vitalidade eram impulsionados pela força inteligente e consciente do emissor. Assediada pelos princípios magnéticos, postos em ação, a reduzida porção de matéria negra, que envolvia a válvula mitral, deslocou-se vagarosamente e, como se fora atraída pela vigorosa vontade de Anacleto, veio aos tecidos da superfície, espraiando-se sob a mão irradiante, ao longo da epiderme. Foi então que o magnetizador espiritual iniciou o serviço mais ativo do passe, alijando a maligna influência. Fez o contacto duplo sobre o epigástrio, erguendo ambas as mãos e descendo-as, logo após, morosamente, através dos quadris até aos joelhos, repetindo o contacto na região mencionada e prosseguindo nas mesmas operações por diversas vezes. Em poucos instantes, o organismo da enferma voltou à normalidade.
Livro Obreiros da Vida Eterna.
Debalde libertamo-los, periodicamente, dos monstros que os escravizam,
Organizando-lhes refúgio salutar. Fogem de nossa influenciação retificadora e tornam espontaneamente ao charco. É imprescindível que o sofrimento lhes solidifique a vontade, para as abençoadas lutas do porvir.
Somos trabalhadores interessados em nossa própria iluminação pelo trabalho incessante, na execução da vontade do Altíssimo.
Calate, meu filho! Não te presumas o único sacrificado. Se houvesses aceitado a Vontade Divina, o presente ser-nos-ia menos doloroso.
Nenhum de nós outros, os que apelamos para a vossa renovação, encontrou até agora a residência dos anjos. Somos companheiros em cujo coração palpita plena, a Humanidade, com os seus defeitos e aspirações. Compreendemos, contudo, vosso tormento consumidor e trazemos a todos o convite de renúncia aos impulsos egoísticos, concitando-vos, ainda, ao reconhecimento devido ao Senhor e à penitência pelos nossos erros voluntários e criminosos do passado.Agradeçamos a Misericórdia Divina e, reunidos, peçamos ao Cristo entendimento de sua vontade sublime e sábia, com a precisa força para executá-la, onde estivermos. Não roguemos como o rico enganado da narração evangélica, qualquer vantagem para o nosso individualismo ou para o círculo pessoal de nossos interesses particulares, mas, sim, a compreensão, suficiente compreensão dos deveres que nos cabem, na atualidade menos venturosa, de acordo com as suas diretrizes salvadoras. E, cheios de confiança nova, aguardemos o porvir, em que a Terra, nossa grande mãe, nos oferecerá generosa, outras ocasiões fecundas de aprender e resgatar, santificar e redimir.
Dá-nos o clima sadio da libertação de nós mesmos! Magnetizados pelas nossas recordações do pretérito, nem sempre te compreendemos a vontade soberana e criteriosa. Anula-nos o personalismo inferior para que a consciência do Universo nos esclareça o coração.
Levanta-nos o raciocínio para mais alto entendimento? fase nos vibrar no campo de teus Divinos Pensamentos!
Todo lugar do Universo, portanto, pode ser convertido em santuário de luz eterna, desde que a execução dos Divinos Desígnios seja a alegria de nossa própria vontade.
É provável que a Vontade Divina prolongue por mais tempo a sua permanência na Terra, e, se me for possível, cooperarei para que não fique sozinha. Nossos filhos, ainda frágeis, necessitam de amparo amigo na orientação da vida prática…
O pobre amigo permanecia agarrado ao corpo pela vigorosa vontade de prosseguir jungido à carne.
Reconhecia, entretanto, ali, naquele agonizante que teimava em viver de qualquer modo no corpo físico, o gigantesco poder da mente, que, em admirável decreto da vontade, estabelecia todo o domínio possível nos órgãos e centros vitais em decadência franca.
Assumindo a posição de orientadora dos trabalhos, exortou-nos, de modo comovente, à fiel execução da Vontade Divina, comentando a beleza das obrigações de fraternidade que se entrelaçam, no Universo, fortalecendo a grandeza da vida.
Livro A Gênese.
CAPÍTULO XVIII – SINAIS DOS TEMPOS.
2 … O progresso da Humanidade se cumpre, pois, em virtude de uma lei. Ora, como todas as leis da Natureza são obra eterna da sabedoria e da presciência divinas, tudo o que é efeito dessas leis resulta da vontade de Deus, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável. Quando, por conseguinte, a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus, como se pode dizer também que, em tal estação, eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita.
3. Do fato de ser inevitável, porque é da natureza o movimento progressivo da Humanidade, não se segue que Deus lhe seja indiferente e que, depois de ter estabelecido leis, se haja recolhido à inação, deixando que as coisas caminhem por si sós. Sem dúvida, suas leis são eternas e imutáveis, mas porque a sua própria vontade é eterna e constante e porque o seu pensamento anima sem interrupção todas as coisas. Esse pensamento, que em tudo penetra, é a força inteligente e permanente que mantém a harmonia em tudo. Cessasse ele um só instante de atuar e o Universo seria como um relógio sem pêndulo regulador. Deus, pois, vela incessantemente pela execução de suas leis e os Espíritos que povoam o espaço são seus ministros, encarregados de atender aos pormenores, dentro de atribuições que correspondem ao grau de adiantamento que tenham alcançado.
4. O Universo é, ao mesmo tempo, um mecanismo incomensurável, acionado por um número incontável de inteligências, e um imenso governo em o qual cada ser inteligente tem a sua parte de ação sob as vistas do soberano Senhor, cuja vontade única mantém por toda parte a unidade. Sob o império dessa vasta potência reguladora, tudo se move, tudo funciona em perfeita ordem. Onde nos parece haver perturbações, o que há são movimentos parciais e isolados, que se nos afiguram irregulares apenas porque circunscrita é a nossa visão. Se lhes pudéssemos abarcar o conjunto, veríamos que tais irregularidades são apenas aparentes e que se harmonizam com o todo.
O Livro dos Médiuns, Allan Kardec item 131
‘(…) A vontade não é um ser, uma substância qualquer; não é, sequer, uma propriedade da matéria mais etérea que exista. “Vontade é atributo essencial do Espírito, é do ser pensante.”
Plinio – CELC – 2012