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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > Palestras > As Respostas Através das Perguntas de Jesus – palestra 27.7.22

As Respostas Através das Perguntas de Jesus – palestra 27.7.22

celcPalestras4 de agosto de 20222

As Respostas Através das Perguntas de Jesus

CELC 27.07.22 – Giovanni

INTRODUÇÃO

Três critérios foram usados para seleção das respostas de Jesus em forma de perguntas:

  • Ser uma resposta a algo (não necessariamente a uma outra pergunta, mas à alguma situação que esperavam uma resposta dele);
  • Ser uma pergunta;
  • Essa resposta em forma de pergunta estar sempre no início da argumentação de Jesus.

Ao todo foram separados 36 trechos que contém resposta através de pergunta.

Há neste material um estudo de cada trecho, contendo passagens das obras que estão nas referências bibliográficas, com o objetivo de realmente entender o seu significado, tanto do versículo principal (que contém a resposta em forma de pergunta), quanto dos ensinamentos contidos nos demais versículos do trecho.

Com a finalidade de uma organização maior estes 36 trechos foram divididos em 13 capítulos:

  1. FAMÍLIA
  2. PEDINDO SINAIS
  3. IMPORTÂNCIA DO ANTIGO TESTAMENTO
  4. TRADIÇÕES JUDAICAS
  5. CURA/DESOBSESSÃO
  6. A FALTA DE FÉ
  7. DIÁLOGO COM NICODEMOS
  8. DINHEIRO
  9. AUTORIDADE DE JESUS
  10. MÃOS À OBRA
  11. PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DAS OBRAS
  12. DESERTORES
  13. ALGUMAS APARIÇÕES DE JESUS APÓS A CRUCIFICAÇÃO

Entretanto, muitos trechos que estão em capítulos diferentes também possuem grandes relações entre si.

Além disso, no final deste estudo há uma conclusão que buscou, de um modo geral, contemplar alguns dos principais ensinamentos contidos.

 

  1. FAMÍLIA

1.1 – Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai? (Lucas 2)

41 Ora, seus pais iam todos os anos a Jerusalém, à festa da páscoa.
42 Quando Jesus completou doze anos, subiram eles segundo o costume da festa;
43 e, terminados aqueles dias, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém sem o
saberem seus pais;
44 julgando, porém, que estivesse entre os companheiros de viagem, andaram caminho de um
dia, e o procuravam entre os parentes e conhecidos;
45 e não o achando, voltaram a Jerusalém em busca dele.
46 E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores,
ouvindo-os, e interrogando-os.
47 E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas.
48 Quando o viram, ficaram maravilhados, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que procedeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
49 Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?
50 Eles, porém, não entenderam as palavras que lhes dissera.
51 Então, descendo com eles, foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava todas
estas coisas em seu coração.
52 E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.

Boa nova – Capítulo 2

Como se se deixasse empolgar por amorosos temores, Maria continuou:

– Ainda há alguns dias, estivemos em Jerusalém, nas comemorações costumeiras, e a facilidade de argumentação com que Jesus elucidava os problemas, que lhe eram apresentados pelos orientadores do templo, nos deixou a todos receosos e perplexos. Sua ciência não pode ser deste mundo: vem de Deus, que certamente se manifesta por seus lábios amigos da pureza. Notando-lhe as respostas, Eleazar chamou a José, em particular, e o advertiu de que o menino parece haver nascido para a perdição de muitos poderosos em Israel.

Com a prima a lhe escutar atentamente a palavra, Maria prosseguiu, de olhos úmidos, após ligeira pausa:

– Ciente desse aviso, procurei Eleazar, a fim de interceder por Jesus, junto de suas valiosas relações com as autoridades do templo. Pensei na sua infância desprotegida e receio pelo seu futuro. Eleazar prometeu interessar-se pela sua sorte; todavia, de regresso a Nazaré, experimentei singular multiplicação dos meus temores. Conversei com José, mais detidamente, acerca do pequeno, preocupada com o seu preparo conveniente para a vida!… Entretanto, no dia que se seguiu às nossas íntimas confabulações, Jesus se aproximou de mim, pela manhã, e me interpelou: “Mãe, que queres tu de mim? Acaso não tenho testemunhado a minha comunhão com o Pai que está no Céu! Altamente surpreendida com a sua pergunta, respondi-lhe, hesitante: Tenho cuidado por ti, meu filho! Reconheço que necessitas de um preparo melhor para a vida… Mas, como se estivesse em pleno conhecimento do que se passava em meu íntimo, ponderou ele: “Mãe, toda preparação útil e generosa no mundo é preciosa; entretanto, eu já estou com Deus. Meu Pai, porém, deseja de nós toda a exemplificação que seja boa e eu escolherei, desse modo, a escola melhor. No mesmo dia, embora soubesse das belas promessas que os doutores do templo fizeram na sua presença a seu respeito, Jesus aproximou-se de José e lhe pediu, com humildade, o admitisse em seus trabalhos. Desde então, como se nos quisesse ensinar que a melhor escola para Deus é a do lar e a do esforço próprio concluiu a palavra materna com singeleza —, ele aperfeiçoa as madeiras da oficina, empunha o martelo e a enxó, enchendo a casa de ânimo, com a sua doce alegria!

Caminho, verdade e vida – Capítulo 27 – Negócios

“E ele lhes disse: Por que me procuráveis? não sabíeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?“ (Lucas 2:49)

O homem do mundo está sempre preocupado pelos negócios referentes aos seus interesses efêmeros. Alguns passam a existência inteira observando a cotação das bolsas. Absorvem-se outros no estudo dos mercados. Os países têm negócios internos e externos. Nos serviços que lhes dizem respeito, utilizam-se maravilhosas atividades da inteligência. Entretanto, apesar de sua feição respeitável, quando legítimas, todos esses movimentos são precários e transitórios. As bolsas mais fortes sofrerão crises; o comércio do mundo é versátil e, por vezes, ingrato. São muito raros os homens que se consagram aos seus interesses eternos. Frequentemente, lembram-se disso, muito tarde, quando o corpo permanece a morrer. Só então, quebram o esquecimento fatal. No entanto, a criatura humana deveria entender na iluminação de si mesma o melhor negócio da Terra, porquanto semelhante operação representa o interesse da Providência Divina, a nosso respeito. Deus permitiu as transações no planeta, para que aprendamos a fraternidade nas expressões da troca, deixou que se processassem os negócios terrenos, de modo a ensinar-nos, através deles, qual o maior de todos. Eis por que o Mestre nos fala claramente, nas anotações de Lucas: — “Não sabíeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”

 

Lucas 14

16 Jesus, porém, lhe disse: Certo homem dava uma grande ceia, e convidou a muitos.
17 E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: vinde, porque tudo já está preparado.
18 Mas todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e preciso ir vê-lo; rogo-te que me dês por escusado.
19 Outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me dês por escusado.
20 Ainda outro disse: Casei-me e portanto não posso ir.
21 Voltou o servo e contou tudo isto a seu senhor: Então o dono da casa, indignado, disse a seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.
22 Depois disse o servo: Senhor, feito está como o ordenaste, e ainda há lugar.
23 Respondeu o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e obriga-os a entrar, para que a minha casa se encha.
24 Pois eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.
25 Ora, iam com ele grandes multidões; e, voltando-se, disse-lhes:
26 Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo.
27 Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo.
28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?
29 Para não acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todo os que a virem comecem a zombar dele,
30 dizendo: Este homem começou a edificar e não pode acabar.
31 Ou qual é o rei que, indo entrar em guerra contra outro rei, não se senta primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?
32 No caso contrário, enquanto o outro ainda está longe, manda embaixadores, e pede
condições de paz.
33 Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser
meu discípulo.
34 Bom é o sal; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor?
35 Não presta nem para terra, nem para adubo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir,
ouça.

Mateus 10

32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.
33 Mas qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.
34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.
35 Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora
contra sua sogra;
36 e assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa.
37 Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a
filha mais do que a mim não é digno de mim.
38 E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.
39 Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 23:6

Sem discutir as palavras, deve-se aqui procurar o pensamento, que era, evidentemente, este: “Os interesses da vida futura prevalecem sobre todos os interesses e todas as considerações humanas”, porque esse pensamento está de acordo com a substância da doutrina de Jesus, ao passo que a ideia de uma renunciação à família seria a negação dessa doutrina.

Não temos, aliás, sob as vistas a aplicação dessas máximas no sacrifício dos interesses e das afeições de família aos da pátria? Censura-se, porventura, aquele que deixa seu pai, sua mãe, seus irmãos, sua mulher, seus filhos, para marchar em defesa do seu país? Não se lhe reconhece, ao contrário, grande mérito em arrancar-se às doçuras do lar doméstico, aos liames da amizade, para cumprir um dever? É que, então, há deveres que sobrelevam a outros deveres. Não impõe a lei à filha a obrigação de deixar os pais, para acompanhar o esposo? Formigam no mundo os casos em que são necessárias as mais penosas separações. Nem por isso, entretanto, as afeições se rompem. O afastamento não diminui o respeito, nem a solicitude do filho para com os pais, nem a ternura destes para com aquele. Vê-se, portanto, que, mesmo tomadas ao pé da letra, excetuado o termo odiar, aquelas palavras não seriam uma negação do mandamento que prescreve ao homem honrar a seu pai e a sua mãe, nem do afeto paternal; com mais forte razão, não o seriam, se tomadas segundo o espírito. Tinham elas por fim mostrar, mediante uma hipérbole, quão imperioso é para a criatura o dever de ocupar-se com a vida futura.

 

1.2 – Quem é minha mãe e meus irmãos? (Marcos 3)

31 Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando da parte de fora, mandaram chamá-lo.
32 E a multidão estava sentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos
estão lá fora e te procuram.
33 Respondeu-lhes Jesus, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos?
34 E olhando em redor para os que estavam sentados à roda de si, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos!
35 Pois aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 14:7 e 8

Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia mesmo que partilhavam, até certo ponto, das prevenções de seus inimigos. O que é fato, em suma, é que o acolhiam mais como um estranho do que como um irmão, quando aparecia à família. S. João diz, positivamente (cap. 7:5), “que eles não lhe davam crédito”.

Quanto à sua mãe, ninguém ousaria contestar a ternura que lhe dedicava. Deve-se, entretanto, convir igualmente em que também ela não fazia ideia muito exata da missão do filho, pois não se vê que lhe tenha nunca seguido os ensinos, nem dado testemunho dele, como fez João Batista. O que nela predominava era a solicitude maternal. Supor que ele haja renegado sua mãe fora desconhecer-lhe o caráter. Semelhante ideia não poderia encontrar guarida naquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. Necessário, pois, se faz procurar outro sentido para suas palavras, quase sempre envoltas no véu da forma alegórica.

Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências.

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: “Eis aqui meus verdadeiros irmãos”. Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.

O Consolador 342

A resposta de Jesus aos seus discípulos – “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos? ”, é um incitamento à edificação da fraternidade universal?

– O Senhor referia-se à precariedade dos laços de sangue, estabelecendo a fórmula do amor, a qual não deve estar circunscrita ao ambiente particular, mas ligada ao ambiente universal, em cujas estradas deveremos observar e ajudar, fraternalmente, a todos os necessitados, desde os aparentemente mais felizes, aos mais desvalidos da sorte.

Boa Nova – Capítulo 12

O Evangelho continuou o Mestre, estando o apóstolo a ouvi-lo atentamente, não pode condenar os laços de família, mas coloca acima deles o laço indestrutível da paternidade de Deus. O Reino do Céu no coração deve ser o tema central de nossa vida. Tudo mais é acessório. A família, no mundo, está igualmente subordinada aos imperativos dessa edificação.

Por essa razão, os discípulos necessitam aprender a partir e a esperar onde as determinações de Deus os conduzam, porque a edificação do Reino do Céu no coração dos homens deve constituir a preocupação primeira, a aspiração mais nobre da alma, as esperanças centrais do espírito!…

1.3 – Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. (João 2)

1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, e estava ali a mãe de Jesus;
2 e foi também convidado Jesus com seus discípulos para o casamento.
3 E, tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho.
4 Respondeu-lhes Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.
6 Ora, estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas.
7 Ordenou-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.
8 Então lhes disse: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E eles o fizeram.
9 Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que
o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala ao noivo
10 e lhe disse: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
11 Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.
12 Depois disso desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram
ali não muitos dias.

A Gênese 15:47

Este milagre, referido unicamente no Evangelho de S. João, é apresentado como o primeiro que Jesus operou e, nessas condições, devera ter sido um dos mais notados. Entretanto, bem fraca impressão parece haver produzido, pois que nenhum outro evangelista dele trata. Fato não extraordinário era para deixar espantados, no mais alto grau, os convivas e, sobretudo, o dono da casa, os quais, todavia, parece que não o perceberam.

Considerado em si mesmo, pouca importância tem o fato, em comparação com os que, verdadeiramente, atestam as qualidades espirituais de Jesus. Admitido que as coisas hajam ocorrido, conforme foram narradas, é de notar-se seja esse, de tal gênero, o único fenômeno que se tenha produzido. Jesus era de natureza extremamente elevada, para se ater a efeitos puramente materiais, próprios apenas a aguçar a curiosidade da multidão que, então, o teria nivelado a um mágico. Ele sabia que as coisas úteis lhe conquistariam mais simpatias e lhe granjeariam mais adeptos, do que as que facilmente passariam por fruto de grande habilidade e destreza (nº 27).

Se bem que, a rigor, o fato se possa explicar, até certo ponto, por uma ação fluídica que houvesse, como o magnetismo oferece muitos exemplos, mudado as propriedades da água, dando-lhe o sabor do vinho, pouco provável é se tenha verificado semelhante hipótese, dado que, em tal caso, a água, tendo do vinho unicamente o sabor, houvera conservado a sua coloração, o que não deixaria de ser notado. Mais racional é se reconheça aí uma daquelas parábolas tão frequentes nos ensinos de Jesus, como a do filho pródigo, a do festim de bodas, do mau rico, da figueira que secou e tantas outras que, todavia, se apresentam com caráter de fatos ocorridos. Provavelmente, durante o repasto, terá ele aludido ao vinho e à água, tirando de ambos um ensinamento. Justificam esta opinião as palavras que a respeito lhe dirige o mordomo: “Toda gente serve em primeiro lugar o vinho bom e, depois que todos o têm bebido muito, serve o menos fino; tu, porém, guardas até agora o bom vinho.”

Entre duas hipóteses, deve-se preferir a mais racional e os espíritas não são tão crédulos que por toda parte vejam manifestações, nem tão absolutos em suas opiniões, que pretendam explicar tudo por meio dos fluidos.

Boa nova – capítulo 12

Simão, no entanto, ia pensativo como se guardasse uma dúvida no coração. Inquirido com bondade pelo Mestre, o apóstolo esclareceu: Senhor, em face dos vossos ensinamentos, como deveremos interpretar a vossa primeira manifestação, transformando a água em vinho, nas bodas de Caná? Não se tratava de uma festa mundana? O vinho não iria cooperar para o desenvolvimento da embriaguez e da gula?

Jesus compreendeu o alcance da interpelação e sorriu.

Simão, disse ele —, conheces a alegria de servir a um amigo?

Pedro não respondeu, pelo que o Mestre continuou:

— As bodas de Caná foram um símbolo da nossa união na Terra. O vinho, ali, foi bem o da alegria com que desejo selar a existência do Reino de Deus nos corações. Estou com os meus amigos e amo-os a todos. Os afetos da alma, Simão, são laços misteriosos que nos conduzem a Deus. Saibamos santificar a nossa afeição, proporcionando aos nossos amigos o máximo da alegria; seja o nosso coração uma sala iluminada onde eles se sintam tranquilos e ditosos. Tenhamos sempre júbilos novos que os reconfortem, nunca contaminemos a fonte de sua simpatia com a sombra dos pesares! As mais belas horas da vida são as que empregamos em amá-los, enriquecendo-lhes as satisfações íntimas.

E com o olhar absorto na paisagem crepuscular, onde vibravam sutis harmonias, Jesus ponderou, profeticamente:

— O vinho de Caná poderá, um dia, transformar-se no vinagre da amargura; contudo, sentirei, mesmo assim, júbilo em sorvê-lo, por minha dedicação aos que vim buscar para o amor do Todo Poderoso.

O Livro dos Médiuns – Capítulo 8

  1. A existência de uma matéria elementar única está hoje quase geralmente admitida pela ciência, e os Espíritos, como se acaba de ver, a confirmam. Todos os corpos da natureza nascem dessa matéria que, pelas transformações por que passa, também produz as diversas propriedades desses mesmos corpos. Daí vem que uma substância salutar pode, por efeito de simples modificação, tornar-se venenosa, fato de que a química nos oferece numerosos exemplos. Toda gente sabe que, combinadas em certas proporções, duas substâncias inocentes podem dar origem a uma que seja deletéria. Uma parte de oxigênio e duas de hidrogênio, ambos inofensivos, formam a água. Juntai um átomo de oxigênio e tereis um líquido corrosivo. Sem mudança nenhuma das proporções, às vezes, a simples alteração no modo de agregação molecular basta para mudar as propriedades. Assim é que um corpo opaco pode tornar-se transparente e vice-versa. Pois que ao Espírito é possível tão grande ação sobre a matéria elementar, concebe-se que lhe seja dado não só formar substâncias, mas também modificar-lhes as propriedades, fazendo para isto a sua vontade o efeito de reativo.
  2. Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo, mas inexplicado até hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético que, como atrás dissemos, é a substância que mais se aproxima da matéria cósmica, ou elemento universal. Ora, desde que ele pode operar uma modificação nas propriedades da água, pode também produzir um fenômeno análogo com os fluidos do organismo, donde o efeito curativo da ação magnética, convenientemente dirigida

Mecanismos da mediunidade – Capítulo 26

Iniciando a tarefa pública, na exteriorização de energias sublimes, encontramo-lo em Caná da Galileia, oferecendo notável demonstração de efeitos físicos, com ação a distância sobre a matéria, em transformando a água em vinho. Mas, o acontecimento não permanece circunscrito ao âmbito doméstico, porquanto, evidenciando a extensão dos seus poderes, associados ao concurso dos mensageiros espirituais que, de ordinário, lhe obedeciam às ordens e sugestões…

 

Caminho, verdade e vida – Capítulo 171 – Palavras de mãe

“Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.” – (JOÃO 2:5)

Temos igualmente, no Documento Sagrado, reminiscências de Maria. Examinemos suas preciosas palavras em Caná, cheias de sabedoria e amor materno.

Em verdade, o versículo do apóstolo João não se refere a paisagens dolorosas. O episódio ocorre numa festa de bodas, mas podemos aproveitar-lhe a sublime expressão simbólica.

Também nós estamos na festa de noivado do Evangelho com a Terra. Apesar dos quase vinte séculos decorridos, o júbilo ainda é de noivado, porquanto não se verificou até agora a perfeita união… Nesse grande concerto da ideia renovadora, somos serventes humildes. Em muitas ocasiões, esgotaste o vinho da esperança. Sentimo-nos extenuados, desiludidos… Imploramos ternura maternal e eis que Maria nos responde: Fazei tudo quanto ele vos disser.

O conselho é sábio e profundo e foi colocado no princípio dos trabalhos de salvação.
Escutando semelhante advertência de Mãe, meditemos se realmente estaremos fazendo tudo quanto o Mestre nos disse.

Gênese 41
53 Então, acabaram-se os sete anos de fartura que havia na terra do Egito,
54 e começaram a vir os sete anos de fome, como José tinha dito; e havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão.
55 E, tendo toda a terra do Egito fome, clamou o povo a Faraó por pão; e Faraó disse a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser fazei.
56 Havendo, pois, fome sobre toda a terra, abriu José tudo em que havia mantimento e vendeu aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito.

57 E todas as terras vinham ao Egito, para comprar de José, porquanto a fome prevaleceu em todas as terras.

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

“Que temos eu e tu a ver com isso”. Isso equivaleria ao seguinte: Não te importes com essa questão, ela não nos diz respeito.

Os comentadores e pregadores se têm apegado com boas razões a este texto, como ilustração de uma fé inabalável, e têm apontado para Maria como exemplo muito apropriado desse tipo de fé. Essa lição adquire ainda mais significação e vigor quando nos lembrados de que, evidentemente, ela fora repreendida de maneira suave, com alguma implicação de que o seu pedido seria um tanto tardiamente atendimento. Não obstante ela confiou inteiramente em Jesus e em seu poder.

Mateus 15

22 E eis que uma mulher cananéia, provinda daquelas cercania, clamava, dizendo: Senhor, Filho
de Davi, tem compaixão de mim, que minha filha está horrivelmente endemoninhada.
23 Contudo ele não lhe respondeu palavra. Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós.
24 Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
25 Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.
26 Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
27 Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da
mesa dos seus donos.
28 Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres.
E desde aquela hora sua filha ficou sã.

1.4 – Que queres? / Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu estou para beber? (Mateus 20)

20 Aproximou-se dele, então, a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, ajoelhando-se e
fazendo-lhe um pedido.
21 Perguntou-lhe Jesus: Que queres? Ela lhe respondeu: Concede que estes meus dois filhos
se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.
22 Jesus, porém, replicou: Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos.
23 Então lhes disse: O meu cálice certamente haveis de beber; mas o sentar-se à minha direita
e à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles para quem está
preparado por meu Pai.

24 E ouvindo isso os dez, indignaram-se contra os dois irmãos.
25 Jesus, pois, chamou-os para junto de si e lhes disse: Sabeis que os governadores dos gentios
os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles.
26 Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse
o que vos sirva;
27 e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo;
28 assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua
vida em resgate de muitos.

Boa Nova – Capítulo 4 – A família Zebedeu

[…] Os dois novos apóstolos, entretanto, eram ainda muito jovens e, em regressando a casa com o espírito arrebatado por imensa alegria, relataram a sua mãe o que se passara. Salomé, a esposa de Zebedeu, apesar de bondosa e sensível, recebeu a notícia com certo cuidado. Também ela ouvira o profeta de Nazaré nas suas gloriosas afirmativas da véspera.

Pôs-se então a ponderar consigo mesma: não estaria próximo aquele reino prometido por Jesus? Quem sabe se o filho de Maria não falava na cidade em nome de algum príncipe? Ah! o Cristo deveria ser o intérprete de algum desconhecido ilustre que recrutava adeptos entre os homens trabalhadores e mais fortes. A quem seriam confiados os postos mais altos, dentro da nova fundação? Seus filhos queridos bem os mereciam. Precisava agir, enquanto era tempo. O povo, de há muito, falava em revolução contra os romanos e os comentadores mais indiscretos anteviam a queda próxima dos Ântipas. O novo reinado estava próximo e, alucinada pelos sonhos maternais, Salomé procurou o Messias no círculo dos seus primeiros discípulos.

Senhor disse, atenciosa —, logo após a instituição do teu reino, eu desejaria que os meus filhos se sentassem um à tua direita e outro à tua esquerda, como as duas figuras mais nobres do teu trono.

Jesus sorriu è obtemperou com gesto bondoso: Antes de tudo, é preciso saber se eles quererão beber do meu cálice!… A genitora dos dois jovens embaraçou-se. Além disso, o grupo que rodeava o Messias a observava com indiscrição e manifesta curiosidade.

Reconhecendo que o instante não lhe permitia mais amplas explicações, retirou-se apressada, colocando o seu velho esposo ao corrente dos fatos.

Ao entardecer, cessado o labor do dia, Zebedeu acompanhado pelos dois filhos procurou o Mestre em casa de Simão. Jesus lhes recebeu a visita com extremo carinho, enquanto o velho galileu expunha as suas razões, humilde e respeitoso.

Zebedeu respondeu-lhe Jesus —, tu, que conheces a lei e lhe guardas os preceitos no coração, sabes de algum profeta de Deus que, no seu tempo, fosse amado pelos homens do mundo?

– Não, Senhor.

Que fizeram de Moisés, de Jeremias, de Jonas? Todos os emissários da verdade divina foram maltratados e trucidados, ou banidos do berço em que nasceram. Na Terra, o preço do amor e da verdade tem sido o martírio e a morte.

O pai de Tiago e de João ouvia-o humilde e repetia: – Sim, Senhor.

E Jesus, como se aproveitasse o momento para esclarecer todos os pontos em dúvida, continuou: O reino de Deus tem de ser fundado no coração das criaturas; o trabalho árduo é o meu gozo; o sofrimento o meu cálice; mas, o meu Espírito se ilumina da sagrada certeza da vitória.

Então, Senhor exclamou Zebedeu, respeitoso —, o vosso reino é o da paz e da resignação que os crentes de Elias esperavam! Jesus com um sorriso de benignidade acrescentou:

– A paz da consciência pura e a resignação suprema à vontade de meu Pai são do meu reino; mas os homens costumam falar de uma paz que é ociosidade de espírito e de uma resignação que é vício do sentimento. Trago comigo as armas para que o homem combata os inimigos que lhe subjugam o coração e não descansarei enquanto não tocarmos o porto da vitória. Eis por que o meu cálice, agora, tem de transbordar de fel, que são os esforços ingentes que a obra reclama.

E, como se quisesse pormenorizar os esclarecimentos, prosseguiu: Há homens poderosos no mundo que morrem comodamente em seus palácios, sem nenhuma paz no coração, transpondo em desespero e com a noite na consciência os umbrais da eternidade; há lutadores que morrem na batalha de todos os momentos, muita vez vencidos e humilhados, guardando, porém, completa serenidade de espírito, porque, em todo o bom combate, repousaram o pensamento no seio amoroso de Deus. Outros há que aplaudem o mal, numa falsa atitude de tolerância, para lhe sofrer amanhã os efeitos destruidores.

Os verdadeiros discípulos das verdades do céu, esses não aprovam o erro, nem exterminam os que os sustentam. Trabalham pelo bem, porque sabem que Deus também está trabalhando. O Pai não tolera o mal e o combate, por muito amar a seus filhos. Vê, pois, Zebedeu, que o nosso reino é de trabalho perseverante pelo bem real da Humanidade inteira.

Caminho, Verdade e Vida – Capítulo 65 – Pedir

“Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis.” — (MATEUS 20:22.)

A maioria dos crentes dirige-se às casas de oração, no propósito de pedir alguma coisa. Raros os que aí comparecem, na verdadeira atitude dos filhos de Deus, interessados nos sublimes desejos do Senhor, quanto à melhoria de conhecimentos, à renovação de valores íntimos, ao aproveitamento espiritual das oportunidades recebidas de Mais Alto.

A rigor, os homens deviam reconhecer nos templos o lugar sagrado do Altíssimo, onde deveriam aprender a fraternidade, o amor, a cooperação no seu programa divino. Quase todos, porém, preferem o ato de insistir, de teimar, de se imporem ao paternal carinho de Deus, no sentido de lhe subornarem o Poder Infinito. Pedinchões inveterados, abandonam, na maior parte das vezes, o traçado reto de suas vidas, em virtude da rebeldia suprema nas relações com o Pai.

Tanto reclamam, que lhes é concedida a experiência desejada. Sobrevêm desastres. Surgem as dores. Em seguida, aparece o tédio, que é sempre filho da incompreensão dos nossos deveres.

Provocamos certas dádivas no caminho, adiantamo-nos na solicitação da herança que nos cabe, exigindo prematuras concessões do Pai, à maneira do filho pródigo, mas o desencanto constitui-se em veneno da imprevidência e da irresponsabilidade.

O tédio representará sempre o fruto amargo da precipitação de quantos se atiram a patrimônios que lhes não competem.

Tenhamos, pois, cuidado em pedir, porque, acima de tudo, devemos solicitar a compreensão da vontade de Jesus a nosso respeito

A Espada de Dâmocles

Era uma vez um rei chamado Dionísio, monarca de Siracusa, a cidade mais rica da Sicília. Vivia num palácio cheio de requintes e de coisas bonitas, atendido por uma criadagem sempre disposta a fazer-lhe as vontades. Naturalmente, por ser rico e poderoso, muitos siracusanos invejavam-lhe a sorte. Dâmocles estava entre eles. Era um dos melhores amigos de Dionísio e dizia-lhe frequentemente:

– Que sorte a sua! Você tem tudo que se pode desejar. Só pode ser o homem mais feliz do mundo!

Dionísio foi ficando cansado de ouvir esse tipo de conversa e certo dia propôs: Troque de lugar comigo por um dia apenas e desfrute disso tudo, o que foi imediatamente aceito por Dâmocles.

No dia seguinte, Dâmocles foi levado ao palácio e todos os criados reais lhe puseram na cabeça as coroas de ouro. Ele sentou-se à mesa na sala de banquetes e foi-lhe servida lauta refeição. Nada lhe faltou ao seu bel-prazer. Havia vinhos requintados, raros perfumes, lindas flores e música maravilhosa. Sentiu-se o homem mais feliz do mundo.

– Ah, isso é que é vida! – confessou a Dionísio, que se encontrava sentado à mesa, na outra extremidade.

De repente Dâmocles enrijeceu-se todo. O sorriso fugiu-lhe dos lábios e o rosto empalideceu. Suas mãos estremeceram. Esqueceu-se da comida, do vinho, da música. Só quis saber de ir embora dali, para bem longe do palácio, para onde quer que fosse, pois havia observado que pendia bem acima de sua cabeça uma espada, presa ao teto por um único fio de crina de cavalo. A lâmina brilhava, apontando diretamente para seus olhos.

Ele foi se levantando, pronto para sair correndo, mas deteve-se temendo que um movimento brusco pudesse arrebentar aquele fiozinho fino e fizesse com que a espada lhe caísse em cima. Ficou paralisado, preso ao assento.

– O que foi, meu amigo? – perguntou Dionísio. – Parece que você perdeu o apetite.

– Essa espada! Essa espada! – disse o outro, num sussurro.

– Você não está vendo? – É claro que estou. Vejo-a todos os dias. Está sempre pendendo sobre minha cabeça e há sempre a possibilidade de alguém ou alguma coisa partir o fio.

Um dos meus conselheiros pode ficar enciumado do meu poder e tentar me matar. As pessoas podem espalhar mentiras a meu respeito, para jogar o povo contra mim. Pode ser que um reino vizinho envie um exército para tomar-me o trono. Ou então, posso tomar uma decisão errônea que leve à minha derrocada.

Quem quer ser tirano, ocupar as primeiras posições e controlar a ferro e fogo tudo e todos precisa estar disposto a aceitar esses riscos. Eles vêm junto com o poder, percebe?

– É claro que percebo! – disse Dâmocles.

– Vejo agora que eu estava enganado e que você tem muitas coisas no que pensar além de sua riqueza, fama e posição. Por favor, assuma o seu lugar e deixe-me voltar para a minha modesta casa.

Até o fim de seus dias, Dâmocles não voltou a querer trocar de lugar com o rei tirano, nem por um momento sequer.

I Coríntios 12:12 a 20

12 Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo,
embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo.
13 Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos,
quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito.
14 Porque também o corpo não é um membro, mas muitos.
15 Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixará de ser do corpo.
16 E se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixará de ser do
corpo.
17 Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o
olfato?
18 Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
19 E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
20 Agora, porém, há muitos membros, mas um só corpo.

 

  1. PEDINDO SINAIS

2.1 – Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (João 14)

8 Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
9 Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
10
Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é quem faz as suas obras.
11 Crede-me que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim; crede ao menos por causa das
mesmas obras.
12 Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em mim, esse também fará as obras que
eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para o Pai;

Fé, paz e amor – Convicções

Na pressa de fazer triunfar os princípios cristãos, há quem rogue da Esfera Superior manifestações evidentes, capazes de ferir a atenção do mundo, nele plasmando convicções indeléveis acerca da Vida Maior.

E clamam por materializações espetaculares na praça pública, por sinais estupefacientes no céu, pela identificação positiva de personalidades desencarnadas, por testemunhos indiscutíveis da sobrevivência, por intervenções no laboratório em favor da cura de moléstias enigmas ou por mensagens proféticas que abalem o ânimo das nações.

Não percebem, no entanto, que a Providência Divina espalha bênçãos espantosas, em todas as direções, sem que o homem se detenha, junto delas, para a necessária reflexão.

Deus que espera o fruto por talento da vida a emergir vagarosamente do tronco robusto, aguarda igualmente a sublimação da alma, por louro imortal a surgir dela própria.

Atendamos, assim, sem descanso, à sementeira do bem, na certeza de que aprendendo e servindo, na escola dos bons exemplos, é que poderemos fortalecer, uns nos outros, a luz do entendimento e a constância da fé, o poder do trabalho e a força da razão.

Lucas 16

27 Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles
também para este lugar de tormento.
29 Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
30 Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de
se arrepender.
31 Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão,
ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.

Pão nosso – capítulo 116 – Ouçam-nos

“Disse­-lhe Abraão:  Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-­nos”. (Lucas, 16:29) 

Há precisamente um século, estabeleceu-­se intercâmbio mais intenso entre os dois planos, na grande movimentação do Cristianismo redivivo; contudo, há aprendizes que contemplam o céu, angustiados tão ­só porque nunca receberam a mensagem direta de um pai ou de um filho na experiência humana. Alguns chegam ao disparate de se desviarem da senda alegando tais motivos. Para esses, o fenômeno e a revelação no Espiritismo evangélico são simples conjunto de inverdades, porque nada obtiveram de parentes mortos, em consecutivos anos de observação.

Ninguém justifique a própria cegueira com a insatisfação do capricho pessoal.

O mundo está repleto de mensagens e emissários, há milênios. O grande problema, no entanto, não está em requisitar­-se a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas.

2.2 – Sabeis discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos? (Mateus 16)

1 Então chegaram a ele os fariseus e os saduceus e, para o experimentarem, pediram-lhe que
lhes mostrasse algum sinal do céu.
2 Mas ele respondeu, e disse-lhes: Ao cair da tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu
está rubro.
3 E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Ora,
sabeis discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos?
4 Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas.
E, deixando-os, retirou-se.

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

As autoridades religiosas dos judeus tinham conhecimento suficiente sobre os fenômenos físicos para predizer, com certa probabilidade, quais seriam as condições atmosféricas. Quando o céu ficava vermelho sombrio reconheciam que se avizinhava um temporal. Quando, contudo, ouviram as profecias de João Batista e de Jesus acerca da destruição de Jerusalém, acerca do julgamento de Israel e acerca da vinda do juiz, que é o Messias, não tiveram capacidade espiritual para interpretar esses sinais.

Boa Nova 16

Conta a narrativa de Marcos que, voltando Jesus de uma das suas excursões, se encaminhou para o território de Dalmanuta, onde vários fariseus se puseram a discutir com ele, para experimentá-lo. Entremostrando a dor que lhe causava a incompreensão ambiente, o Mestre exclamou com a sua energia serena: — “Por que pede esta geração um sinal do Céu?”

Era frequente buscarem o Messias com a preocupação exclusiva do maravilhoso. Alguns exigiam os milagres mais extravagantes, no ar, no firmamento, nas águas. Jesus não afirmava ser o Filho de Deus?!… No exercício do seu ministério, não expulsara Espíritos malignos, não curara paralíticos e leprosos? Os fariseus principalmente eram os que desejavam crer nos ensinamentos novos, mas, dentro das normas do velho egoísmo humano, reclamavam prévias compensações do sobrenatural ao apoio do dia seguinte.

De todos os discípulos, era Tomé o que mais se preocupava com a dilatação, que lhe parecia necessária, da zona de influenciação do Senhor junto dos homens considerados os mais importantes e os mais ricos. […] quando o discípulo surgiu inesperadamente, reclamando-lhe a atenção nestes termos:

— Senhor, numerosos homens de importância estão na localidade e desejam o sinal de vossa missão divina!

Reparando que Jesus guardara silêncio, Tomé continuou a falar, desejoso de acender entusiasmo em torno do seu alvitre.

— São altos funcionários de Herodes, em companhia de doutores de Jerusalém, que excursionam por estas paragens… Além disso, estão acompanhados de patrícios romanos, interessados em conhecer o lago e as suas aldeias mais influentes. Esses viajantes ilustres fizeram-me portador de um convite atencioso e amável, pois vos esperam em casa do centurião Cornélio Cimbro!…

Jesus, entretanto, depois de longo silêncio, no qual pareceu examinar detidamente a atitude mental do interlocutor, perguntou com serenidade, mas em tom algo doloroso:

— Que desejam de mim?

— Querem conhecer-vos, Mestre! — Replicou o apóstolo, mais confortado.

— Não é necessário que me vejam a mim; mas, que sintam a verdade que trago de Nosso Pai. – Redarguiu Jesus, com tranquila firmeza.

[…] Tomé escutava-o, surpreso e entristecido; todavia, com o propósito de se justificar, acrescentou comovido:

— Mestre, compreendo as vossas observações divinas; no entanto, esses forasteiros desejavam apenas um sinal de Deus nos céus.

— Mas, se são incapazes de perceber a presença do Nosso Pai, como poderão reconhecer-lhe um simples sinal? — Perguntou Jesus, com todo o vigor da sua convicção.

[…] Ante a firmeza das elucidações, o apóstolo não mais insistiu. Ainda, porém, interrogou, hesitante:

— Mestre, qual será então a nossa senha? Como provar às criaturas que o nosso esforço está com Deus?

— Uma só lágrima, que console e esclareça um coração atormentado, — explicou Jesus, — vale mais do que um sinal imenso no céu, destinado tão somente a impressionar os miseráveis sentidos da criatura. A nossa senha, Tomé, é a nossa própria exemplificação, na humildade e no trabalho. Quando quiseres esclarecer o espírito de alguém, nunca lhe mostres que sabes alguma coisa; sofre, porém, com as suas dores e colherás resultado. A redenção consiste em amar intensamente. Se te interessas por um amigo, suporta os seus infortúnios e imperfeições, anda em sua companhia nos dias amargos e dolorosos! O nosso sinal é o do amor que eleva e santifica, porque só ele tem a luz que atravessa os grandes abismos. Vai e não descreias, porque não triunfaremos no mundo somente pelo que fizermos, mas também pelo que deixarmos de fazer, no âmbito das suas falsas grandezas!…

Vinha de luz – cap. 145- Demonstrações

“E saíram os fariseus e começaram a disputar com ele, pedindo-­lhe, para o tentarem, um sinal do Céu.” (Marcos, 8:11) 

No Espiritismo cristão, de quando em quando aparecem aprendizes do Evangelho sumamente interessados em atender a certas requisições, no capítulo da fenomenologia psíquica.

Exigem sinais do Céu, tangíveis, incontestáveis.

Na maioria das vezes, porém, a movimentação não passa de simples repetição do gesto dos fariseus antigos.

Médiuns e companheiros outros, em grande número, não se precatam de que os pedidos de demonstrações celestes são formulados, quase que invariavelmente, em obediência a propósitos inferiores.

Há ilações lógicas no assunto, que importa não desprezarmos. Se um espírito permanece encarnado na Terra, como poderá fornecer sinais de Júpiter? Se as solicitações dessa natureza, endereçadas ao próprio Cristo, foram situadas no âmbito das tentações, com que argumento poderão impô-­las os discípulos novos aos seus amigos do invisível?

Ao invés disso, aliás, os aprendizes fiéis devem estar preparados para o trabalho demonstrativo de Jesus, na Terra.

É óbvio que o cristão não possa provocar uma tela mágica sobre as nuvens errantes, mas pode revelar como se exerce o ministério da fraternidade no mundo. Não poderá desdobrar a paisagem total onde se movimentam as criaturas desencarnadas, em outros campos vibratórios; entretanto, está habilitado a prestar  colaboração intensiva no esclarecimento dos homens do presente e do futuro.

Quem reclama sinais do Céu será talvez ignorante ou portador  de má­-fé; contudo, o seguidor da Boa Nova que procura satisfazer o insensato é distraído ou  louco.

Se te requisitam demonstrações exóticas, replica, resoluto, que não foste designado para a produção de maravilhas e esclarece a teu irmão que permaneces determinado a aprender com o Mestre a ciência da Vida Abundante, a fim de ofereceres à Terra o teu sinal de amor e luz, inquebrantável na fé, para não sucumbir às tentações.

 

  1. IMPORTÂNCIA DO ANTIGO TESTAMENTO

3.1 – Que está escrito na lei? Como lês tu? / Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? (Lucas 10)

25 E eis que se levantou certo doutor da lei e, para o experimentar, disse: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
26 Perguntou-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como lês tu?
27 Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma,
de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
28 Tornou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso, e viverás.
29 Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo?
30 Jesus, prosseguindo, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de
salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
31 Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo.
32 De igual modo também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou de largo.
33 Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de
compaixão;
34 e aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua
cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
35 No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o
que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar.
36 Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos
salteadores?
37 Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois,
Jesus: Vai, e faze tu o mesmo.

O Evangelho por Emmanuel – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas

Ele lhe disse: que está escrito na Lei? Como lês? (Lucas 10:26)

A interrogação do Mestre ao doutor de Jerusalém dá ideia do interesse de Jesus pela nossa maneira de penetração da leitura. Sem nos referirmos ao círculo vasto de pessoas ainda indiferentes às lições do Evangelho, podemos reconhecer, mesmo entre os aprendizes, as mais diversas tendências no que se refere ao problema dos livros.

Os leitores distanciam-se uns dos outros pelas expressões mais heterogêneas. Uns pedem consolação, outros procuram recreio. Há os que buscam motivos tristes por cultivar a dor, tanto quanto os que se arvoram em caçadores de gargalhadas. Surgem os que reclamam tóxicos intelectuais, os que andam em busca de fantasias, os que insistem por incentivos à polêmica envenenada.

Raros leitores pedem iluminação. Sem isto, entretanto, podem ler muito, saturando o pensamento de teorias as mais estranhas. Chega o dia em que reconhecem a pouca substancialidade de seus esforços, porque, sem luz, o conforto pode induzir à preguiça, ao entretenimento, à aventura menos digna, à tristeza, ao isolamento, ao riso e ao deboche.  Com a iluminação espiritual, todavia, cada coisa permanece em seulugar, orientada no sentido próprio de utilidade justa.

Lembra que quando te aproximes de um livro estás sempre pedindo alguma coisa. Repara, com atenção, o que fazes. Que procuras? Emoções, consolo, entretenimento? Não olvides que o Mestre pode também interrogar-te: “Como lês?”.

(Livro – Alma e Luz – cap 6)

Caminho, verdade e vida – Capítulo 157 – Faze isso e viverás

“E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.” — (Lucas 10:28.)

O caso daquele doutor da Lei que interpelou o Mestre a respeito do que lhe competia fazer para herdar a vida eterna, reveste-se de grande interesse para quantos procuram a bênção do Cristo.

A palavra de Lucas é altamente elucidativa. Não se surpreende Jesus com a pergunta, e, conhecendo a elevada condição intelectual do consulente, indaga acerca da sua concepção da Lei e fá-lo sentir que a resposta à interrogação já se achava nele mesmo, insculpida na tábua mental de seus conhecimentos.

Respondeste bem, diz o Mestre. E acrescenta: “Faze isso, e viverás”. Semelhante afirmação destaca-se singularmente, porque o Cristo se dirigia a um homem em plena força de ação vital, declarando entretanto: Faze isso, e viverás.

É que o viver não se circunscreve ao movimento do corpo, nem à exibição de certos títulos convencionais. Estende-se a vida a esferas mais altas, a outros campos de realização superior com a espiritualidade sublime.

A mesma cena evangélica diariamente se repete em muitos setores. Grande número de aprendizes, plenamente integrados no conhecimento do dever que lhes compete, tocam a pedir orientação dos Mensageiros Divinos, quanto à melhor maneira de agir na Terra… a resposta, porém, está neles mesmos, em seus corações que temem a responsabilidade, a decisão e o serviço áspero…

Se já foste banhado pela claridade da fé viva, se foste beneficiado pelos princípios da salvação, executa o que aprendeste do nosso Divino Mestre: Faze isso, e viverás.

Parábolas e Ensinos de Jesus – Parábola do Bom Samaritano

Os samaritanos eram considerados heréticos aos olhos dos judeus ortodoxos; por isso mesmo eram desprezados, anatematizados e perseguidos.

Pois bem, esse que, segundo a afirmação dos sacerdotes, era um descrente, um condenado, foi justamente o que Jesus escolheu como figura preeminente de sua parábola. O interessante, ainda, é que a referida parábola foi proposta a um doutor da lei, a um judeu da alta sociedade que, para tentar o Mestre, foi inquiri-lo a respeito da vida eterna.

O judeu doutor não ignorava os mandamentos, e como os podia ignorar se era doutor! Mas, com certeza, não os praticava! Conhecia a teoria, mas desconhecia a prática. O amor de toda a alma, de todo o coração, de todo o entendimento e de toda a força que o doutor judeu conhecia, não era ainda bastante para fazê-lo cumprir seus deveres para com Deus e o próximo.

Amava, como amavam os fariseus, como os escribas amavam e como amam os sacerdotes atuais, os padres contemporâneos e os doutores da lei de nossos dias. Era um amor muito diferente e quiçá oposto ao que preconizou o Filho de Deus.

É o amor do sacerdote, que, vendo o pobre ferido, despido e espancado, quase morto, passou de largo; é o amor do levita (padre também da Tribo de Levi), que, vendo caído, ensanguentado, nu e arquejante à beira do caminho, por onde passava, um pobre homem, também se fez ao largo; é o amor dos egoístas, o amor dos que não compreenderam ainda o que é o amor; é o amor do sectário fanático que ama a abstração mas desama a realidade!

Salientando na sua parábola essas personalidades poderosas da sua época, e cujo exemplo é fielmente imitado pelo sacerdócio atual, quis Jesus fazer ver aos que lessem o seu Evangelho que a santidade dessa gente não chega ao mínimo do Reino dos Céus, ao passo que os excomungados pelas igrejas, que praticam o bem, se acham no caminho da vida eterna.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 15:3

Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o inquérito? Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que crê de outro? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.

3.2 – Que vos ordenou Moisés? (Marcos 10)

1 Levantando-se Jesus, partiu dali para os termos da Judéia, e para além do Jordão; e do novo
as multidões se reuniram em torno dele; e tornou a ensiná-las, como tinha por costume.
2 Então se aproximaram dele alguns fariseus e, para o experimentarem, lhe perguntaram: É lícito ao homem repudiar sua mulher?
3 Ele, porém, respondeu-lhes: Que vos ordenou Moisés?
4 Replicaram eles: Moisés permitiu escrever carta de divórcio, e repudiar a mulher.
5 Disse-lhes Jesus: Pela dureza dos vossos corações ele vos deixou escrito esse mandamento.
6 Mas desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher.
7 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, [e unir-se-á à sua mulher,]
8 e serão os dois uma só carne; assim já não são mais dois, mas uma só carne.
9 Porquanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.
10 Em casa os discípulos interrogaram-no de novo sobre isso.
11 Ao que lhes respondeu: Qualquer que repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra ela;
12 e se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 1:9

A moral que Moisés ensinou era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos que ela se propunha regenerar, e esses povos, semisselvagens quanto ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a Deus de outro modo que não por meio de holocaustos, nem que se devesse perdoar a um inimigo. Notável do ponto de vista da matéria e mesmo do das artes e das ciências, a inteligência deles muito atrasada se achava em moralidade e não se houvera convertido sob o império de uma religião inteiramente espiritual. Era-lhes necessária uma representação semimaterial, qual a que apresentava então a religião hebraica. Os holocaustos lhes falavam aos sentidos, ao mesmo passo que a ideia de Deus lhes falava ao espírito.

O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. É a lei do progresso, a que a natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a humanidade avance.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 22: 3 e 5

Nem a lei civil, porém, nem os compromissos que ela faz se contraiam podem suprir a lei do amor, se esta não preside à união, resultando, frequentemente, separarem-se por si mesmos os que à força se uniram; torna-se um perjúrio, se pronunciado como fórmula banal, o juramento feito ao pé do altar. Daí as uniões infelizes, que acabam tornando-se criminosas, dupla desgraça que se evitaria ao estabelecerem-se as condições do matrimônio, se não abstraísse da única que o sanciona aos olhos de Deus: a lei de amor. Ao dizer Deus: “Não sereis senão uma só carne”, e quando Jesus disse: “Não separeis o que Deus uniu”, essas palavras se devem entender com referência à união segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens.

Mas, nem mesmo Jesus consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento. Não disse ele: “Foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres”? Isso significa que, já ao tempo de Moisés, não sendo a afeição mútua a única determinante do casamento, a separação podia tornar-se necessária. Acrescenta, porém: “no princípio, não foi assim”, isto é, na origem da humanidade, quando os homens ainda não estavam pervertidos pelo egoísmo e pelo orgulho e viviam segundo a lei de Deus, as uniões, derivando da simpatia, e não da vaidade ou da ambição, nenhum ensejo davam ao repúdio.

O Livro dos Espíritos

697 – Está na lei da natureza, ou somente na lei humana, a indissolubilidade absoluta do casamento?

“É uma lei humana muito contrária à da natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da natureza são imutáveis.”

O Consolador

179 –No capítulo das afeições terrenas, o casar ou não casar está fora da vontade dos seres humanos?

-O matrimônio na Terra é sempre uma resultante de determinadas resoluções, tomadas na vida do Infinito, antes da reencarnação dos espíritos, seja por orientação dos mentores mais elevados, quando a entidades não possui a indispensável educação para manejar as suas próprias faculdades, ou em consequência de compromissos livremente assumidos pelas almas, antes de suas novas experiências no mundo; razão pela qual os consórcios humanos estão previstos na existência dos indivíduos, no quadro escuro das provas expiatórias, ou no acervo de valores das missões que regeneram e santificam.

Ação e Reação – Capítulo 14

[…]Nos problemas matrimoniais, agravados pela defecção de um dos cônjuges ou mesmo pela deserção de ambos do dever a cumprir, o divórcio é compreensível como providência contra o crime, seja ele o assassínio ou o suicídio… Entretanto, assim como o choque operatório para o tumor e a quinina para certas febres são recursos de emergência, sem capacidade de liquidar as causas profundas da enfermidade, as quais prosseguem reclamando tratamento longo e laborioso, o divórcio não soluciona o problema da redenção, porque ninguém se reúne no casamento humano ou nos empreendimentos de elevação espiritual, no mundo, sem o vínculo do passado, e esse vínculo, quase sempre, significa débito no Espírito ou compromisso vivo e delongado no tempo. O homem ou a mulher, desse modo, podem provocar o divórcio e obtê-lo, como sendo o menor dos piores males que lhes possam acontecer… Ainda assim, não se liberam da dívida em que se acham incursos, cabendo-lhes voltar ao pagamento respectivo, tão logo seja oportuno.[…]

I Coríntios 7

12 Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher incrédula, e ela consente
em habitar com ele, não se separe dela.
13 E se alguma mulher tem marido incrédulo, e ele consente em habitar com ela, não se separe
dele.
14 Porque o marido incrédulo é santificado pela mulher, e a mulher incrédula é santificada pelo
marido crente; de outro modo, os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.
15 Mas, se o incrédulo se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou a irmã, não está
sujeito à servidão; pois Deus nos chamou em paz.
16 Pois, como sabes tu, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, como sabes tu, ó marido, se
salvarás tua mulher?
3.3 – Nunca lestes (Salmos 8:3): Da boca de pequeninos e de criancinhas de peito tiraste perfeito louvor? (Mateus 21)

12 Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e derribou
as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas;
13 e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis
covil de salteadores.
14 E chegaram-se a ele no templo cegos e coxos, e ele os curou.
15 Vendo, porém, os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que ele fizera, e os
meninos que clamavam no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se,
16 e perguntaram-lhe: Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e de criancinhas de peito tiraste perfeito louvor?(Salmos, 8:3)
17 E deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite.

O Consolador

276 –A previsão e a predição, nos livros sagrados, dão a entender que os profetas eram diretamente inspirados pelo Cristo?

-Nos textos sagrados das fontes divinas do Cristianismo, as previsões e predições se efetuaram sob a ação direta do Senhor, pois só Ele poderia conhecer bastante os corações, as fraquezas e as necessidades dos seus rebeldes tutelados, para sondar com precisão as estradas do futuro, sob a misericórdia e a sabedoria de Deus.

O Consolador – 109:

[…] Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas […]

Marcos 10:

13 Então lhe traziam algumas crianças para que as tocasse; mas os discípulos o repreenderam.
14 Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim as crianças, e não as
impeçais, porque de tais é o reino de Deus.
15 Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira
nenhuma entrará nele.
16 E, tomando-as nos seus braços, as abençoou, pondo as mãos sobre elas.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 8:3 e 4

[…] É exata a comparação, porém, do ponto de vista da vida presente, porquanto a criancinha, não havendo podido ainda manifestar nenhuma tendência perversa, nos apresenta a imagem da inocência e da candura. Daí o não dizer Jesus, de modo absoluto, que o reino dos céus é para elas, mas para os que se lhes assemelhem.

[…] A partir do nascimento, suas ideias tomam gradualmente impulso, à medida que os órgãos se desenvolvem, pelo que se pode dizer que, no curso dos primeiros anos, o Espírito é verdadeiramente criança, por se acharem ainda adormecidas as ideias que lhe formam o fundo do caráter.

[…]O Espírito, pois, enverga temporariamente a túnica da inocência e, assim, Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza e da simplicidade.

Jeremias 7

1 A palavra que foi dita a Jeremias pelo SENHOR, dizendo:
2 Põe-te à porta da Casa do SENHOR, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do SENHOR, todos de Judá, vós os que entrais por estas portas, para adorardes ao SENHOR.
3 Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar neste lugar.
4 Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este.
5 Mas, se deveras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras fizerdes juízo entre um homem e entre o seu companheiro,
6 se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal,

7 eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, de século em século.
8 Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada são proveitosas.
9 Furtareis vós, e matareis, e cometereis adultério, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes,
10 e então vireis, e vos poreis diante de mim nesta casa, que se chama
pelo meu nome, e direis: Somos livres, podemos fazer todas estas abominações?
11 É, pois, esta casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isso, diz o SENHOR.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 26:6

Jesus expulsou do templo os mercadores. Condenou assim o tráfico das coisas santas sob qualquer forma. Deus não vende a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no reino dos céus. Não tem, pois, o homem, o direito de lhes estipular preço.

 

  1. TRADIÇÕES JUDAICAS

4.1 – Acaso não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros? Como entrou na casa de Deus, e como eles comeram os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem a seus companheiros, mas somente aos sacerdotes? Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? (Mateus 12)

1 Naquele tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os seus discípulos, sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer.
2 Os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é
lícito fazer no sábado.
3 Ele, porém, lhes disse: Acaso não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus
companheiros?
4
Como entrou na casa de Deus, e como eles comeram os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem a seus companheiros, mas somente aos sacerdotes?
5
Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?
6 Digo-vos, porém, que aqui está o que é maior do que o templo.
7 Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes.
8 Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor.

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

Jesus replicou, usando o argumento que os fariseus reputavam seu principal argumento contra ele: as Escrituras do Antigo Testamento. Jesus cita a história de Davi, em I Samuel 21. Os sacerdotes do AT tinham regras elaboradas sobre o preparo dos pães da proposição, os pães da face, isto é, da presença de Deus. No início de cada sábado, esses pães eram substituídos por novos, enquanto os velhos eram postos sobre a mesa recoberta de ouro, no pórtico do santuário. Sem dúvida, esses pães velhos eram consumidos pelos sacerdotes, e nessa ocasião da história de Davi, foram comidos não apenas por Davi, mas também por seus homens, que o acompanhavam.

[…] Neste segundo argumento, Jesus mostra que os próprios sacerdotes, em suas tarefas no templo, trabalhavam em um dia de sábado. Jesus mostra que o trabalho manual, no sábado, não é pecado por si mesmo, porquanto há pessoas livres dessa lei.

I Samuel 21: 3 a 6

3 Agora, pois, que tens à mão? Dá-me cinco pães na minha mão ou o que se achar.
4 E, respondendo o sacerdote a Davi, disse: Não tenho pão comum à mão; há, porém, pão sagrado, se ao menos os jovens se abstiveram das mulheres.
5 E respondeu Davi ao sacerdote e lhe disse: Sim, em boa fé, as mulheres se nos vedaram desde ontem; e, anteontem, quando eu saí, o corpo dos jovens também era santo; e em alguma maneira é pão comum, quanto mais que hoje se santificará outro no corpo!
6 Então, o sacerdote lhe deu o pão sagrado, porquanto não havia ali outro pão, senão os pães da proposição, que se tiraram de diante do SENHOR, para se pôr ali pão quente, no dia em que aquele se tirasse

Pão Nosso – Capítulo 30 – Convenções

“E disse­-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” (Marcos, 2:27)

O sábado, nesta passagem evangélica, simboliza as convenções organizadas para o serviço humano. Há criaturas que por elas sacrificam todas as possibilidades de elevação espiritual. Quais certos encarregados dos serviços públicos que adiam indefinidamente determinadas providências de interesse coletivo, em virtude da ausência de um selo minúsculo, pessoas existem que, por bagatelas, abandonam grandes oportunidades de união com a esfera superior.

Ninguém ignora o lado útil das convenções. Se fossem totalmente imprestáveis, o Pai não lhes permitiria a existência no jogo das circunstâncias. São tabelas para a classificação dos esforços de cada um, tábuas que designam o tempo adequado a esse ou àquele mister; todavia, transformá­-las em preceito inexpugnável ou em obstáculo intransponível, constitui grave dano à tranquilidade comum.

A maioria das pessoas atende­-as, antes da própria obediência a Deus; entretanto, o Altíssimo dispôs todas as organizações da vida para que ajudem a evolução e o aprimoramento dos filhos. O próprio Planeta foi edificado por causa do homem.

Se o Criador foi a esse extremo de solicitude em favor das criaturas, por que deixarmos de satisfazer­-lhe os divinos desígnios, prendendo­-nos às preocupações inferiores da atividade terrestre?

As convenções definem, catalogam, especificam e enumeram, mas não devem tiranizar a existência. Lembra­-te de que foram dispostas no caminho a fim de te servirem. Respeita-­as, na feição justa e construtiva; contudo, não as convertas em cárcere.

O Evangelho por Emmanuel – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

E se soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não oferenda, não teríeis condenado os sem culpa (Mateus 12:7)

Cilícios para ganhar os Céus!  A Infinita Bondade abençoe a quem os pratique de boa fé, no entanto, convém recordar que o Apelo Divino solicita “misericórdia e não sacrifício”.

Nessa legenda, lógica espírita aconselha disciplinas edificantes e não rigores inúteis; austeridades que rendam educação e progresso; regimes que frutifiquem compreensão e beneficência; cooperação por escola e trabalho exprimindo aprendizado espontâneo. Quando tenhas uma hora disponível, acima do repouso que te restaure, canaliza atenção e força para que se atenuem os sofrimentos da retaguarda.

Um minuto de carinho para com os alienados mentais ensina a preservar o próprio juízo. Alguns momentos de serviço, junto ao leito dos paralíticos, articulam preciosa aula de paciência. Simples visita ao hospital diminui ilusões. Cozinhar prato humilde, a benefício dos que não conseguem assegurar a subsistência, impele a corrigir os excessos da mesa. Costurar em socorro dos que tremem desnudos, auxilia a esquecer extravagâncias de vestuários. Entregar voluntariamente algum recurso, nos lares desprotegidos, criando reconforto e esperança, imuniza contra o flagelo da usura e contra a voragem do desperdício. Amparar em pessoa aos que vagam sem rumo ensina respeito ao lar que nos aconchega.

Cilícios para conquistar os talentos celestes!… Façamos aqueles que se transfigurem nas obras de fraternidade e elevação, por melhorarem a vida, melhorando a nós mesmos. Não ignoramos que tanto o Planeta Terrestre, quanto as criaturas que povoam jazem vivos, em pleno céu, entretanto, jamais contemplaremos a luz divina do céu que nos circunda sem acendê-la, dentro de nós.

4.2 – Podem porventura ficar tristes os convidados às núpcias, enquanto o noivo está com eles?  (Mateus 9)

9 Partindo Jesus dali, viu sentado na coletoria um homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
10 Ora, estando ele à mesa em casa, eis que chegaram muitos publicanos e pecadores, e se
reclinaram à mesa juntamente com Jesus e seus discípulos.
11 E os fariseus, vendo isso, perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com
publicanos e pecadores?
12 Jesus, porém, ouvindo isso, respondeu: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os
enfermos.
13 Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores.
14 Então vieram ter com ele os discípulos de João, perguntando: Por que é que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não jejuam?
15 Respondeu-lhes Jesus: Podem porventura ficar tristes os convidados às núpcias, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, porém, em que lhes será tirado o noivo, e então hão de jejuar.
16 Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque semelhante remendo tira parte do vestido, e faz-se maior a rotura.
17 Nem se deita vinho novo em odres velhos; do contrário se rebentam, derrama-se o vinho, e
os odres se perdem; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.

O Consolador

309 –Em que sentido devemos interpretar as sentenças de João Batista: – “A quem pertence a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que com ele está e ouve, muito se regozija por ouvir a voz do esposo. Pois este gozo eu agora experimento; é preciso que ele cresça e que eu diminua”?

-O esposo da Humanidade terrestre é Jesus-Cristo, o mesmo Cordeiro de Deus que arranca as almas humanas dos caminhos escusos da impenitência. O amigo do esposo é o seu precursor, cuja expressão humana deveria desaparecer, a fim de que Jesus resplandecesse para o mundo inteiro, no seu Evangelho de Verdade e Vida

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

[…] Os convidados para o casamento são os paraninfos do noivo, amigos especiais do noivo, que sentiam a mesma alegria do noivo ao contemplar o rosto da noiva. Seria muito difícil que nessas circunstâncias, mostrassem interesse pelo jejum.

[…] “Nesses dias hão de jejuar” – Jesus refere-se ao fim trágico e abrupto co contato dele com os discípulos. Tão grande tristeza certamente deixaria o espírito dos discípulos mais predispostos ao jejum.

[…] O jejum expressa um exercício de alma por causa do pecado ou de um estado tristonho, ou com a finalidade de cumprir algum propósito espiritual, não pode ser mera formalidade religiosa. Jesus também jejuou, ocasionalmente, mas de maneira espontânea, por motivo de preocupação mental e espiritual e não para exaltar uma forma religiosa externa.

Mateus 6:

16 Quando jejuardes, não vos mostreis contristrados como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
17 Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto,
18 para não mostrar aos homens que estás jejuando, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu
Pai, que vê em secreto, te recompensará.

O Livro dos Espíritos

  1. São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias, com o objetivo de uma expiação igualmente voluntária?

“Fazei o bem aos vossos semelhantes e mais mérito tereis.”

  1. a) — Haverá privações voluntárias que sejam meritórias?

“Há: a privação dos gozos inúteis, porque desprende da matéria o homem e lhe eleva a alma. Meritório é resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o homem tirar do que lhe é necessário para dar aos que carecem do bastante. Se a privação não passar de simulacro, será uma irrisão.”

  1. É meritória, de algum ponto de vista, a vida de mortificações ascéticas, que desde a mais remota antiguidade teve praticantes no seio de diversos povos?

“Procurai saber a quem ela aproveita e tereis a resposta. Se somente serve para quem a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísmo, seja qual for o pretexto com que entendam de colori-la. Privar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, tal a verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã.”

Caminho, Verdade e Vida – O Banquete com os Publicanos

“E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?” — (Mateus 9:11).

De maneira geral, a comunidade cristã, em seus diversos setores, ainda não percebeu toda a significação do banquete do Mestre, entre publicanos e pecadores.

Não só a última ceia com os discípulos mais íntimos se revestiu de singular importância. Nessa reunião de Jerusalém, ocorrida na Páscoa, revela-nos Jesus o caráter sublime de suas relações com os amigos de apostolado. Trata-se de ágape íntimo e familiar, solenizando despedida afetuosa e divina lição ao mesmo tempo.

No entanto, é necessário recordar que o Mestre atendia a esse círculo em
derradeiro lugar, porquanto já se havia banqueteado carinhosamente com os publicanos e pecadores. Partilhava a ceia com os discípulos, num dia de alta vibração religiosa, mas comungara o júbilo daqueles que viviam a distância da fé, reunindo-os, generoso, e conferindo-lhes os mesmos bens nascidos de seu amor.

O banquete dos publicanos tem especial significado na história doCristianismo. Demonstra que o Senhor abraça a todos os que desejem aexcelência de sua alimentação espiritual nos trabalhos de sua vinha, e que nãosó nas ocasiões de fé permanece presente entre os que o amam; em qualquertempo e situação, está pronto a atender as almas que o buscam.

O banquete dos pecadores foi oferecido antes da ceia aos discípulos. E não nos esqueçamos de que a mesa divina prossegue em sublime serviço. Resta aos comensais o aproveitamento da concessão.

O Evangelho por Emmanuel – Comentário ao Evangelho Segundo Mateus – Enfermos da alma

Não são os que gozam saúde que precisam de médico. – Jesus. (Mateus.9:12.)

Aqui e ali encontramos inúmeros doentes que se candidatam ao auxílio da ciência médica, mas em toda parte, igualmente, existem aqueles outros, portadores de moléstias da alma, para os quais há que se fazer o socorro do espírito. E nem sempre semelhantes necessitados são os viciados e os malfeitores, que se definem de imediato por enfermos de ordem moral, quando aparecem. Vemos outros muitos para os quais é preciso descobrir o remédio justo e, às vezes, difícil, de vez que se intoxicaram no próprio excesso das atitudes respeitáveis em que desfiguraram os sentimentos, tais como sejam:

Os extremistas da corrigenda, tão apaixonados pelos processos punitivos que se perturbam na dureza de coração pela ausência de misericórdia;

Os extremistas da gentileza, tão interessados em agradar que descambam, um dia, para as deficiências da Invigilância; os extremistas da superioridade, tão agarrados à ideia de altura pessoal que adquirem a cegueira do orgulho;

Os extremistas da independência, tão ciosos da própria emancipação que fogem ao dever, caindo nos desequilíbrios da licenciosidade;

Os extremistas da poupança, tão receosos de perder alguns centavos que acabam transformando o dinheiro, instrumento do bem e do progresso, na paralisia da avareza em que se lhes arrasa a alegria de viver.

Há doentes do corpo e doentes da alma… É forçoso não esquecer isso, porque todos eles são credores de entendimento e bondade, amparo e restauração.

Diante de quem quer que seja, em posição menos digna perante as leis de harmonia que governam a Vida e o Universo, recordemos as palavras do Cristo: – Não são os que gozam saúde que precisam de médico.

4.3 – E vós, por que transgredis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição? / Estai vós também ainda sem entender? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce pelo ventre, e é lançado fora? (Mateus 15)

1 Então chegaram a Jesus uns fariseus e escribas vindos de Jerusalém, e lhe perguntaram:
2 Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos,
quando comem.
3 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: E vós, por que transgredis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição?
4 Pois Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e, Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe,
certamente morrerá.
5 Mas vós dizeis: Qualquer que disser a seu pai ou a sua mãe: O que poderias aproveitar de
mim é oferta ao Senhor; esse de modo algum terá de honrar a seu pai.
6 E assim por causa da vossa tradição invalidastes a palavra de Deus.
7 Hipócritas! bem profetizou Isaias a vosso respeito, dizendo:
8 Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim.
9 Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.
10 E, clamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei:
11 Não é o que entra pela boca que contamina o homem; mas o que sai da boca, isso é o que o contamina.
12 Então os discípulos, aproximando-se dele, perguntaram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo
essas palavras, se escandalizaram?
13 Respondeu-lhes ele: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.
14 Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco.
15 E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola.
16 Respondeu Jesus: Estai vós também ainda sem entender?
17 Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce pelo ventre, e é lançado fora?
18 Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem.
19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição,
furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.
20 São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos, isso não o
contamina

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

Lemos que, para isentar-se da responsabilidade pecuniária para com seus pais, o filho tinha de dizer tão-somente “Corbã” (Marcos 7:11) – palavra que significa “oblação” e se referia a qualquer oferta incruenta, dedicado ao uso sagrado -. Pois dizendo isso, prometia que seu dinheiro seria dedicado ao templo. Diversos intérpretes mostram que, agindo assim, não era necessário que o filho cumprisse esse voto, contando que tivesse o cuidado de não mencionar nada definido na fórmula da declaração, porquanto assim não teria prometido coisa nenhuma, ou pelo menos não teria designado a data de entregue da oferta prometida. Parece evidente que alguns homens, sem entranhas filiais, pagavam certa importância às autoridades religiosas a fim de escapar à censura por causa dessa atitude, ou pelo menos contribuíram para as autoridades a fim de evitarem dar o que era justo aos seus pais. Também não é impossível que, entre os fariseus e escribas que atormentavam a Jesus, houvesse alguns envolvidos em tais ações. Em Mateus 27:6 vemos que a tesouraria do templo tinha nome de “Corbã”, e qualquer judeu poderia pronunciar essa palavra e, imediatamente, ainda que de maneira vaga, já prometa suas poses ao corbã do templo, assim evitando a necessidade de cumprir seus deveres filiais para com seus pais.

A história eclesiástica mostra que não foram os judeus os únicos a praticarem essa maldade. A igreja apossou-se de muitas riquezas ilicitamente, especialmente através de testemunhos, e muitas famílias ficaram assim privadas de seus bens. […]

Jesus mostra que os processos fisiológicos, comuns a todos os homens, não são imundos, e que nenhum alimento tem, por si mesmo, o poder de contaminar moralmente o indivíduo. […]

O coração é a fonte dos pensamentos (isto é, usado como símbolo), das ações interiores do homem, da mente e do caráter espiritual.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 18:3

O mandamento: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe” é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Quis Deus mostrar por essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em geral. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, as quais tanto maior mérito têm, quanto menos obrigatório é para elas o devotamento. Deus pune sempre com rigor toda violação desse mandamento.

Honrar a seu pai e a sua mãe, não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância.

Sobretudo para com os pais sem recursos é que se demonstra a verdadeira piedade filial. Obedecem a esse mandamento os que julgam fazer grande coisa porque dão a seus pais o estritamente necessário para não morrerem de fome, enquanto eles de nada se privam, atirando-os para os cômodos mais ínfimos da casa, apenas por não os deixarem na rua, reservando para si o que há de melhor, de mais confortável? Ainda bem quando não o fazem de má vontade e não os obrigam a comprar caro o que lhes resta a viver, descarregando sobre eles o peso do governo da casa! Será então aos pais velhos e fracos que cabe servir a filhos jovens e fortes? Ter-lhes-á a mãe vendido o leite, quando os amamentava? Contou porventura suas vigílias, quando eles estavam doentes, os passos que deram para lhes obter o de que necessitavam? Não, os filhos não devem a seus pais pobres só o estritamente necessário, devem-lhes também, na medida do que puderem, os pequenos nadas supérfluos, as solicitudes, os cuidados amáveis, que são apenas o juro do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada. Unicamente essa é a piedade filial grata a Deus.

Ai, pois, daquele que olvida o que deve aos que o ampararam em sua fraqueza, que com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes se impuseram duras privações para lhe garantir o bem-estar. Ai do ingrato: será punido com a ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, algumas vezes já na existência atual, mas com certeza noutra, em que sofrerá o que houver feito aos outros.

Provérbios 23

22 Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer.
23 Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência.
24 Grandemente se regozijará o pai do justo, e o que gerar a um sábio se alegrará nele.
25 Alegrem-se teu pai e tua mãe, e regozije-se a que te gerou

Vinha de Luz – Capítulo 97 – O verbo é criador

“Mas  o  que  sai  da  boca  procede  do  coração,  e  isso  contamina o homem.” (Mateus, 15:18) 

O ensinamento do Mestre, sob  o  véu  da letra, consubstancia profunda advertência.

Indispensável cuidar do coração, como fonte emissora do verbo, para que não percamos a harmonia necessária à própria felicidade.

O que sai do coração e da mente, pela boca, é força viva e palpitante, envolvendo a criatura para o bem ou para o mal, conforme a natureza da emissão.

Do íntimo dos tiranos, por esse processo, origina­-se o movimento inicial da guerra, movimento destruidor que torna à fonte em que nasceu, lançando ruína e aniquilamento.

Da alma dos caluniadores, partem os venenos que atormentam espíritos generosos, mas que voltam a eles mesmos, escurecendo­-lhes os horizontes mentais.

Do coração dos maus, dos perversos e dos inconscientes, surgem, através do poder verbalista, os primórdios das quedas, dos crimes e das injustiças; todavia, tais elementos perturbadores não se articulam debalde para os próprios autores, porque dia chegará em que colherão os frutos amargos da atividade infeliz a que deram impulso.

Assim também, a alegria semeada, por intermédio das palavras salutares e construtivas, cresce e dá os seus resultados.

O auxílio fraterno espalha benefícios infinitos, e o perfume do bem, ainda quando derramado sobre os ingratos, volta em ondas invisíveis a reconfortar a fronte que o emite.

O ato de bondade é invariável força benéfica, em derredor de quem o  mobiliza. Há imponderáveis energias edificantes, em torno  daqueles que mantêm viva a chama dos bons pensamentos a iluminar o caminho alheio, por intermédio da conversação estimulante e sadia.

Os elementos psíquicos que exteriorizamos pela boca são potências atuantes em nosso  nome, fatores ativos que agem sob nossa responsabilidade, em plano próximo ou remoto, de acordo com as nossas intenções mais secretas.

É imprescindível vigiar a boca, porque o verbo cria, insinua, inclina, modifica, renova ou destrói, por dilatação viva de nossa personalidade.

Em todos os dias e acontecimentos da vida, recordemos com o Divino Mestre de que a palavra procede do coração e, por isso mesmo, contamina o homem.

 

  1. CURA/DESOBSESSÃO

5.1 – Qual dentre vós será o homem que, tendo uma só ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não há de lançar mão dela, e tirá-la? (Mateus 12)

9 Partindo dali, entrou Jesus na sinagoga deles.
10 E eis que estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiadas; e eles, para poderem
acusar a Jesus, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?
11 E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma só ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não há de lançar mão dela, e tirá-la?
12 Ora, quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é lícito fazer bem nos
sábados.
13 Então disse àquele homem: estende a tua mão. E ele a estendeu, e lhe foi restituída sã como a outra.
14 Os fariseus, porém, saindo dali, tomaram conselho contra ele, para o matarem.
15 Jesus, percebendo isso, retirou-se dali. Acompanharam-no muitos; e ele curou a todos

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

Nessa oportunidade, Jesus invocou a simpatia comum da humanidade. A religião farisaica faltava o elemento simpatia e misericórdia, pois ela só continha regras severas e negativas. Jesus porém mostrou que a verdadeira religião deve refletir amor, bondade e simpatia pelas pessoas, pois que é perfeitamente claro que os proprietários de animais demonstram essas qualidades até para com seus animais; e o homem não deveria demonstrá-las para com seus semelhantes?

A Gênese 14:31

Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.

A Gênese 15:23

Jesus como que fazia questão de operar suas curas em dia de sábado, para ter ensejo de protestar contra o rigorismo dos fariseus no tocante à guarda desse dia. Queria mostrar-lhes que a verdadeira piedade não consiste na observância das práticas exteriores e das formalidades; que a piedade está nos sentimentos do coração. Justificava-se, declarando: “Meu Pai não cessa de obrar até ao presente e eu também obro incessantemente.” Quer dizer: Deus não interrompe suas obras, nem sua ação sobre as coisas da Natureza, em dia de sábado. Ele não deixa de fazer que se produza tudo quanto é necessário à vossa alimentação e à vossa saúde; eu lhe sigo o exemplo.

Fonte viva – Capítulo 174 – Mãos estendidas

“Estende a tua mão. E ele a estendeu e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra.” – (Marcos, 3:5.)

Em todas as casas de fé religiosa, há crentes de mãos estendidas, suplicando socorro… Almas aflitas revelam ansiedade, fraqueza, desesperança e enfermidades do coração. Não seremos todos nós, encarnados e desencarnados, que algo rogamos à Providência Divina, semelhantes ao homem que trazia a mão seca? Presos ao labirinto criado por nós mesmos, eis-nos a reclamar o auxílio do Divino Mestre…

Entretanto, convém ponderar a nossa atitude. É justo pedir e ninguém poderá cercear quaisquer manifestações da humildade, do arrependimento, da intercessão. Mas é indispensável examinar o modo de receber. Muita gente aguarda a resposta materializada de Jesus. Esse espera o dinheiro, aquele conta com a evidência social de improviso, aquele outro exige a imediata transformação das circunstâncias no caminho terrestre.

Observemos, todavia, o socorro do Mestre ao paralítico. Jesus determina que ele estenda a mão mirrada e, estendida essa, não lhe confere bolsas de ouro nem fichas de privilégio. Cura-a. Devolve-lhe a oportunidade de serviço. A mão recuperada naquele instante permanece tão vazia quanto antes. É que o Cristo restituía-lhe o ensejo bendito de trabalhar, conquistando sagradas realizações por si mesmo; recambiava-o às lides redentoras do bem, nas quais lhe cabia edificar-se e engrandecer-se.

A lição é expressiva para todos os templos da comunidade cristã. Quando estenderes tuas mãos ao Senhor, não esperes facilidades, ouro, prerrogativas… Aprende a receber-lhe a assistência, porque o Divino Amor te restaurará as energias, mas não te proporcionará qualquer fuga às realizações do teu próprio esforço.

5.2 – Por que arrazoais em vossos corações? Qual é mais fácil? Dizer: São-te perdoados os teus pecados; ou dizer: Levanta-te, e anda? (Lucas 5)

17 Um dia, quando ele estava ensinando, achavam-se ali sentados fariseus e doutores da lei,
que tinham vindo de todas as aldeias da Galiléia e da Judéia, e de Jerusalém; e o poder do
Senhor estava com ele para curar.
18 E eis que uns homens, trazendo num leito um paralítico, procuravam introduzi-lo e pô-lo diante dele.
19 Mas, não achando por onde o pudessem introduzir por causa da multidão, subiram ao eirado e, por entre as telhas, o baixaram com o leito, para o meio de todos, diante de Jesus.
20 E vendo-lhes a fé, disse ele: Homem, são-te perdoados os teus pecados.
21 Então os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que profere
blasfêmias? Quem é este que profere blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?
22 Jesus, porém, percebendo os seus pensamentos, respondeu, e disse-lhes: Por que arrazoais em vossos corações?
23
Qual é mais fácil? Dizer: São-te perdoados os teus pecados; ou dizer: Levanta-te, e anda?
24
Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar
pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.
25 Imediatamente se levantou diante deles, tomou o leito em que estivera deitado e foi para sua casa, glorificando a Deus.
26 E, tomados de pasmo, todos glorificavam a Deus; e diziam, cheios de temor: Hoje vimos
coisas extraordinárias

Caminho, Verdade e Vida – 118 – O paralítico

“E não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, destelharam a casa onde Jesus estava e, feita uma abertura, baixaram o leito em que jazia o paralitico.” — (Marcos 2:4.)

Muitas pessoas confessam sua necessidade do Cristo, mas frequentemente alegam obstáculos que lhes impedem a sublime aproximação.

Uns não conseguem tempo para a meditação, outros experimentam certas inquietudes que lhes parecem intermináveis.

Todavia, para que nos sintamos na vizinhança do Mestre, como legítimos interessados em seus benefícios imortais, faz-se imprescindível estender a capacidade, dilatar os recursos próprios e marchar ao encontro dEle, sob a luz da fé viva.

Relata-nos o Evangelho de Marcos a curiosa decisão do paralítico que, localizando a casa em que se achava o Senhor, plenamente sitiada pela multidão, longe de perder a oportunidade, amparou-se no auxílio dos amigos, deixando-se resvalar por um buraco, levado a efeito no telhado, de maneira a beneficiar-se no contacto do Salvador, aproveitando fervorosamente o ensejo divino.

Recorda o paralítico de Cafarnaum e, na hipótese de encontrares grandes dificuldades para gozar a presença do Cristo, pelos teus impedimentos de ordem material, dirige-te para o Alto, com o amparo de teus amigos espirituais, e deixa-te cair aos seus pés divinos, recebendo forças novas que te restabeleçam a paz e o bom ânimo.

A Gênese 14:15

Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se pois dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.

Revista Espírita 1964 – Outubro – Éditon Française

Sabe-se que os Espíritos não necessitam de linguagem articulada. Compreendem-se sem o auxílio da palavra, apenas pela transmissão do pensamento, que é a linguagem universal. Por vezes isto também se dá entre os homens, porque os homens são Espíritos encarnados e, por esta razão, gozam, em maior ou menor grau, dos atributos e das faculdades do Espírito.

A Gênese 15:15

Que significariam aquelas palavras: “Teus pecados te são remitidos” e em que podiam elas influir para a cura? O Espiritismo lhes dá a explicação, como a uma infinidade de outras palavras incompreendidas até hoje. Por meio da pluralidade das existências, ele ensina que os males e aflições da vida são muitas vezes expiações do passado, bem como que sofremos na vida presente as consequências das faltas que cometemos em existência anterior e, assim, até que tenhamos pago a dívida de nossas imperfeições, pois que as existências são solidárias umas com as outras.

Se, portanto, a enfermidade daquele homem era uma expiação do mal que ele praticara, o dizer-lhe Jesus: “Teus pecados te são remitidos” equivalia a dizer-lhe: “Pagaste a tua dívida; a fé que agora possuis elidiu a causa da tua enfermidade; conseguintemente, mereces ficar livre dela.” Daí o haver dito aos escribas: “Tão fácil é dizer: Teus pecados te são perdoados, como: Levanta-te e anda.” Cessada a causa, o efeito tem que cessar. É precisamente o caso do encarcerado a quem se declara: “Teu crime está expiado e perdoado”, o que equivaleria a se lhe dizer: “Podes sair da prisão.”

5.3 – Credes que eu posso fazer isto? (Mateus 9)

27 Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, que clamavam, dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi.
28 E, tendo ele entrado em casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus perguntou-lhes: Credes que eu posso fazer isto? Responderam-lhe eles: Sim, Senhor.
29 Então lhes tocou os olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé.
30 E os olhos se lhes abriram. Jesus ordenou-lhes terminantemente, dizendo: Vede que ninguém o saiba.
31 Eles, porém, saíram, e divulgaram a sua fama por toda aquela terra.

Dor Evolução, dor Expiação e dor Auxílio – https://centroespiritaleocadio.org.br/dor-evolucao-dor-expiacao-e-dor-auxilio/

Vitor Ronaldo Costa – Revista Internacional de Espiritismo – Junho de 2004.

Esquemas Impulsionadores da Evolução Anímica, Vigentes Em Planetas Provacionais. “Pois bem: que se figure a Terra como sendo um subúrbio, um hospital uma penitenciária, uma região malsã, porque ela é ao mesmo tempo tudo isso, e se compreenderá por que as aflições sobrepujam as alegrias…” (Allan Kardec. “O Evangelho Seg. O Espiritismo”, cap. 111, it. 7).

Significativa parcela da comu­nidade planetária desconhece a verdadeira causa e o valor do processo doloroso no inter­câmbio habitual com a criatura humana. Quando avaliada “a vôo de pássaro”, a dor é tida na conta de tormento inde­sejável capaz de suscitar o sofrimento, as lágrimas e o pavor das criaturas deses­peradas perante as aflições terrenas. Todos repudiam a dor, desejam afastá-la por qualquer meio, muito embora, apenas a vontade, nem sempre seja o recurso su­ficiente para impedir a visita daquela que se esconde sob o manto de duas variantes implacáveis: a dor física e a dor moral. Ao contrário do que imaginam os desa­visados, a dor não se trata de um castigo imposto por Deus ou de uma condição aleatória que nos atinge sem um motivo aparente. De acordo com os princípios que norteiam a doutrina espírita, o acaso e o determinismo absoluto inexistem, de maneira que, ninguém deveria atribuir a tais fatores a causa das desditas atrozes que, por vezes, fustigam a alma humana. Diante do fato impõe-se o conhecimento de causa, maneira correta de se nortear os passos na desafiadora caminhada ao longo da existência planetária. Ao clas­sificar o orbe terreno como morada de provações e expiações, Allan Kardec nos alerta para o atual padrão evolutivo da humanidade, na medida em que ressalta a prevalência do mal sobre o bem. Ora, isto serve como um chamamento capaz de nos predispor ao esforço da reforma íntima. Então, conscientizados de nossas atuais restrições evolutivas, não podemos falar de dor sem fazer referência à questão da responsabilidade individual posta em prática no decorrer das reen­carnações sucessivas. A tendência da maioria é culpar a má sorte, como se as aflições corriqueiras não respondessem aos mecanismos sutis da mente assolada por dívidas morais e sentimento de culpa. Por isso, costumamos afirmar que as di­retrizes espíritas servem para aclarar a nossa percepção interior, facilitando-nos a reflexão a respeito das próprias vivências desarmônicas ensaiadas em todas as épocas. O mal que infligimos aos se­melhantes não se dilui na esteira dos tempos, assim como a fumaça se dissipa no ar atmosférico. A memória espiritual retém em seus refolhos os atentados co­metidos intencionalmente contra a har­monia cósmica. Todavia, o remorso re­sultante assemelha-se a um verdadeiro corpo estranho passível de atormentar o equi­líbrio desejável do nosso campo mental. A consciência profunda, a cenoura infle­xível de nossas atitudes infelizes, em determinado instante, nos impele à drenagem saneadora daquilo que nos in­felicita. Invariavelmente tal escoamento se processa por meio das múltiplas formas de sofrimento e aflição. A dor sinalizada reflete a quantidade de desarmonia in­terna de que se é portador. Quanto maior a sua intensidade, maior a pendência a ser resolvida da melhor maneira no trans­correr do jornadear terreno. Portanto, em relação à dor, o problema é de ordem individual, pois a alma, na condição de instrumento refletivo da perfeição divina não apresenta condições de albergar em sua intimidade, por tempo dilatado, aquilo que não contribua para o engrandecimento progressivo de si própria. O livre arbítrio constrói diariamente o nosso destino, alter­nando harmonia e felicidade ou sofri­mento e tristeza, tudo na dependência do comportamento com o qual marcamos as nossas existências. O espírito André Luiz, o querido mentor residente na metrópole espiritual “Nosso Lar”, nos propicia signi­ficativas informações ao discorrer sobre os três tipos de dor experimentados pelo ser encarnado. Vejamos cada um deles.

1- Dor-evolução. –

“A dor é ingre­diente dos mais importantes na economia da vida em expansão. O ferro sob o malho, a semente na cova, o animal em sacrifício, tanto quanto a criança chorando, irresponsável ou semicons­ciente, para desenvolver os próprios órgãos, sofrem a dor-evolução, que atua de fora para dentro, aprimorando o ser, sem a qual não existiria progresso. Ampliando ainda mais este conceito po­demos aduzir ao citado esquema, outros acontecimentos tidos na conta de desafios provacionais, comuns a quase todos nós na condição de encarnados. O que ca­racteriza a dor-evolução é o confronto com os vetores desarmonizantes que nos atingem de fora para dentro, mas que servem para estimular a paciência, a re­signação, a fé, o perdão e a capacidade de luta. Poucos amadurecem efetivamente sem que experimentem dificuldades e obstáculos de toda ordem. “A luta inten­siva, porém, dilata as aspirações íntimas. O sofrimento, quando aceito à luz da fé viva, é uma fonte criadora de asas es­pirituais”

. Os exemplos são incontáveis: é o convívio com o parente difícil; a pa­ciência a ser requisitada diante do côn­juge incompreensivo; a dificuldade em educar e encaminhar para o bem o filho rebelde; as pressões exercidas pela chefia no trabalho profissional; a ameaça de perda do emprego honesto que nos sus­tenta; a traição de alguém muito amado em quem depositávamos irrestrita confiança; a perda precoce de um ente querido vi­timado por acidente ou doença incurável e assim por diante. São problemas corri­queiros, comuns à maioria das

pessoas, mas que nos atingem de inopino nos deixando marcados pela dor dilacerante e pelas lá­grimas sentidas. As provações, quando enfrentadas com a devida resignação e con­fiança no auxílio do Pai Maior, não passam de convites da própria vida ofertados em prol do nosso aprimoramento íntimo.

2- Dor-expiação.

Os erros humanos decorrentes da cólera incontrolável, do egoísmo obsessivo, das viciações incon­seqüentes, da sexualidade irresponsável, da maldade premeditada, às vezes, com requintes de sadismo, são os fatores res­ponsáveis pelos débitos morais que se acumulam nos bancos imperecíveis de nossa memória espiritual. A prática do mal desarmoniza profundamente a essência pensante, cria uma espécie de morbo energético de teor vibratório bastante densificado, que permanece aderido à malha eletromagnética sutil do campo perispiritual. Constitui-se algo incomo­dativo e desagradável, por tratar-se de verdadeira moléstia a pulsar nas entranhas profundezas do ser. Tal condição de natureza anímica (que pertence a alma), é a respon­sável pelo desencadeamento, na criatura encarnada, de manifestações degenera­tivas do organismo físico (má formações congênitas, cânceres etc.) tanto quanto de perturbações mentais, ao mesclar crises de intenso remorso com depressões pro­fundas e manifestações esquizofrênicas de difícil solução. Assim, manifestam-se as chamadas doenças cármicas, expressões autênticas das expiações educativas. A dor-expiação, se diferencia da condição da dor evolução, por não decorrer dos fatores agressivos externos. Aí está a diferença. Vejamos a respeito, o pen­samento de André Luiz: “Em nosso es­tudo, porém, analisamos a dor-expia­ção que vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em complicados la­birintos de aflição, para regenerá-la, perante a Justiça… “3. Infelizmente a dor-expiação constitui-se contingên­cia assídua em nossa programação encarnatória, porquanto, nos revelamos carentes de maiores aquisições evan­gélicas, exceção feita àqueles que já superaram as más tendências e se mos­tram familiarizados com as práticas da justiça, do amor e da caridade.

3- Dor-auxílio.

A reencarnação é um desafio expressivo enfrentado com certa preocupação pelos espíritos mediana­mente evoluídos. No que pese as boas intenções, às vezes, tais espíritos, quando encarnados, se deixam empolgar pelos atrativos mundanos e, invigilantemente, sofrem desvios dos planos previamente traçados no Mundo Maior, não suportando as provações retificadoras ou assumindo atitudes infelizes passíveis de precipitarem o fracasso da experiência terrena. Todavia, deixamos do outro lado da vida, aqueles espíritos bondosos que nos são  caros e interessados em nossa proteção, por isso, diante da ameaça de tropeços lamentáveis, em certas ocasiões, somos beneficiados pelo amparo de exceção, ou seja, provi­dências aparentemente drásticas, mas cabíveis nos esquemas traçados pelos benfeitores desencarnados em nosso próprio benefício. “O enfarte, a trombose, a he­miplegia, o câncer penosamente suporta do, a senilidade prematura e outras calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo físico, habilitando-se através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o ingresso respeitável na Vida Espiritual”. Em quantas ocasiões, quando compro­metidos pela enfermidade grave ou pro­longada, nos sentimos infelizes e desam­parados por Deus. Pois bem. É justamente em tais circunstâncias que devemos buscar a serenidade mental e agradecermos à Pro­vidência pela doença oportuna que nos impediu a tomada de uma atitude insana. Nada acontece sem uma razão plausível, mesmo que, em nossa miséria, não en­tendamos o significado real da ocorrência. Em verdade, nem sempre interpretamos corretamente o empenho dos bons es­píritos em nosso favor. Qualquer contingência dolorosa me­rece de nossa parte uma atenção especial. De acordo com a lei de causa e efeito sempre colhemos o fruto saudável ou não da semeadura escolhida. O sofrimento resulta do mal, assim como a felicidade, do bem praticado. Não olvidemos, en­tretanto, as várias iniciativas alicerçadas no bom senso a serem mobilizadas na vigência da dor. São resoluções passíveis de minorar as crises temporárias pelas quais transitamos. A prece habitual, o comportamento retificador, o descortino mental e o bem que se pode patrocinar ao próximo, retratam as atitudes inteligentes daqueles que almejam o bom aproveita­mento da reencarnação bendita.

Referências bibliográficas:

1-            André Luiz & Fco. C. Xavier. “Ação e Reação”, cap. 19, pg.261, 13edição (FEB).

2-            André Luiz & Fco. C. Xavier. “Missio­nários da Luz”, cap. 16, pg. 267, 9ª edição (FEB).

3-            André Luiz & Fco. C. Xavier. “Ação e Reação”, cap. 19, pg. 261, 13ª edição (FEB).

4-            Idem, pg. 261.

Livro Mecanismos da Mediunidade – capítulo 26

André Luiz: – No que se refere aos poderes curativos, temo-los em Jesus nas mais altas afirmações de grandeza. Cercam-no doentes de variada expressão. Paralíticos estendem-lhe membros mirrados, obtendo socorro. Cegos recuperam a visão. Ulcerados mostram-se limpos. Alienados mentais, notadamente obsidiados diversos, recobram equilíbrio. É importante considerar, porém, que o Grande Benfeitor a todos convida para a valorização das próprias energias. Reajustando as células enfermas da mulher hemorroíssa, diz-lhe, convincente: — «Filha, tem bom ânimo! A tua fé te curou. » (Mateus, capítulo 9, versículo 22). Logo após. Tocando os olhos de dois cegos que lhe recorrem à caridade, exclama: — «Seja feito, segundo a vossa fé.» (Mateus, capítulo 9, versículo 29). Não salienta a confiança por simples ingrediente de natureza mística, mas sim por recurso de ajustamento dos princípios mentais, na direção da cura.

Mateus 13

54 E, chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que este se maravilhava e
dizia: Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos?
55 Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas?
56 E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?
57 E escandalizavam-se dele. Jesus, porém, lhes disse: Um profeta não fica sem honra senão
na sua terra e na sua própria casa.

58 E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.

Pão nosso –  capítulo 13 – Tua fé

“E  ele  lhe  disse:  Tem  bom  ânimo,  filha,  a  tua  fé  te  salvou; vai em paz.” (Lucas, 8:48) 

É importante observar que o Divino Mestre, após o benefício dispensado, sempre se reporta ao prodígio da fé, patrimônio sublime daqueles que O procuram. Diversas vezes, ouvimo­-lo na expressiva afirmação: – “A tua fé te salvou.” Doentes do corpo e da alma, depois do alívio ou da cura, escutam a frase generosa. É que a vontade e a confiança do homem são poderosos fatores no desenvolvimento e iluminação da vida.

O navegante sem rumo e que em nada confia, somente poderá atingir algum porto em virtude do jogo das forças sobre as quais se equilibra, desconhecendo, porém, de maneira absoluta, o que lhe possa ocorrer. O enfermo, descrente da ação de todos os remédios, é o primeiro a trabalhar contra a própria segurança. O homem que se mostra desalentado em todas as coisas, não deverá aguardar a cooperação útil de coisa alguma. As almas vazias embalde reclamam o quinhão de felicidade que o mundo lhes deve. As negações em que perambulam transformam-­nas, perante a vida, em zonas de amortecimento, quais isoladores em eletricidade. Passa corrente vitalizante, mas permanecem insensíveis.

Nos empreendimentos e necessidades de teu caminho, não te isoles nas posições negativas. Jesus pode tudo, teus amigos verdadeiros farão o possível por ti; contudo, nem o Mestre e nem os companheiros realizarão em sentido integral a felicidade que ambicionas, sem o concurso de tua fé, porque também tu és filho do mesmo Deus, com as mesmas possibilidades de elevação.

5.4 – Que queres que te faça? (Marcos 10)

46 Depois chegaram a Jericó. E, ao sair ele de Jericó com seus discípulos e uma grande
multidão, estava sentado junto do caminho um mendigo cego, Bartimeu filho de Timeu.
47 Este, quando ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar, dizendo: Jesus, Filho de
Davi, tem compaixão de mim!
48 E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi,
tem compaixão de mim.
49 Parou, pois, Jesus e disse: Chamai-o. E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo;
levanta-te, ele te chama.
50 Nisto, lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus.
51 Perguntou-lhe o cego: Que queres que te faça? Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu veja.
52 Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente recuperou a vista, e foi seguindo
pelo caminho.

A Gênese 15:11

Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente. Com relação à corrente fluídica, o primeiro age como uma bomba calcante e o segundo como uma bomba aspirante. Algumas vezes, é necessária a simultaneidade das duas ações; doutras, basta uma só.

O segundo caso foi o que ocorreu na circunstância de que tratamos. Razão, pois, tinha Jesus para dizer: Tua fé te salvou. Compreende-se que a fé a que ele se referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação. Assim sendo, também, se compreende que, apresentando-se ao curador dois doentes da mesma enfermidade, possa um ser curado e outro não. É este um dos mais importantes princípios da mediunidade curadora e que explica certas anomalias aparentes, apontando-lhes uma causa muito natural.

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

Que pergunta nos faria Jesus, a fim de nos ajudar? Trata-se mais do que mero artifício de tradição, ou de Marcos, para prover um diálogo vívido. Esse estilo característico e quase socrático deve ter pertencido ao próprio Jesus. Como bom mestre e pastor que era, ele encorajava outros a expressarem seus desejos, esperanças e aspirações, e lhes dava oportunidade de exprimirem sua fé, em cima do que, então ele podia agir e edificar.

A Cura na visão espírita – Curas de Jesus – https://centroespiritaleocadio.org.br/a-cura-na-visao-espirita-curas-de-jesus/

Narra-nos o evangelista Marcos (Marcos 10: 46-52), que Jesus passava pela cidade de Jericó, acompanhado por grande multidão, quando um cego que mendigava à beira o caminho, de nome Bartimeu, o filho de Timeu, ouvindo que a turba se aproximava e que o messias nazareno se encontrava dentre eles, começou a clamar: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim. E clamava em altos brados e de tal forma que os que acompanhavam Jesus o advertiram para que não molestasse o mestre. Ele, tocado em suas fibras mais íntimas, sentindo certamente que seu momento de despertar espiritual era chegado, clama sem cessar até que o mestre, parando, manda que ele venha ter com ele. Interessante a postura de Jesus, que não vai até o cego, não se compadece do mendigo à maneira habitual, acreditando-lhe necessitado eterno. Ele ordena que ele, mesmo cego, levante-se e vá ter com ele, que se encontra no meio da multidão.

Narra-nos o evangelista que Bartimeu, lançando de si a capa (tudo aquilo que encobria seu ser), levanta e vai ter com Jesus. O filho de Timeu, esquecendo-se de suas ilusórias limitações, levanta-se, mostra-se tal qual é, resgatando sua espontaneidade e naturalidade ao influxo da palavra do mestre e busca Jesus. Importante observação para todos aqueles que vivem a vida à semelhança do mendigo de Jericó, à espera da migalha alheia na forma de afeto, atenção, consideração e valor pessoal, sem conhecer as próprias capacidades e belezas, sem encarar a sua possibilidade de enfrentar a multidão dos seus desafios pessoais com otimismo e confiança em si mesmo e na vida. Tomar a iniciativa de buscar a Jesus é imprescindível atitude no caminho de reequilíbrio, pois o Cristo representa as leis divinas, a moral e a ética cósmica, transpessoal, capaz de nortear, como uma bússola segura, a nau que ameaça soçobrar nos mares da existência em busca de porto firme…

Quando Bartimeu alcança Jesus, o divino pedagogo, conhecedor profundo da alma humana lhe questiona: que queres que te faça? Certamente que o Cristo, enviado celeste, sabia o que tinha para oferecer, mas àquele que busca a cura torna-se essencial a consciência do processo. Bartimeu tinha desejos, expectativas, visões que foram validadas pelo Mestre quando lhe questionou a que veio e o que desejava dele. E o filho de Timeu, tocado em sua alma pela sabedoria e maturidade lhe respondeu: Senhor, que eu veja… que eu possa enxergar os caminhos da vida por onde minhas pernas haverão de trilhar, por onde haverei de buscar a minha felicidade e a minha alegria, a realização de minha alma… Que eu veja os roteiros de luz que tu tens para me indicar a fim de que possa restabelecer a minha auto-estima e sedimentar a minha confiança na rocha firme das convicções profundas que me direcionem para a auto-sustentação e auto-gerência com dignidade e eficácia na busca pela felicidade… E as vistas de Bartimeu se abrem por ordem de Jesus, que afirma-lhe que a sua fé o havia salvado, o seu amadurecimento o havia libertado. Jesus representa o eterno amor de Deus disponibilizado para as criaturas, incondicionalmente, à espera de que estas possam usufruir desse estímulo e sustento divino na conquista de si mesmos.

Caminho, Verdade e Vida – Capítulo 44 – O cego de Jericó

“Dizendo: Que queres que te faça? E ele respondeu: — Senhor, que eu veja.” — (Lucas 18:41)

O cego de Jericó é das grandes figuras dos ensinamentos evangélicos. Informa-nos a narrativa de Lucas que o infeliz andava pelo caminho, mendigando… Sentindo a aproximação do Mestre, põe-se a gritar, implorando misericórdia.

Irritam-se os populares, em face de tão insistentes rogativas. Tentam impedi-lo, recomendando-lhe calar as solicitações. Jesus, contudo, ouve-lhe a súplica, aproxima-se dele e interroga com amor:

— Que queres que te faça? Á frente do magnânimo dispensador dos bens divinos, recebendo liberdade tão ampla, o pedinte sincero responde apenas isto:

— Senhor, que eu veja!

O propósito desse cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas as circunstâncias da vida. Mergulhados na carne ou fora dela, somos, às vezes, esse mendigo de Jericó, esmolando às margens da estrada comum. Chama-nos a vida, o trabalho apela para nós, abençoa-nos a luz do conhecimento, mas permanecemos indecisos, sem coragem de marchar para a realização elevada que nos compete atingir. E, quando surge a oportunidade de nosso encontro espiritual com o Cristo, além de sentirmos que o mundo se volta contra nós, induzindo-nos à indiferença, é muito raro sabermos pedir sensatamente.

Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho mencionado no versículo de Lucas, porqüanto não é preciso compareçamos diante do Mestre com volumosa bagagem de rogativas. Basta lhe peçamos o dom de ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo. Que o Senhor, portanto, nos faça enxergar todos os fenómenos e situações, pessoas e coisas, com amor e justiça, e possuiremos o necessário à nossa alegria imortal.

Vinha de Luz – Capítulo 34 – Não basta ver

“E  logo  viu,  e  o  foi seguindo,  glorificando  a  Deus.  E  todo povo, vendo isto, dava louvores a Deus.” (Lucas, 18:43) 

A atitude do cego de Jericó representa padrão elevado a todo  discípulo  sincero do Evangelho. O enfermo de boa ­vontade procura primeiramente o Mestre, diante da multidão. Em seguida à cura, acompanha Jesus, glorificando a Deus. E todo o povo, observando o benefício, a gratidão e a fidelidade reunidos, volta­-se para a confiança no Divino Poder.

A maioria dos necessitados, porém, assume posição muito diversa. Quase todos os doentes reclamam a atuação do Cristo, exigindo  que a dádiva desça aos caprichos perniciosos que lhes são  peculiares, sem qualquer  esforço pela elevação de si mesmos à bênção do Mestre. Raros procuram o Cristo à luz meridiana; e, de quantos lhe recebem os dons, raríssimos são os que lhe seguem os passos no mundo. Daí procede a ausência da legítima glorificação a Deus e a cura incompleta da cegueira que os obscurecia, antes do primeiro contacto com a fé.

Em razão disso, a Terra está repleta dos que crêem e descrêem, estudam e não aprendem, esperam e desesperam, ensinam e não sabem, confiam e duvidam. Aquele que recebe dádivas pode ser somente beneficiário. O que, porém, recebe o favor e agradece-­o, vendo a luz e seguindo­-a, será redimido.

É óbvio que o mundo inteiro reclama visão com o Cristo, mas não basta ver simplesmente; os que se circunscrevem ao ato de enxergar podem ser bons narradores, excelentes estatísticos, entretanto, para ver e glorificar o Senhor é indispensável marchar nas pegadas do Cristo, escalando, com Ele, a montanha do  trabalho e do testemunho.

5.5 – Hipócritas, no sábado não desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento, para o levar a beber? E não devia ser solta desta prisão, no dia de sábado, esta que é filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa? (Lucas 13)

10 Jesus estava ensinando numa das sinagogas no sábado.
11 E estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava encurvada, e não podia de modo algum endireitar-se.
12 Vendo-a Jesus, chamou-a, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade;
13 e impôs-lhe as mãos e imediatamente ela se endireitou, e glorificava a Deus.
14 Então o chefe da sinagoga, indignado porque Jesus curara no sábado, tomando a palavra
disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, neles para serdes curados, e não no dia de sábado.
15 Respondeu-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, no sábado não desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento, para o levar a beber?
16
E não devia ser solta desta prisão, no dia de sábado, esta que é filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa?
17 E dizendo ele essas coisas, todos os seus adversário ficavam envergonhados; e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele.

A Gênese 15:20

Este fato prova que naquela época a maior parte das enfermidades era atribuída ao demônio e que todos confundiam, como ainda hoje, os possessos com os doentes, mas em sentido inverso, isto é, hoje, os que não acreditam nos maus Espíritos confundem as obsessões com as moléstias patológicas.

O Consolador

98 –Nos processos de cura, como deveremos compreender o passe?

-Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas, com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório limitado, e os elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças espirituais.

Obsessão: Classificação – https://centroespiritaleocadio.org.br/obsessao-classificacao/

Embora os conceitos iniciais da doença obsessão (enfermidade de caráter espiritual) já houvessem sido abordadas por Kardec, em 1857 no Livro dos Espíritos, a descrição completa da obsessão só foi publicada por Kardec em 1861, no Cap. XXIII do Livro dos Médiuns, onde ele define a doença, enumera suas causas, classifica seus diferentes tipos e propõem uma terapêutica eficiente.

Afirmava Kardec que a obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir, e que resultam do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.

OBSESSÃO SIMPLES

Na obsessão simples o Espírito inferior procura, através de sua tenacidade e persistência, intrometer-se na vida do obsediado, dando-lhe sugestões que, na grande maioria das vezes, são contrárias a sua forma habitual de pensar. Quando se trata, por exemplo, de um médium acometido por obsessão simples, o Espírito inferior se intromete nas suas comunicações e o impede de se comunicar com outros Espíritos, ou se apresenta substituindo e se fazendo passar por outros. Entretanto, esclarece Kardec, ninguém está obsediado pelo fato de ser enganado por um Espírito mentiroso. A obsessão consiste na ação persistente de um Espírito, e do qual não se consegue desembaraçar, à pessoa sobre quem ele atua. O melhor médium pode ser enganado, sobretudo no começo, que lhe falta a experiência necessária, pode-se pois, ser enganado sem ser obsediado.

O Espírito Manoel Philomeno de Miranda afirma-nos:

“A obsessão simples, é uma parasitose comum em quase todas as criaturas, considerando o natural intercâmbio psíquico existente em todos os setores do Universo.”

Entretanto, o problema reside na fixação, pois o próprio significado da palavra obsessão, como vimos, revela ideia fixa, o que caracteriza a instalação do processo obsessivo. Surgem, assim, como sinais e sintomas da obsessão simples, as desconfianças excessivas, os estados de insegurança pessoal, as enfermidades sem causas definidas, etc.

Observamos também, mudanças algo súbitas no temperamento habitual do obsediado, em razão das mensagens telepáticas emitidas pelo obsessor e reforçadas nos clichês mentais que ressurgem dos arquivos do inconsciente. Podemos incluir nessa categoria os casos de obsessão de efeitos físicos, isto é, a que consiste nas manifestações ruidosas e obstinadas de alguns Espíritos, que fazem se ouçam, espontaneamente pancadas, ruídos.

Pelo que chamamos manifestações físicas espontâneas ou obsessão de efeitos físicos.

FASCINAÇÃO

Na fascinação, as consequências são mais sérias. É uma ilusão, produzida pela ação direta do Espírito obsessor sobre o pensamento do médium, e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio e o seu julgamento relativamente às comunicações. O fascinado não acredita que o estejam enganando e o Espírito fascinador tem a capacidade de lhe inspirar confiança cega, que o impede de compreender o absurdo do que escreve ou fala, ainda que este absurdo esteja claro a todos os que os cercam. A ilusão pode mesmo ir ao ponto de fazê-lo ver o sublime na linguagem mais ridícula. O fascinado não se sente incomodado com a presença e a influência do obsessor, muitas vezes até gosta, e forma-se então o verdadeiro processo de simbiose psíquica. O médium fascinado se acredita guiado por uma entidade espiritual de alto gabarito, pois que usa nome de personagens famosos ou de Espírito de valor.

O Espírito obsessor nesses casos é hábil, astuto e profundamente hipócrita, pois usa uma imagem que esconde suas verdadeiras intenções. Usa com frequência as palavras caridade, humildade e amor a Deus como credenciais, mas, através de tudo, deixa transparecer sinais de inferioridade. A fascinação é difícil de ser tratada porque o obsediado recusa orientação e tratamento, pois não acredita estar sob influência obsessiva, e até, às vezes, acredita que todos os demais é que se encontram obsediados, magoa-se e afasta-se das pessoas que o podem esclarecer. Geralmente, os médiuns fascinados vagueiam de um centro ao outro e, muitas vezes, terminam por criarem seus próprios centros espíritas onde serão onipotentes.

SUBJUGAÇÃO

A subjugação é o tipo de obsessão em que existe a paralisia da vontade do obsediado e o obsessor assume o domínio completo de sua vítima, que é escravizada, perdendo a vontade própria. A subjugação pode ser moral ou corporal (física).

Na subjugação física, o Espírito obsessor atua sobre os órgãos materiais e provoca atos motores involuntários, variando, desde situações, como por exemplo, necessidade de escrever nas horas mais inoportunas até situações ridículas como gestos involuntários, etc. Na subjugação física, o indivíduo age contra a sua vontade e tem consciência do ridículo a que se expõe e que não consegue evitar, sofrendo muito com isso. Pode, algumas vezes, praticar atos violentos.

Na subjugação moral ou psíquica, o subjugado é levado a tomar resoluções frequentemente absurdas e comprometedoras, muito diversas da sua vontade, que, por uma espécie de ilusão, ele crê sensatas.

O paciente subjugado vai sendo dominado mentalmente, tombando em estado de passividade, geralmente sob tortura emocional, chegando a perder por completo a lucidez (consciência).

O subjugado perde temporária ou definitivamente, durante a sua atual reencarnação, o controle sobre a área da consciência, não podendo se expressar livremente.

A visão, a audição e os demais sentidos confundem a realidade objetiva. Por fim, o obsessor toma conta dos centros de comando motor e domina fisicamente a vítima que lhe fica inerte, subjugada moral e fisicamente, agindo como um louco vulgar.

A subjugação é de mais fácil reconhecimento, mas de difícil tratamento, e é raro haver cura sem deixar sequelas. Não devemos supor na subjugação, o Espírito obsessor tome lugar no corpo do obsediado, há, sim, uma supremacia da sua vontade dominando completamente a do médium.

Lembramos ainda que a obsessão é o peso que tomba sempre sobre os ombros das consciências comprometidas.

A Doutrina Espírita veio desvendar o processo de nossa libertação, revelando que a cura só ocorrerá se os envolvidos no processo, reconhecendo seus débitos, procurarem a melhora. Vem demonstrar que a nossa libertação deve ser conquistada a cada dia com o empenho de todas as nossas energias e o selo de nossa responsabilidade. Dos tormentosos processos obsessivos o homem só se libertará quando compreender o quanto é responsável pelo próprio tormento, e pelos que causa, aos que hoje lhe batem às portas do coração,  roubando a paz que julgava merecer. Liberdade e responsabilidade. Para merecermos a primeira temos que assumir a segunda!

Pão nosso – Capítulo 30 – Convenções

E disse­-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” (Marcos, 2:27) 

O sábado, nesta passagem evangélica, simboliza as convenções organizadas para o serviço humano. Há criaturas que por elas sacrificam todas as possibilidades de elevação espiritual. Quais certos encarregados dos serviços públicos que adiam indefinidamente determinadas providências de interesse coletivo, em virtude da ausência de um selo minúsculo, pessoas existem que, por bagatelas, abandonam grandes oportunidades de união com a esfera superior.

Ninguém ignora o lado útil das convenções. Se fossem totalmente imprestáveis, o Pai não lhes permitiria a existência no jogo das circunstâncias. São tabelas para a classificação dos esforços de cada um, tábuas que designam o tempo adequado a esse ou àquele mister; todavia, transformá­-las em preceito inexpugnável ou em obstáculo intransponível, constitui grave dano à tranquilidade comum.

A maioria das pessoas atende-­as, antes da própria obediência a Deus; entretanto, o Altíssimo dispôs todas as organizações da vida para que ajudem a evolução e o aprimoramento dos filhos.

O próprio Planeta foi edificado por causa do homem.

Se o Criador foi a esse extremo de solicitude em favor das criaturas, por que deixarmos de satisfazer­-lhe os divinos desígnios, prendendo­-nos às preocupações inferiores da atividade terrestre?

As convenções definem, catalogam, especificam e enumeram, mas não devem tiranizar a existência. Lembra­-te de que foram dispostas no caminho a fim de te servirem. Respeita­-as, na feição justa e construtiva; contudo, não as convertas em cárcere.

5.6 – Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. (Mateus 12)
22
Trouxeram-lhe então um endemoninhado cego e mudo; e ele o curou, de modo que o mudo
falava e via.
23 E toda a multidão, maravilhada, dizia: É este, porventura, o Filho de Davi?
24 Mas os fariseus, ouvindo isto, disseram: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu,
príncipe dos demônios.
25 Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si
mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.
26 Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seus reino?
27
E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.
28
Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino
de Deus.
29 Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e roubar-lhe os bens, se primeiro não
amarrar o valente? e então lhe saquear a casa.
30 Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.

A Gênese 15:36

Os fariseus diziam que por influência dos demônios é que Jesus expulsava os demônios; segundo eles, o bem que Jesus fazia era obra de Satanás; não refletiam que, se Satanás expulsasse a si mesmo, praticaria rematada insensatez. É de notar-se que os fariseus daquele tempo já pretendessem que toda faculdade transcendente e, por esse motivo, reputada sobrenatural, era obra do demônio, pois que, na opinião deles, era do demônio que Jesus recebia o poder de que dispunha. É esse mais um ponto de semelhança daquela com a época atual e tal doutrina é ainda a que a Igreja procura fazer que prevaleça hoje, contra as manifestações espíritas.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 6:1 a 3

  1. Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. Mateus, 11:28 a 30.)
  2. Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer:

“Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei.”

Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.

Libertação – Capítulo 5

– Todas estas entidades vieram constrangidas, conforme sucedeu conosco? Há espíritos satânicos, recordando as oleografias religiosas da Crosta, disputando as almas no leito de morte?

O orientador obtemperou, muito calmo:

– Sim. André, cada mente vive na companhia que elege. Semelhante princípio prevalece para quem respira no corpo denso ou fora dele. É imperioso reconhecer, porém, que a maioria das almas asiladas neste sítio vieram ter aqui, obedecendo a forças de atração. Incapazes de perceber a presença dos benfeitores espirituais que militam entre os homens encarnados, em tarefas de renunciação e benevolência, em vista do baixo teor vibratório em que se precipitaram, através de delitos reiterados, da ociosidade impenitente ou da deliberada cristalização no erro, não encontraram senão o manto de sombras em que se envolveram e, desvairadas, sozinhas, procuraram as criaturas desencarnadas que com elas se afinam, agregando-se naturalmente a este imenso cortiço, com toda a bagagem de paixões destruidoras que lhes marcam a estrada. Aportando aqui, sofrem, porém, a vigilância de inteligências poderosas e endurecidas que imperam ditatorialmente nestas regiões, onde os frutos amargos da maldade e da indiferença enchem o celeiro dos corações desprevenidos e maliciosos.

– Oh! – exclamei em voz sussurrante – por que motivo confere o Senhor atribuições de julgadores a Espíritos despóticos? Porque estará a justiça, nesta cidade estranha, em mãos de príncipes diabólicos?

Gúbio estampou na fisionomia significativa expressão e ajuntou:

– Quem se atreveria a nomear um anjo de amor para exercer o papel de carrasco? Ao demais, como acontece na Crosta Planetária, cada posição, além da morte, é ocupada por aquele que a deseja e procura.

Atos 19

13 Ora, também alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome de Jesus
sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega.
14 E os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, um dos principais sacerdotes.
15 respondendo, porém, o espírito maligno, disse: A Jesus conheço, e sei quem é Paulo; mas
vós, quem sois?
16 Então o homem, no qual estava o espírito maligno, saltando sobre eles, apoderou-se de dois
e prevaleceu contra eles, de modo que, nus e feridos, fugiram daquela casa.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 28:75

Prefácio. — Os maus Espíritos são aqueles que ainda não foram tocados de arrependimento; que se deleitam no mal e nenhum pesar por isso sentem; que são insensíveis às reprimendas, repelem a prece e muitas vezes blasfemam do nome de Deus. São essas almas endurecidas que, após a morte, se vingam nos homens dos sofrimentos que suportam, e perseguem com o seu ódio aqueles a quem odiaram durante a vida, quer obsidiando-os, quer exercendo sobre eles qualquer influência funesta.

Duas categorias há bem distintas de Espíritos perversos: a dos que são francamente maus e a dos hipócritas. Infinitamente mais fácil é reconduzir ao bem os primeiros do que os segundos. Aqueles, as mais das vezes, são naturezas brutas e grosseiras, como se nota entre os homens; praticam o mal mais por instinto do que por cálculo e não procuram passar por melhores do que são. Há neles, entretanto, um gérmen latente que é preciso fazer desabrochar, o que se consegue quase sempre por meio da perseverança, da firmeza aliada à benevolência, dos conselhos, do raciocínio e da prece. Através da mediunidade, a dificuldade que eles encontram para escrever o nome de Deus é sinal de um temor instintivo, de uma voz íntima da consciência que lhes diz serem indignos de fazê-lo. Nesse ponto estão a pique de converter-se e tudo se pode esperar deles: basta se lhes encontre o ponto vulnerável do coração. Os Espíritos hipócritas quase sempre são muito inteligentes, mas nenhuma fibra sensível possuem no coração; nada os toca; simulam todos os bons sentimentos para captar a confiança, e felizes se sentem quando encontram tolos que os aceitam como santos Espíritos, pois que possível se lhes torna governá-los à vontade. O nome de Deus, longe de lhes inspirar o menor temor, serve-lhes de máscara para encobrirem suas torpezas. No mundo invisível, como no mundo visível, os hipócritas são os seres mais perigosos, porque atuam na sombra, sem que ninguém disso desconfie; têm apenas as aparências da fé, mas fé sincera, jamais.

Apocalipse 20

11 Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça
justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.
12 Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a
sua obra.

5.7 – Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei de suportar? (Marcos 9)

14 Quando chegaram aonde estavam os discípulos, viram ao redor deles uma grande multidão,
e alguns escribas a discutirem com eles.
15 E logo toda a multidão, vendo a Jesus, ficou grandemente surpreendida; e correndo todos
para ele, o saudavam.
16 Perguntou ele aos escribas: Que é que discutis com eles?
17 Respondeu-lhe um dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo;
18 e este, onde quer que o apanha, convulsiona-o, de modo que ele espuma, range os dentes,
e vai definhando; e eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
19 Ao que Jesus lhes respondeu: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei de suportar? Trazei-mo.
20 Então lho trouxeram; e quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o convulsionou; e o
endemoninhado, caindo por terra, revolvia-se espumando.
21 E perguntou Jesus ao pai dele: Há quanto tempo sucede-lhe isto? Respondeu ele: Desde a
infância;
22 e muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.
23 Ao que lhe disse Jesus: Se podes!-tudo é possível ao que crê.
24 Imediatamente o pai do menino, clamando, [com lágrimas] disse: Creio! Ajuda a minha incredulidade.
25 E Jesus, vendo que a multidão, correndo, se aglomerava, repreendeu o espírito imundo,
dizendo: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e nunca mais entres nele.
26 E ele, gritando, e agitando-o muito, saiu; e ficou o menino como morto, de modo que a maior parte dizia: Morreu.
27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu; e ele ficou em pé.
28 E quando entrou em casa, seus discípulos lhe perguntaram à parte: Por que não pudemos
nós expulsá-lo?
29 Respondeu-lhes: Esta casta não sai de modo algum, salvo à força de oração [e jejum.]

A Gênese 14:46

Quase sempre a obsessão exprime vingança tomada por um Espírito e cuja origem frequentemente se encontra nas relações que o obsidiado manteve com o obsessor, em precedente existência. Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É daquele fluido que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluído mau não pode ser eliminado por outro igualmente mau. Por meio de ação idêntica à do médium curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir um fluido mau com o auxílio de um fluido melhor. Nem sempre, porém, basta esta ação mecânica; cumpre, sobretudo, atuar sobre o ser inteligente, ao qual é preciso se possua o direito de falar com autoridade, que, entretanto, falece a quem não tenha superioridade moral. Quanto maior esta for, tanto maior também será aquela. Mas, ainda não é tudo: para assegurar a libertação da vítima, indispensável se torna que o Espírito perverso seja levado a renunciar aos seus maus desígnios […].

Nas fronteiras da loucura – Item: Análise das obsessões

No painel das obsessões, à medida que se agrava o quadro da interferência, a vontade do hospedeiro perde os contatos de comando pessoal, na razão direta em que o invasor assume a governança. A […] subjugação pode ser física, psíquica e simultaneamente físio-psíquica. A primeira, não implica na perda da lucidez intelectual, porquanto a ação dá-se diretamente sobre os centros motores, obrigando o indivíduo, não obstante se negue à obediência, a ceder à violência que o oprime. […] No segundo caso, o paciente vai [sendo] dominado mentalmente, tombando em estado de passividade, não raro sob tortura emocional, chegando a perder por completo a lucidez […]. Por fim, assenhoreia-se, simultaneamente, dos centros do comando motor e domina fisicamente a vítima, que lhe fica inerte, subjugada, cometendo atrocidades sem nome.

O Livro dos médiuns – capítulo 23 – Item 251

A subjugação corporal tira muitas vezes ao obsidiado a energia necessária para dominar o mau Espírito. Daí o tornar-se precisa a intervenção de um terceiro, que atue, ou pelo magnetismo, ou pelo império da sua vontade. Em falta do concurso do obsidiado, essa terceira pessoa deve tomar ascendente sobre o Espírito; porém, como este ascendente só pode ser moral, só a um ser moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo e seu poder será tanto maior, quanto maior for a sua superioridade moral, porque, então, se impõe àquele, que se vê forçado a inclinar-se diante dele. Por isso é que Jesus tinha tão grande poder para expulsar o a que naquela época se chamava demônio, isto é, os maus Espíritos obsessores.

Pão Nosso – capítulo 123 – Condição Comum

Imediatamente, gritando, o pai da criancinha dizia: Eu creio. Socorre minha falta de fé. (Marcos 9:24).

Aquele homem da multidão, aproximando-se de Jesus com o filho enfermo, constitui expressão representativa do espírito comum da humanidade terrestre.

Os círculos religiosos comentam excessivamente a fé em Deus; todavia, nos instantes da tempestade, são escassos os devotos que permanecem firmes na confiança.

Revelam-se as massas muito atentas aos cerimoniais do culto exterior, participam das edificações alusivas à crença; contudo, ante as dificuldades do escândalo, quase toda gente resvala no despenhadeiro das acusações recíprocas.

Se falha um missionário, verifica-se a debandada. A comunidade dos crentes pousa os olhos nos homens falíveis, cegos às finalidades ou indiferentes às instituições. Em tal movimento de insegurança espiritual, sem paradoxo, as criaturas humanas creem e descreem, confiando hoje e desfalecendo amanhã.

Somos defrontados, ainda, pelo regime de incerteza de espíritos infantis que mal começam a conceber noções de responsabilidade.

Felizes, pois, aqueles que, à maneira do pai necessitado, se acercarem do Cristo, confessando a precariedade da posição íntima. Assim, afirmando a crença com a boca, pedirão, ao mesmo tempo, ajuda para a sua falta de fé, atestando com lágrimas a própria miserabilidade.

Fonte Viva – Capítulo 165 – Não duvideis

“… O que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte.” – Tiago. (Tiago, 1:6.)

Em teus atos de fé e esperança, não permitas que a dúvida se interponha, como sombra, entre a tua necessidade e o poder do Senhor. A força coagulante de teus pensamentos, nas realizações que empreendes, procede de ti mesmo, das entranhas de tua alma, porque somente aquele que confia consegue perseverar no levantamento dos degraus que o conduzirão à altura que deseja atingir.

A dúvida, no plano externo, pode auxiliar a experimentação, nesse ou naquele setor do progresso material, mas a hesitação no mundo íntimo é o dissolvente de nossas melhores energias. Quem duvida de si próprio, perturba o auxílio divino em si mesmo. Ninguém pode ajudar àquele que se desajuda.

Compreendendo o impositivo de confiança que deve nortear-nos para a frente, insistamos no bem, procurando-o com todas as possibilidades ao nosso alcance. Abandonemos a pressa e olvidemos o desânimo. Não importa que a nossa conquista surja triunfante hoje ou amanhã. Vale trabalhar e fazer o melhor que pudermos, aqui e agora, porque a vida se incumbe de trazer-nos aquilo que buscamos. Avançar sem vacilações, amando, aprendendo e servindo infatigavelmente – eis a fórmula de caminhar com êxito, ao encontro de nossa vitória.

E, nessa peregrinação incansável, não nos esqueçamos de que a dúvida será sempre o frio do derrotismo a inclinar-nos para a negação e para a morte.

 

  1. FALTA DE FÉ

6.1 – Homem de pouca fé, por que duvidaste? (Mateus 14)

22 Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o
outro lado, enquanto ele despedia as multidões.
23 Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho.
24 Entrementes, o barco já estava a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o
vento era contrário.
25 Â quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar.
26 Os discípulos, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, assustaram-se e disseram: É um
fantasma. E gritaram de medo.
27 Jesus, porém, imediatamente lhes falou, dizendo: Tende ânimo; sou eu; não temais.
28 Respondeu-lhe Pedro: Senhor! se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas.
29 Disse-lhe ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro
de Jesus.
30 Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me.
31 Imediatamente estendeu Jesus a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?
32 E logo que subiram para o barco, o vento cessou.
33 Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus.

A Gênese 14:43

Exemplos análogos provam que ele nada tem de impossível, nem de miraculoso, pois que se produz sob a ação das leis da Natureza. Pode operar-se de duas maneiras. Jesus, embora estivesse vivo, pôde aparecer sobre a água, com uma forma tangível, estando alhures o seu corpo. É a hipótese mais provável. Fácil é mesmo descobrir-se na narrativa alguns sinais característicos das aparições tangíveis.

Por outro lado, também pode ter sucedido que seu corpo fosse sustentado e neutralizada a sua gravidade pela mesma força fluídica que mantém no espaço uma mesa, sem ponto de apoio. Idêntico efeito se produz muitas vezes com os corpos humanos.

Mecanismos da Mediunidade – capítulo 26

[…] no campo da fenomenologia física ou metapsíquica objetiva, identificamo-lo em plena levitação, caminhando sobre as águas […].

Livro: Parábolas e Ensinos De Jesus – Segunda Parte – Capítulo: Jesus anda sobre o Mar

A vida de Jesus e seus feitos são verdadeiramente maravilhosos. O seu poder dominava todos os elementos; a sua sabedoria conhecia todos os mistérios; por isso a sua ação era prodigiosa. Médium Divino que resumiu todos os dons e conversava com todos os grandes Profetas do Além que o seguiam em sua Missão e o auxiliavam, Ele caminha por sobre o mar a pés enxutos, de acordo com a lei da levitação dos corpos que o Espiritismo ensina e explica atualmente. Seus discípulos, vendo-o caminhar sobre as águas, e como era noite, não o conheceram distintamente, julgando tratar-se da aparição de algum Espírito, fato que parece, tinham já observado várias vezes, dado o temor que lhes sobreveio e sua exclamação: “É um fantasma!” Depois de o Mestre se haver dado a conhecer, foram tomados de confiança e Pedro suplicou-lhe permissão para ir ao seu encontro “por cima das águas” Acedendo Jesus, Pedro sai da barca envolto nos fluidos de seu Mestre, e também auxiliado na levitação pelos Espíritos que acompanhavam a Jesus, até que, vacilando, isto é, perdendo a fé, perdeu o auxílio superior e se foi submergindo! Reconhecendo, cheio de temor, o desamparo divino, apela novamente para Jesus, sendo por este amparado; ao contato com o Nazareno, volta-lhe a fé, e foi transportado para a barca em companhia do Mestre. Este fato maravilhou tanto aos que estavam na barca, que adoraram a Jesus, dizendo: “Verdadeiramente és Filho de Deus!”.

Caminho, Verdade e Vida – Capítulo 40 – Tempo de confiança

“E disse-lhes: Onde está a vossa fé?” — (LUCA 8:25).

A tempestade estabelecera a perturbação no ânimo dos discípulos mais fortes. Desorientados, ante a fúria dos elementos, socorrem-se de Jesus, em altos brados.

Atende-os o Mestre, mas pergunta depois:

— Onde está a vossa fé?

O quadro sugere ponderações de vasto alcance. A interrogação de Jesus indica claramente a necessidade de manutenção da confiança, quando tudo parece obscuro e perdido. Em tais circunstâncias, surge a ocasião da fé, no tempo que lhe é próprio.

Se há ensejo para trabalho e descanso, plantio e colheita, revelar-se-á igualmente a confiança na hora adequada. Ninguém exercitará otimismo, quando todas as situações se conjugam para o bem-estar. É difícil demonstrar-se amizade nos momentos felizes.

Aguardem os discípulos, naturalmente, oportunidades de luta maior, em que necessitarão aplicar mais extensa e intensivamente os ensinos do Senhor. Sem isso, seria impossível aferir valores.

Na atualidade dolorosa, inúmeros companheiros invocam a cooperação direta do Cristo. E o socorro vem sempre, porque é infinita a misericórdia celestial, mas, vencida a dificuldade, esperem a indagação:

— Onde está a vossa fé?

E outros obstáculos sobrevirão, até que o discípulo aprenda a dominar-se, a educar-se e a vencer, serenamente, com as lições recebidas.

6.2 – Por que temeis, homens de pouca fé? (Mateus 8)

23 E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram.
24 E eis que se levantou no mar tão grande tempestade que o barco era coberto pelas ondas;
ele, porém, estava dormindo.
25 Os discípulos, pois, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Salva-nos, Senhor, que
estamos perecendo.
26 Ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se grande bonança.
27 E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?

O Livro dos Espíritos

  1. São devidos a causas fortuitas, ou, ao contrário, têm todos um fim providencial, os grandes fenômenos da natureza, os que se consideram como perturbação dos elementos?

“Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.”

  1. a) — Objetivam sempre o homem esses fenômenos?

“Às vezes têm, como imediata razão de ser, o homem. Mas também é frequente terem por único motivo o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da natureza.”

  1. b) — Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primária, nisto como em tudo; porém, sabendo que os Espíritos exercem ação sobre a matéria e que são os agentes da vontade de Deus, perguntamos se alguns dentre eles não exercerão certa influência sobre os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir.

“Mas evidentemente. Nem poderia ser de outro modo. Deus não exerce ação direta sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos.”

O Consolador

354 –Poder-se-á definir o que é ter fé?

-Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.

Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer “eu creio”, mas afirmar “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento. Essa fé não pode estagnar em nenhuma circunstância da vida e sabe trabalhar sempre, intensificando a amplitude de sua iluminação, pela dor ou pela responsabilidade, pelo esforço e pelo dever cumprido.

Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança que sabe enfrentar todas as lutas e problemas, com a luz divina no coração, e significa a humildade redentora que edifica no íntimo do espírito a disposição sincera do discípulo, relativamente ao “faça-se no escravo a vontade do Senhor”

O Evangelho Segundo o Espiritismo 19:3

A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, torna-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.

Vivendo com Jesus – Capítulo 27 – Tempestade Acalmada

Jesus tinha e tem poder sobre as tempestades da Natureza, muitas vezes provocadas por seres espirituais. Também se preocupava com as tempestades do coração, esses tormentos que envilecem o ser humano e o levam a situações lamentáveis. No lago ou mar da Galileia fora-lhe fácil aplacar as fúrias, ordenando aos seus agentes que as fizessem cessar, o que logo aconteceu. Para as tormentas do coração propôs inúmeras diretrizes de segurança moral capazes de superá-las.

Nenhuma, porém, mais expressiva e difícil do que essa que se encontra na Lei de Amor, propondo o mergulho nas águas agitadas dos sentimentos primários para deles o indivíduo libertar-se, adquirindo paz. Ofereceu, igualmente, o equipamento apropriado para a imersão no abismo de si mesmo, que é o escafandro do esforço pessoal. É muito fácil a vitória externa, aquela que diz respeito à relação com os outros, nada obstante o audacioso empenho para descobrir as imperfeições e trabalhá-lhas, eis o desafio que todos enfrentam. O Seu propósito tem sido, desde aqueles já algo remotos tempos, a conquista da paz do coração. Enquanto as boninas medravam adornando a relva abundante, com a Natureza em exuberância de luz e de estesia, o canto do Evangelho soava aos ouvidos das multidões atormentadas, enternecendo-as.

Ouviam-no, todos aqueles que O seguiam, mas não entendiam, mantendo os hábitos mentais e morais viciosos, isto porque não queriam compreender. Encontravam-se sobrecarregados das paixões primitivas: doenças físicas, transtornos emocionais e distúrbios mentais. A miséria econômica e a falta de objetivos relevantes jugulavam-nos às mesquinhezes, nos combates exaustivos dos vícios e da degradação…

Ele oferecia a cura da alma para sempre, e todos optavam pela recuperação do corpo, mesmo que sofrendo o retorno das enfermidades dilaceradoras cujas causas encontravam-se no ser profundo. Ele amava e sacrificava-se, ensinando a libertação do Mal através da transformação moral; no entanto, os que O buscavam prosseguiam na luta para manter-se na ilusão tormentosa do cotidiano. Ele era a luz que podia anular a treva interior da ignorância, porém as massas infelizes sedentas de prazer, beneficiavam-se um pouco e logo atiravam-se nos calabouços da demorada prisão em que se compraziam, povoada de crimes. Ele propunha a paz, e quase todos esperavam a guerra contra os outros, olvidando os inimigos reais que se encontram no seu mundo íntimo.

Apesar disso, Ele prosseguiu estoico e perseverante até o momento da morte infamante, procurando aplacar as tempestades dos corações…

 

  1. DIÁLOGO COM NICODEMOS

7.1 – Tu é mestre em Israel e não entendes estas coisas? / Se vos falei de coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais? (João 3)

1 Ora, havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
2 Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus;
pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
3 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo,
não pode ver o reino de Deus.
4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode
tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do
Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.
8 O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai;
assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
9 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode ser isto?
10 Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas?
11 Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testemunhamos o que
temos visto; e não aceitais o nosso testemunho!
12 Se vos falei de coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais?

O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 4

  1. A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As ideias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá ideia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado.
  2. Para se apanhar o verdadeiro sentido dessas palavras, cumpre também se atente na significação do termo água, que ali não fora empregado na acepção que lhe é própria.

Muito imperfeitos eram os conhecimentos dos antigos sobre as ciências físicas. Eles acreditavam que a Terra saíra das águas e, por isso, consideravam a água como elemento gerador absoluto. Assim é que na Gênese se lê: “O Espírito de Deus era levado sobre as águas; flutuava sobre as águas; — Que o firmamento seja feito no meio das águas; — Que as águas que estão debaixo do céu se reúnam em um só lugar e que apareça o elemento árido; — Que as águas produzam animais vivos que nadem na água e pássaros que voem sobre a terra e sob o firmamento.”

Segundo essa crença, a água se tornara o símbolo da natureza material, como o Espírito era o da natureza inteligente. Estas palavras: “Se o homem não renasce da água e do Espírito, ou em água e em Espírito” significam, pois: “Se o homem não renasce com seu corpo e sua alma.” É nesse sentido que a princípio as compreenderam.

Tal interpretação se justifica, aliás, por estas outras palavras: O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Jesus estabelece aí uma distinção positiva entre o Espírito e o corpo. O que é nascido da carne é carne indica claramente que só o corpo procede do corpo e que o Espírito independe deste.

  1. O Espírito sopra onde quer; ouves-lhe a voz, mas não sabes nem donde ele vem, nem para onde vai: pode-se entender que se trata do Espírito de Deus, que dá vida a quem ele quer, ou da alma do homem. Nesta última acepção — “não sabes donde ele vem, nem para onde vai” — significa que ninguém sabe o que foi, nem o que será o Espírito. Se o Espírito, ou alma, fosse criado ao mesmo tempo que o corpo, saber-se-ia donde ele veio, pois que se lhe conheceria o começo. Como quer que seja, essa passagem consagra o princípio da preexistência da alma e, por conseguinte, o da pluralidade das existências.

Boa nova capítulo 14 – A lição de Nicodemos

Todavia, sem embargo das dissensões naturais que precedem o estabelecimento definitivo das ideias novas, alguns Espíritos acompanhavam o Messias, tomados de vivo interesse pelos seus elevados princípios. Entre estes, figurava Nicodemos, fariseu notável pelo coração bem formado e pelos dotes da inteligência. Assim, uma noite, ao cabo de grandes preocupações e longos raciocínios, procurou a Jesus, em particular, seduzido pela magnanimidade de suas ações e pela grandeza de sua doutrina salvadora. O Messias estava acompanhado apenas de dois dos seus discípulos e recebeu a visita com a sua bondade costumeira.

Após a saudação habitual e revelando as suas ânsias de conhecimento, depois de fundas meditações, Nicodemos dirigiu-se-lhe respeitoso:

— Mestre, bem sabemos que vindes de Deus, pois somente com a luz da assistência divina poderíeis realizar o que tendes efetuado, mostrando o sinal do Céu em vossas mãos. Tenho empregado a minha existência em interpretar a lei, mas desejava receber a vossa palavra sobre os recursos de que deverei lançar mão para conhecer o Reino de Deus!

O Mestre sorriu bondosamente e esclareceu:

— Primeiro que tudo, Nicodemos, não basta que tenhas vivido a interpretar a lei. Antes de raciocinar sobre as suas disposições, deverias ter-lhe sentido os textos. Mas, em verdade devo dizer-te que ninguém conhecerá o Reino do Céu, sem nascer de novo.

— Como pode um homem nascer de novo, sendo velho? — Interrogou o fariseu, altamente surpreendido. Poderá, porventura, regressar ao ventre de sua mãe?

O Messias fixou nele os olhos calmos, consciente da gravidade do assunto em foco, e acrescentou:

— Em verdade, reafirmo-te ser indispensável que o homem nasça e renasça, para conhecer plenamente a luz do Reino!…

— Entretanto, como pode isso ser? — Perguntou Nicodemos, perturbado.

— És mestre em Israel e ignoras estas coisas? — Inquiriu Jesus, como surpreendido. — 7 É natural que cada um somente testifique daquilo que saiba; porém, precisamos considerar que tu ensinas. Apesar disso, não aceitas os nossos testemunhos. Se falando eu de coisas terrenas sentes dificuldades em compreendê-las com os teus raciocínios sobre a lei, como poderás aceitar as minhas afirmativas quando eu disser das coisas celestiais? Seria loucura destinar os alimentos apropriados a um velho para o organismo frágil de uma criança.

Extremamente confundido, retirou-se o fariseu, ficando André e Tiago empenhados em obter do Messias o necessário esclarecimento, acerca daquela lição nova.[…]

-Ante as elucidações do Mestre, os dois discípulos estavam maravilhados. Aquela lição profunda esclarecia-os para sempre.

Tiago, então, aproximou-se e sugeriu a Jesus que proclamasse aquelas verdades novas na pregação do dia seguinte. O Mestre dirigiu-lhe um olhar de admiração e interrogou:

– Será que não compreendeste? Pois, se um doutor da lei saiu daqui sem que eu lhe pudesse explicar toda a verdade, como queres que proceda de modo contrário, para com a compreensão simplista do espírito popular? Alguém constrói uma casa iniciando pelo teto o trabalho? Além disso, mandarei mais tarde o Consolador, a fim de esclarecer e dilatar os meus ensinos.

Eminentemente impressionados, André e Tiago calaram as derradeiras interrogações. Aquela palestra particular, entre o Senhor e os discípulos, permaneceria guardada na sombra leve da noite em Jerusalém; mas, a lição a Nicodemos estava dada. A lei da reencarnação estava proclamada para sempre, no Evangelho do Reino.

Caminho, verdade e Vida – Capítulo 111 – Orientadores do mundo

“Respondeu-lhe Jesus: És mestre em Israel e não sabes Isto?” — (JOÃO 3:10)

É muito comum nos círculos religiosos, notadamente nos arraiais
espiritistas, o aparecimento de orientadores do mundo, reclamando provas da existência da alma.

Tempo virá em que semelhantes inquirições serão consideradas pueris,
porque, afinal, esses mentores da política, da educação, da ciência, estão perguntando, no fundo, se eles próprios existem.

A resposta de Jesus a Nicodemos, embora se refira ao problema da reencarnação, enquadra-se perfeitamente ao assunto, de vez que os condutores da atualidade prosseguem indagando sobre realidades essenciais da vida.

Peçamos a Deus auxilie o homem para que não continue tentando penetrar a casa do progresso pelo telhado.

O médico leviano, até que verifique a verdade espiritual, será defrontado
por experiências dolorosas no campo das realizações que lhe dizem respeito. O professor, apenas teórico, precipitar-se-á muitas vezes nas ilusões. O administrador improvisado permanecerá exposto a erros tremendos, até que se ajuste A responsabilidade que lhe é própria.

Por esse motivo, a resposta de Jesus aplica-se, com acerto, às
interrogações dos instrutores modernos. Transformados em investigadores, dirigem-se a nós outros, muita vez com ironia, reclamando a certeza sobre a existência do espírito; entretanto, eles orientam os outros e se introduzem na vida dos nossos Irmãos em humanidade. Considerando essa circunstância e em se tratando de problema tão essencial para si próprios, é razoável que não perguntem, porque devem saber.

Caminho, verdade e vida – Capítulo 136 – Coisas terrestres e celestiais

“Se vos tenho falado de coisas terrestres, e não me credes, como crereis se vos falar das celestiais? — Jesus. (JOÃO 3:12)

No intercâmbio com o mundo espiritual, é frequente a reclamação de certos estudiosos, relativamente à ausência de informações das entidades comunicantes, no que se refere às particularidades alusivas às atividades em que se movimentam.

Por que não se fazem mais explícitos os desencarnados quanto ao novo gênero de vida a que foram chamados? Como serão suas cidades, suas casas, seus processos de relações comuns? Através de que meios se organizam hierarquicamente? Terão governos nos moldes terrestres?

Indagam outros, relativamente às razões pelas quais os cientistas libertos do plano físico não voltam aos antigos centros de pesquisas e realizações, vulgarizando métodos de cura para as chamadas moléstias incuráveis ou revelando invenções novas que acelerem o progresso mundial.

São esses os argumentos apressados da preguiça humana.

Se os Espíritos comunicantes têm tratado quase que somente do material existente em torno das próprias criaturas terrenas, num curso metódico de introdução a tarefas mais altas e ainda não puderam ser integralmente ouvidos, que viria a acontecer se olvidassem compromissos graves, dando-se ao gosto de comentários prematuros?

É necessário compreenda o homem que Deus concede os auxílios; entretanto, cada Espírito é obrigado a talhar a própria glória.

A grande tarefa do mundo espiritual, em seu mecanismo de relações com os homens encarnados, não é a de trazer conhecimentos sensacionais e extemporâneos, mas a de ensinar os homens a ler os sinais divinos que a vida terrestre contém em si mesma, iluminando-lhes a marcha para a espiritualidade superior.

Revista Espírita 1861 – junho – Correspondência

A carta seguinte nos foi enviada pelo Sr. Roustaing, advogado no Tribunal Imperial de Bordéus e antigo presidente da Ordem dos Advogados. Os princípios que aí são claramente expressos por um homem de sua posição, posto entre os mais esclarecidos, talvez levem a refletir aqueles que, julgando-se com o privilégio exclusivo da razão, colocam sem cerimônia todos os adeptos do Espiritismo entre os imbecis.

“Meu caro senhor e muito honrado chefe espírita,

“Recebi a suave influência e colhi o benefício destas palavras do Cristo a Tomé: “Felizes os que não viram e creram”, profundas, verdadeiras e divinas palavras que mostram o mais seguro caminho, o mais racional, que conduz à fé, segundo a máxima de São Paulo, que o Espiritismo cumpriu e realiza: Rationabile sit obsequium vestrum.

“Quando vos escrevi em março último, pela primeira vez, dizia: “Nada vi, mas li e compreendi, e creio.” Deus me recompensou bem por ter crido sem ter visto; depois vi e vi bem; vi em condições proveitosas, e a parte experimental veio animar, se assim me posso exprimir, a fé que a parte doutrinária me havia dado e, fortalecendo-a, imprimir-lhe a vida.

“Depois de ter estudado e compreendido, eu conhecia o mundo invisível como conhece Paris quem a estudou sobre o mapa. Pela experiência, trabalho e observação continuada, conheci o mundo invisível e seus habitantes como conhece Paris quem a percorreu, mas sem ter ainda penetrado em todos os recantos dessa vasta capital. Não obstante, desde o começo do mês de abril, graças ao conhecimento que me proporcionastes, do excelente Sr. Sabo de sua família patriarcal, todos bons e verdadeiros espíritas, pude trabalhar e trabalhei constantemente todos os dias com eles ou em minha casa, em presença e com o concurso dos adeptos de nossa cidade, que estão convictos da verdade do Espiritismo, embora nem todos sejam ainda, de fato e praticamente, espíritas.[…]

Agora compreendo o sentido destas palavras do Cristo a Nicodemos: “Sois doutor da lei e ignorais isto?” Hoje, que Deus me permitiu compreender de maneira completa toda a verdade da lei evangélica, eu me pergunto como a ignorância dos homens, doutores da lei, pôde resistir a este ponto à interpretação dos textos; produzir assim o erro e a mentira que engendraram e alimentaram o materialismo, a incredulidade, o fanatismo ou a poltronaria? Eu me pergunto como esta ignorância, este erro puderam produzir-se quando o Cristo tivera o cuidado de proclamar a necessidade de reviver, dizendo: “É PRECISO NASCER DE NOVO”, e por aí a reencarnação como único meio de ver o reino de Deus, o que já era conhecido e ensinado na Terra e que Nicodemos devia saber: “Sois doutor da lei e ignorais isto!” É verdade que o Cristo acrescenta a cada passo: “Que os que têm ouvidos, ouçam”; e também: “Têm olhos e não veem; têm ouvidos e não ouvem e não compreendem”, o que pode aplicar-se aos que vieram depois dele, bem como aos de seu tempo.   […]

“Adeus, meu caro senhor. Após três meses de silêncio, eu vos fatigo com uma carta muito longa. Respondei quando puderdes e quiserdes. Eu me proporia a fazer uma viagem a Paris para ter o prazer de vos conhecer pessoalmente, de fraternalmente vos apertar a mão. Minha saúde a isto se opõe no momento.

Podeis fazer desta carta o uso que achardes conveniente. Eu me honro de ser declaradamente e publicamente espírita.

Vosso mui devotado,

ROUSTAING, Advogado.[…]

Como nós, todos apreciarão a justeza dos pensamentos expressos nesta carta. Vê-se que, embora iniciado recentemente, o Sr. Roustaing passou a mestre em assunto de apreciação. É que estudou séria e profundamente, o que lhe permitiu apanhar com rapidez todas as consequências dessa grave questão do Espiritismo e, ao contrário de muita gente, não parou na superfície. Nada tinha visto ainda, diz ele, e estava convencido, porque havia lido e compreendido. Tem ele isto de comum com muita gente e sempre frisamos que estes, longe de serem superficiais, são, ao contrário, os que mais refletem. Ligando-se mais ao fundo do que à forma, para eles a parte filosófica é o principal e os fenômenos propriamente ditos são acessórios e eles dizem que ainda mesmo que os fenômenos não existissem, nem por isso deixaria de haver uma filosofia, a única que resolve os problemas até hoje insolúveis; a única que dá do passado e do futuro do homem a teoria mais racional. Ora, eles preferem uma doutrina que explica a uma que não explica, ou que explica mal. Quem quer que reflita compreende muito bem que se poderia fazer abstração das manifestações e nem por isso deixaria de subsistir a doutrina. As manifestações vêm corroborá-la, confirmá-la, mas não são a sua base essencial.

 

  1. DINHEIRO

8.1 – Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um que é Deus (Marcos 10)

17 Ora, ao sair para se pôr a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele e lhe perguntou: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?
18 Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um que é Deus.
19 Sabes os mandamentos: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso
testemunho; a ninguém defraudarás; honra a teu pai e a tua mãe.
20 Ele, porém, lhe replicou: Mestre, tudo isso tenho guardado desde a minha juventude.
21 E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Uma coisa te falta; vai vende tudo quanto tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.
22 Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitos bens.
23 Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino
de Deus os que têm riquezas!
24 E os discípulos se maravilharam destas suas palavras; mas Jesus, tornando a falar, disse-lhes: Filhos, quão difícil é [para os que confiam nas riquezas] entrar no reino de Deus!

O Evangelho Segundo o Espiritismo 16:7

Quando Jesus disse ao moço que o inquiria sobre os meios de ganhar a vida eterna: “Desfaze-te de todos os teus bens e segue-me”, não pretendeu, decerto, estabelecer como princípio absoluto que cada um deva despojar-se do que possui e que a salvação só a esse preço se obtém; mas, apenas mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação. Aquele moço, com efeito, se julgava quite porque observara certos mandamentos e, no entanto, recusava-se à ideia de abandonar os bens de que era dono. Seu desejo de obter a vida eterna não ia até ao extremo de adquiri-la com sacrifício.

O que Jesus lhe propunha era uma prova decisiva, destinada a pôr a nu o fundo do seu pensamento. Ele podia, sem dúvida, ser um homem perfeitamente honesto na opinião do mundo, não causar dano a ninguém, não maldizer do próximo, não ser vão, nem orgulhoso, honrar a seu pai e a sua mãe. Mas, não tinha a verdadeira caridade; sua virtude não chegava até a abnegação. Isso o que Jesus quis demonstrar. Fazia uma aplicação do princípio: “Fora da caridade não há salvação”.

[…] Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. É a consequência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.

[…] A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso.

Mateus 6:1 a 8

1 Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles;
de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.
2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas
nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já
receberam a sua recompensa.
3 Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita;
4 para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
5 E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas,
e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam
a sua recompensa.
6 Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em
secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito
falar serão ouvidos.
8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de
vós lho pedirdes.

O Moço Rico – Águia de Asas partidas – https://centroespiritaleocadio.org.br/o-moco-rico-uma-aguia-de-asas-partidas/

Jornal Mundo Espírita – dezembro/2004

Ele era um jovem abastado. Herdara dos pais um palácio que se erguia na colina de Acra. Seus servos o amavam e serviam com lealdade, atendendo-lhe todos os desejos. Habituara-se a dormir em seu leito de ébano e marfim, onde se permitia devaneios e dava vazão a muito sonhos.
E quantos sonhos tinha! Amava as corridas de bigas, quadrigas, ansiava pela ovação do povo, que o conduzia quase ao êxtase. Via-se, por entre a multidão, recebendo flores aos pés e seu nome aclamado repetidas vezes. Possuía taças de rica ornamentação, nas quais bebia os vinhos gregos e latinos, louros e rubros como as auroras. Tinha arcas abarrotadas de pedras raras, diamantes, rubis, safiras e pérolas sem conta. Era detentor de rebanhos e de muitas vinhas. Em Betânia, possuía outro palácio, onde costumava receber amigos para festas. Cuidava do corpo com massagens de óleos e unguentos raros. Vestia-se com tecidos de linho leve. Nele, tudo respirava juventude, beleza e glória.

Entretanto, embora parecesse nada lhe faltar, sentia sede de paz. Vazio estava o coração. Vez ou outra, a melancolia o abraçava. É como se depois das vitórias, dos banquetes e das honrarias, o mármore, o marfim, as jóias, tudo lhe soasse frio, gélido. Ansiava pela paz. Como conquistá-la? Onde buscá-la?

Naquele cair de tarde, quase noite, em que os raios de luar já dançavam sobre a Terra, o príncipe procurou o Rabi. Jesus acabara de abençoar as crianças, quando o moço rico se aproxima. O Encontro singular lembrava um eclipse solar ao nascer do sol. O vale prostra-se aos pés da imponente montanha e cheio de ansiedade, indaga:

– Bom mestre, que bem devo praticar para alcançar a vida eterna?

E o diálogo deve ter prosseguido mais ou menos assim:

– Por que me chamas bom? Bom somente o Pai o é. À tua pergunta, respondo: cumpre os mandamentos, isto é, não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honrarás teu pai e tua mãe.

– Tudo isso tenho observado em minha mocidade. No entanto, sinto que não me basta. Surdas inquietações me atormentam. Labaredas de ansiedade me consomem. Faltava-me algo!

– Então – propõe-lhe a Luz – vende tudo quanto tens, reparte-o entre os pobres. Vem, e segue-me!

A proposta o penetrou como um punhal afiado. Onde já ouvira aquela voz? Não lhe parecia desconhecida. E aquele olhar que o fitava, cujos olhos mais pareciam duas estrelas engastadas na face pálida que o fitavam?! Que doce magnetismo!

A ordem, a meiguice daquele homem ecoava em seu espírito. Ele era uma águia que desejava alcançar as alturas. E o Rabi lhe dizia como utilizar as asas para voar mais alto. O rapaz ficou mudo por alguns instantes. Suas mãos frias, revestiam-se de suor. Os lábios pareciam selados.
Por fim, vencendo a própria resistência, murmurou:

– Senhor, deixa antes que eu vá competir em Cesaréia. Disputarei os jogos… Colherei os louros da vitória para Israel. Voltarei depois…

– Não posso esperar, foi a resposta. Hoje é o momento para ti. Esta é a hora. Nem amanhã, nem mais tarde.

Agora, o jovem parece conseguir desembaraçar as ideias e explica, num jorro de palavras:

– Adquiri recentemente aos partas quatro cavalos soberbos, brancos, velozes como dardos. Paguei uma fortuna por eles, o preço de uma casa, setecentos denários! Conduzirão minha quadriga no circo, nos próximos dias, em Cesaréia. Guardo a certeza que serei vencedor, porque também contratei escravos que me adestraram. Mestre, compreendes o que é tudo isto? Não temo dar o que tenho: dinheiro, ouro, gemas, propriedades, títulos.

A voz do Divino Pastor o interrompe:

– Dá-me a ti próprio e eu te oferecerei a ventura sem limite.

– Eu quero, mas…

Pela sua mente em turbilhão, passaram as cenas das glórias que conquistaria. Os amigos confiavam nele. Tantos esperavam a sua vitória. Israel seria honrada com seu triunfo. Sim, ele podia renunciar aos bens de família, mas ao tesouro da juventude, às riquezas da vaidade atendida, os caprichos sustentados…? Seria necessário renunciar a tudo?

A águia desejava voar, mas as asas estavam quebradas…

Recorda-se o jovem que os amigos o esperam na cidade, para um banquete previamente agendado. Num estremecimento, se ergue:

– Não posso! murmura. Não posso agora. Perdoa-me.

E afastou-se a passos largos. Subindo a encosta, na curva do caminho, ele se deteve. Olhou para trás. Vacilou ainda uma vez. A figura do Mestre se desenha na paisagem, aos raios do luar. Luz. Indecisa, a alma do moço parece um pêndulo oscilante. A águia ainda tenta alçar o vôo. O peso do mundo a retém no solo. Ele se decide. Com passos rápidos, quase a correr, desaparece na noite.

Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas narram o episódio e dizem de como ele se retirou triste e pesaroso. Nem poderia ser diferente: fora-lhe dada a oportunidade de se precipitar no oceano do amor e ele preferira as areias vãs do mundo.

Uma semana depois, preparavam-se as bigas e quadrigas para a importante competição em Cesaréia. As trompas e as fanfarras anunciam as festas públicas. Apostas são feitas sobre as mesas dos cambistas. Os ases, as preferências, as cores. Tudo fala de triunfo, alegria. Ao sinal convencionado, sob estrondosa ovação, partem os corcéis fogosos, puxando os carros e seus condutores. Chicotes estalam no ar, mãos firmes nas rédeas, suores, ansiedade.

E então, na tarde poeirenta, numa manobra infeliz, a quadriga vira, um corpo tomba e os cavalos, em disparada, despedaçam-no. A corrida prossegue. O povo elege logo outro para honrar, o vencedor. O moço sente a vida se lhe esvair. O sangue empapa o solo. Os escravos o acodem, retiram-no da pista. Ele não mais distingue as pessoas. O vozerio da turba parece distante, inalcançável.

Uma névoa o envolve. Abandona o corpo estraçalhado, sem vida. Dois braços amigos o acolhem. Na acústica da alma, ele ainda escuta: Vem e segue-me. Hoje… Não posso esperar.

A águia demoraria um tempo maior para alçar o vôo às alturas que sonhava. Os séculos se dobrariam. O moço rico retornaria muitas vezes ao cenário do mundo até conseguir o seu intento.

Bibliografia:
01. FRANCO, Divaldo Pereira. O mancebo rico. In:___. As primícias do reino. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Rio de Janeiro: Sabedoria, 1967.

  1. ROHDEN, Huberto. O jovem rico. In:___. Jesus Nazareno. 6. ed. São Paulo: União Cultural. v. II, pt. 2, cap. 130.
  2. SALGADO, Plínio. Motivos do moço rico. In:___. Vida de Jesus. 21. ed. São Paulo: Voz do Oeste, 1978. cap. 52.

O Consolador

223 – Há tempo determinado na vida do homem terrestre para que se possa ele entregar, com mais probabilidades de êxito, ao trabalho de iluminação?

-A existência na Terra é um aprendizado excelente e constante. Não há idades para o serviço de iluminação espiritual. Os pais têm o dever de orientar a criança, desde os seus primeiros passos, no capítulo das noções evangélicas, e a velhice não tem o direito de alegar o cansaço orgânico em face desses estudos de sua necessidade própria.

É certo que as aquisições de um velho, em matéria de conhecimentos novos, não podem ser tão fáceis como as de um jovem em função de sua instrumentabilidade sadia, fisicamente falando; os homens mais avançados em anos têm, contudo, a seu favor as experiências da vida, que facilitam a compreensão e nobilitam o esforço da iluminação de si mesmos, considerando que, se a velhice é a noite, a alma terá no amanhã do futuro a alvorada brilhante de uma vida nova.

8.2 – Homem, quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós? (Lucas 12)

13 Disse-lhe alguém dentre a multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparte comigo a herança.
14 Mas ele lhe respondeu: Homem, quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós?
15 E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do
homem não consiste na abundância das coisas que possui.
16 Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com
abundância;
17 e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos.
18 Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens;
19 e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te.
20 Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?
21 Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

[…] O solicitador procurava um aliado e não um juiz verdadeiro. Outrossim, Jesus simplesmente não queria se envolver em uma briga de família. Além disso, mostrou assim que a sua posição não era civil, que o seu reino é de natureza espiritual, e que ele é um juiz espiritual. […] Por conseguinte, vemos nesta seção a maneira pela qual Jesus evitou os aspectos políticos e seculares daquilo que os judeus esperavam do Messias;

Vinha de luz – cap 35 – Que pedes?

Que pedes à vida, amigo?

Os ambiciosos reclamam reservas de milhões. Os egoístas exigem todas as satisfações para si somente. Os arbitrários solicitam atenção exclusiva aos caprichos que lhes são  próprios. Os vaidosos reclamam louvores. Os invejosos exigem compensações que lhes não cabem. Os despeitados solicitam considerações indébitas. Os ociosos pedem prosperidade sem esforço. Os tolos reclamam divertimentos sem preocupação de serviço. Os revoltados reclamam direitos sem deveres. Os extravagantes exigem saúde sem cuidados. Os impacientes aguardam realizações sem bases. Os insaciáveis pedem todos os bens, olvidando as necessidades dos outros.

Essencialmente considerando, porém, tudo isto é verdadeira loucura, tudo fantasia do coração que se atirou  exclusivamente à posse efêmera das coisas mutáveis.

Vigia, assim, cautelosamente, o plano de teus desejos. Que pedes à vida? Não te esqueças de que, talvez nesta noite, pedirá o Senhor a tua alma.

Palavras de vida eterna — Capítulo 40 – Enquanto podes

“Tu, porém, por que julgas teu irmão? e tu, por que desprezas o teu? pois todos compareceremos perante o Tribunal de Cristo.” — PAULO (Romanos, 14.10)

Constrangido a examinar a conduta do companheiro, nessa ou naquela circunstância difícil, não lhe condenes os embaraços morais.

Lembra-te dos dias de cinza e pranto em que o Senhor te susteve a queda a poucos milímetros da derrota.

Não te acredites a cavaleiro dos novos problemas que surgirão no caminho…

Todo serviço incompleto, que deixaste na retaguarda, buscar-te-á, de novo, o convívio para que lhe ofereças acabamento. E o remate legal de todas as nossas lutas pede o fecho do amor puro como selo da Paz Divina.

As pedras que arremessaste ao telhado alheio voltarão com o tempo sobre o teto em que te asilas, e os venenos que destilaste sobre a esperança dos outros tornarão, no hausto da vida, ao clima de tua própria esperança, testando-te a resistência.

8.3 – Por que me experimentais, hipócritas? / De quem é esta imagem e inscrição? (Mateus 22)

15 Então os fariseus se retiraram e consultaram entre si como o apanhariam em alguma palavra;
16 e enviaram-lhe os seus discípulos, juntamente com os herodianos, a dizer; Mestre, sabemos
que és verdadeiro, e que ensinas segundo a verdade o caminho de Deus, e de ninguém se te
dá, porque não olhas a aparência dos homens.
17 Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não?
18 Jesus, porém, percebendo a sua malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas?
19
Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário.
20 Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição?
21 Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o
que é de Deus.
22 Ao ouvirem isso, ficaram admirados; e, deixando-o, se retiraram.

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

[…] Os fariseus se opunham a cobrança de impostos e os herondianos lhe eram favoráveis. No entanto, por algum tempo, tendo encontrado um adversário comum, uniram-se aqueles dois grupos normalmente inimigos. Não buscavam respostas com sinceridade, mas meramente armavam uma cilada para forçar Jesus a fazer alguma forma de pronunciamento que fosse desaprovado por um ou por outro poder e pelo próprio provo.

[…] “Mestre, sabemos que és verdadeiro”. Aqueles homens usavam a lisonja como isca. Os homens que não lisonjeiam no rosto sempre são suspeitos. [….]  Aquele que te agrada mais do que é necessário, ou tem enganado ou está prestes a te enganar.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 11:6 a 7

A questão proposta a Jesus era motivada pela circunstância de que os judeus, abominando o tributo que os romanos lhes impunham, haviam feito do pagamento desse tributo uma questão religiosa. Numeroso partido se fundara contra o imposto. O pagamento deste constituía, pois, entre eles, uma irritante questão de atualidade, sem o que nenhum senso teria a pergunta feita a Jesus: “É-nos lícito pagar ou deixar de pagar a César o tributo?” Havia nessa pergunta uma armadilha. Contavam os que a formularam poder, conforme a resposta, excitar contra ele a autoridade romana, ou os judeus dissidentes. Mas “Jesus, que lhes conhecia a malícia”, contornou a dificuldade, dando-lhes uma lição de justiça, com o dizer que a cada um seja dado o que lhe é devido.

Esta sentença: “Dai a César o que é de César”, não deve, entretanto, ser entendida de modo restritivo e absoluto. Como em todos os ensinos de Jesus, há nela um princípio geral, resumido sob forma prática e usual e deduzido de uma circunstância particular. Esse princípio é consequente daquele segundo o qual devemos proceder para com os outros como queiramos que os outros procedam para conosco. Ele condena todo prejuízo material e moral que se possa causar a outrem, toda violação de seus interesses. Prescreve o respeito aos direitos de cada um, como cada um deseja que se respeitem os seus. Estende-se mesmo aos deveres contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, tanto quanto para com os indivíduos em geral.

O Consolador

404 –Deve o médium sacrificar o cumprimento de suas obrigações no trabalho cotidiano e no ambiente sagrado da família, em favor da propaganda doutrinária?

– O médium somente deve dar aos serviços da Doutrina a cota de tempo de que possa dispor, entre os labores sagrados do pão de cada dia e o cumprimento dos seus elevados deveres familiares. A execução dessas obrigações é sagrada e urge não cair no declive das situações parasitárias, ou do fanatismo religioso. No trabalho da verdade, Jesus caminha antes de qualquer esforço humano e ninguém deve guardar a pretensão de converter alguém, quando nas tarefas do mundo há sempre oportunidade para o preciso conhecimento de si mesmo. Que médium algum se engane em tais perspectivas. Antes sofrer a incompreensão dos companheiros, que transigir com os princípios, caindo na irresponsabilidade ou nas penosas dívidas de consciência.

 

  1. A AUTORIDADE DE JESUS 

9.1 – Eu também vos perguntarei uma coisa; se me disserdes, eu de igual modo vos direi com que autoridade faço estas coisas. O batismo de João, donde era? do céu ou dos homens? (Mateus 21)

23 Tendo Jesus entrado no templo, e estando a ensinar, aproximaram-se dele os principais
sacerdotes e os anciãos do povo, e perguntaram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? e
quem te deu tal autoridade?
24 Respondeu-lhes Jesus: Eu também vos perguntarei uma coisa; se me disserdes, eu de igual modo vos direi com que autoridade faço estas coisas.
25 O batismo de João, donde era? do céu ou dos homens? Ao que eles arrazoavam entre si: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes?
26 Mas, se dissermos: Dos homens, tememos o povo; porque todos consideram João como
profeta.
27 Responderam, pois, a Jesus: Não sabemos. Disse-lhe ele: Nem eu vos digo com que
autoridade faço estas coisas.

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

De acordo com Mateus, jesus estava ensinando no templo; de acordo com Lucas, tanto ensinava como “pregava o evangelho”. Embora a situação estivesse altamente agitada e tensa, Jesus não deixou de cumprir a sua missão de ensino, e de curas, e, ousadamente, fez do templo o centro de suas atividades

[…] Assim, as mais altas autoridades religiosas da nação inteira procuravam interromper Jesus, enquanto ele falava, exigindo respostas às suas indagações. O povo, ao redor, guardava silêncio e ficava a espera da resposta. A maioria, pelo menos nessa altura dos acontecimentos, estava ao lado de Jesus, temendo que ele não fosse capaz de defrontar-se com êxito de um grupo tão augusto de autoridades religiosas. É possível que as autoridades religiosas esperassem ouvir de seus lábios algumas reivindicações de soberania ou de outra posição política qualquer, a fim de que pudessem acusa-lo ante as autoridades romanas, para que mais facilmente se vissem livres dele. Ao menos esperavas alguma resposta que pudessem torcer, para arruinar sua imagem aos olhos do povo, ou a fim de usá-la contra ele, em algum julgamento formal futuro.

[…] “Autoridade”. O direito de ensinar era usualmente conferido pelos escribas ou por um de seus principais representantes, a alguém que tivesse completando os estudos exigidos, geralmente aos pés de algum instrutor ou instrutores reconhecidos. Terminado o curso, tinha lugar uma cerimonia, na qual o diplomando recebia uma chave, símbolo da interpretação da lei. Ora, o profeta de Nazaré não apresentava essas credenciais, mas João Batista também não as tinha, a despeito de, tal como Jesus, ser ele proclamado profeta. Em sua resposta, Jesus preferiu deixa-los confusos com uma pergunta difícil e, provavelmente, já estavam exasperados além do ponto de poderem fornecer qualquer explicação ou de se defenderem.

[…] “Eu também” Os rabinos estavam acostumados a ensinar fazendo perguntas e exigindo respostas às mesmas. Eram mestre na arte de fazer perguntas. Aqui, Jesus reverta a situação, exibindo um domínio que deve ter eletrificado as multidões, pondo-os imediatamente à vontade. Ao perceberem que ele se sairia vitorioso no encontro. Jesus, porém não tencionava entrar em debate. Tão somente ilustrava a verdade. E naquele momento, firmava ainda mais a sua reputação e autoridade como mestre, aos olhos do povo. O senhor não reivindicou posição messiânica nessa oportunidade, mas mencionou João Batista, que era considerado por grande parte do povo, um profeta e precursor do Messias. Como que fazendo o feitiço virar contra o feiticeiro, Jesus aguilhoou as autoridades religiosas com a verdade da sua grande autoridade como Messias.

[…] Conforme era seu costume, aqueles homens hesitavam em suas opiniões e se recusavam a fazer uma declaração positiva ou negativa. Pois uma declaração positiva – A autoridade de João veio de Deus – poderia entrega-los completamente nas mãos de Jesus, porque, então, seria claramente patenteado que aqueles autoridades e técnicos da lei em realidade eram homens pecadores, que jamais se tinham arrependido, porquanto nenhum deles dera nenhuma atenção à sua mensagem de arrependimento.

[…] Aqueles homens não podiam atribuir a autoridade de João aos homens, pois temiam as massas e sabiam quão volúveis são as multidões. Essa volubilidade foi usada por eles como arma contra Jesus, a fim de mata-lo. Compreendiam perfeitamente bem as ações e atitudes populares. Por isso é que se calaram, pois João era uma espécie de herói entre o povo comum. Todavia, as respostas foram claras, embora não tivessem sido proferidas.

[…] Já que não sabiam dizer qual a origem da autoridade de João Batista, como poderiam ser bons juízes no caso de Jesus? Dificilmente se poderia esperar que julgassem corretamente a natureza da autoridade de Jesus, visto que ignoravam a natureza da autoridade de João

[…] Em face disso, os membros do sinédrio bem poderia ter admitido sem culpa, dizendo “É verdade, estamos convictos”. Ao invés disso, todavia, continuaram empurrando Jesus para a sua execução, enquanto eles mesmo arrastavam a si e a nação inteira ao sorvedouro da condenação.

[…] A autoridade deles era terrena, mas a dele era celestial…

Luz no caminho – indignação

“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!” (Mateus: 23-23)

Cristo nunca examinou o campo de seu apostolado, cruzando os braços com ternura doentia

Numerosos crentes preferem a filosofia acomodatícia do “Deus faz tudo”, olvidando que devemos fazer o que esteja ao nosso alcance.

Ser cristão não é dilatar a tolerância com o mal, a começar de nós mesmos.

A indignação contra os prejuízos da alma deve caracterizar os sinceros discípulos do Evangelho.

Jesus indignou-se contra a hipocrisia de sua época, contra a insegurança dos companheiros, contra os mercadores do Templo.

Como protótipo da virtude, o Mestre nos ensina a indignarmo-nos.

Suas reações nobres verificam-se sempre, quando estavam em jogo os interesses dos outros, o bem estar e a clareza de dever dos semelhantes.

Quando se tratava de sua personalidade Divina, que pedia Cristo para si?

Que disparou para si mesmo no apostolado?

A voz Divina que se levantou com enérgica majestade no Templo para exortar os vendilhões era doce e humilde no dia do Calvário.

Para os outros trouxe a salvação, o jubilo e a vida, defendendo-lhes o interesse sagrado com energia poderosa, para Ele preferiu a cruz e a coroa de espinhos.

Na nossa indignação, desse modo, é sempre útil saber o que precisamos para nós “e o que desejamos para os outros”.

Diálogo com as sombras

2.1.2 – O doutrinador

[…] A despeito disso, ele precisa estar preparado para exercer no momento oportuno, a autoridade necessária, que toda pessoa incumbida de uma tarefa, por mais modesta, deve ter.

4.2 – Linguagem enérgica

[…] É preciso, pois, estarmos atentos e preparados para interferir com mais energia, certos de que firmeza não é estupidez nem grosseria, e que o mais profundo amor fraterno pode e deve coexistir no mesmo impulso de exortação franca e corajosa.

O Livro dos Espíritos

  1. 932. Por que, no mundo, tão frequentemente, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
    “Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”

 

  1. MÃOS À OBRA

10.1 – Quantos pães tendes? (Mateus 15)

29 Partindo Jesus dali, chegou ao pé do mar da Galiléia; e, subindo ao monte, sentou-se ali.
30 E vieram a ele grandes multidões, trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e outros muitos, e lhos puseram aos pés; e ele os curou;
31 de modo que a multidão se admirou, vendo mudos a falar, aleijados a ficar sãos, coxos a
andar, cegos a ver; e glorificaram ao Deus de Israel.
32 Jesus chamou os seus discípulos, e disse: Tenho compaixão da multidão, porque já faz três
dias que eles estão comigo, e não têm o que comer; e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho.
33 Disseram-lhe os discípulos: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para fartar tamanha
multidão?
34 Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? E responderam: Sete, e alguns peixinhos.
35 E tendo ele ordenado ao povo que se sentasse no chão,
36 tomou os sete pães e os peixes, e havendo dado graças, partiu-os, e os entregava aos
discípulos, e os discípulos á multidão.
37 Assim todos comeram, e se fartaram; e do que sobejou dos pedaços levantaram sete alcofas cheias.
38 Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens além de mulheres e crianças.
39 E havendo Jesus despedido a multidão, entrou no barco, e foi para os confins de Magadã.

A Gênese 15:48 a 51

A multiplicação dos pães é um dos milagres que mais têm intrigado os comentadores e alimentado, ao mesmo tempo, as zombarias dos incrédulos. Sem se darem ao trabalho de lhe perscrutar o sentido alegórico, para estes últimos ele não passa de um conto pueril. Entretanto, a maioria das pessoas sérias há visto na narrativa desse fato, embora sob forma diferente da ordinária, uma parábola, em que se compara o alimento espiritual da alma ao alimento do corpo.

Pode-se, todavia, perceber nela mais do que uma simples figura e admitir, de certo ponto de vista, a realidade de um fato material, sem que, para isso, seja preciso se recorra ao prodígio. É sabido que uma grande preocupação de espírito, bem como a atenção fortemente presa a uma coisa fazem esquecer a fome. Ora, os que acompanhavam a Jesus eram criaturas ávidas de ouvi-lo; nada há, pois, de espantar em que, fascinadas pela sua palavra e também, talvez, pela poderosa ação magnética que ele exercia sobre os que o cercavam, elas não tenham experimentado a necessidade material de comer.

Prevendo esse resultado, Jesus nenhuma dificuldade teve para tranquilizar os discípulos, dizendo-lhes, na linguagem figurada que lhe era habitual e admitido que realmente houvessem trazido alguns pães, que estes bastariam para matar a fome à multidão. Simultaneamente, ministrava aos referidos discípulos um ensinamento, com o lhes dizer: “Dai-lhes vós mesmos de comer.” Ensinava-lhes assim que também eles podiam alimentar por meio da palavra.

Desse modo, a par do sentido moral alegórico, produziu-se um efeito fisiológico, natural e muito conhecido. O prodígio, no caso, está no ascendente da palavra de Jesus, poderosa bastante para cativar a atenção de uma multidão imensa, ao ponto de fazê-la esquecer-se de comer. Esse poder moral comprova a superioridade de Jesus, muito mais do que o fato puramente material da multiplicação dos pães, que tem de ser considerada como alegoria.

Esta explicação, aliás, o próprio Jesus a confirmou nas duas passagens seguintes:

Ora, tendo seus discípulos passado para o outro lado do mar, esqueceram-se de levar pães. — Jesus lhes disse: Tende o cuidado de precatar-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. — Eles, porém, pensavam e diziam entre si: É porque não trouxemos pães.

Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Homens de pouca fé, por que haveis de estar cogitando de não terdes trazido pães? Ainda não compreendeis e não vos lembrais quantos cestos levastes? — Como não compreendereis que não é do pão que eu vos falava, quando disse que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?

Eles então compreenderam que ele não lhes dissera que se preservassem do fermento que se põe no pão, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus. (S. Mateus, 16:5 a 12.)

No dia seguinte, o povo, que permanecera do outro lado do mar, notou que lá não chegara outra barca e que Jesus não entrara na que seus discípulos tomaram, que os discípulos haviam partido sós — e como tinham chegado depois outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde o Senhor, após render graças, os alimentara com cinco pães; — e como verificassem por fim que Jesus não estava lá, tampouco seus discípulos, entraram naquelas barcas e foram para Cafarnaum, em busca de Jesus. — E, tendo-o encontrado além do mar, disseram-lhe: Mestre, quando vieste para cá?

Jesus lhes respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que me procurais, não por causa dos milagres que vistes, mas por que eu vos dei pão a comer e ficastes saciados. — Trabalhai por ter, não o alimento que perece, mas o que dura para a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará, porque foi nele que Deus, o Pai, imprimiu seu selo e seu caráter.

Perguntaram-lhe eles: Que devemos fazer para produzir obras de Deus? — Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é que creiais no que ele enviou.

Perguntaram-lhe então: Que milagre operarás que nos faça crer, vendo-o? Que farás de extraordinário? — Nossos pais comeram o maná no deserto, conforme está escrito: Ele lhes deu de comer o pão do céu.

Jesus lhes respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do céu; meu Pai é quem dá o verdadeiro pão do céu — porquanto o pão de Deus é aquele que desceu do céu e que dá vida ao mundo.

Disseram eles então: Senhor, dá-nos sempre desse pão.

Jesus lhes respondeu: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê não terá sede. — Mas, eu já vos disse: vós me tendes visto e não credes.

Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim tem a vida eterna. — Eu sou o pão da vida. — Vossos pais comeram o maná do deserto e morreram. — Aqui está o pão que desceu do céu, a fim de que quem dele comer não morra. (S. João, 6:22-36 e 47-50.)

Na primeira passagem, lembrando o fato precedentemente operado, Jesus dá claramente a entender que não se tratara de pães materiais, pois, a não ser assim, careceria de objeto a comparação por ele estabelecida com o fermento dos fariseus: “Ainda não compreendeis, diz ele, e não vos recordais de que cinco pães bastaram para cinco mil pessoas e que dois pães foram bastantes para quatro mil? Como não compreendestes que não era de pão que eu vos falava, quando vos dizia que vos preservásseis do fermento dos fariseus?” Esse confronto nenhuma razão de ser teria, na hipótese de uma multiplicação material. O fato fora de si mesmo muito extraordinário para ter impressionado fortemente a imaginação dos discípulos, que, entretanto, pareciam não mais lembrar-se dele.

É também o que não menos claramente ressalta, do que Jesus expendeu sobre o pão do céu, empenhado em fazer que seus ouvintes compreendessem o verdadeiro sentido do alimento espiritual. “Trabalhai, diz ele, não por conseguir o alimento que perece, mas pelo que se conserva para a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará.” Esse alimento é a sua palavra, pão que desceu do céu e dá vida ao mundo. “Eu sou, declara ele, o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê nunca terá sede.”

Tais distinções, porém, eram por demais sutis para aquelas naturezas rudes, que somente compreendiam as coisas tangíveis. Para eles, o maná, que alimentara o corpo de seus antepassados, era o verdadeiro pão do céu; aí é que estava o milagre. Se, portanto, houvesse ocorrido materialmente o fato da multiplicação dos pães, como teria ele impressionado tão fracamente aqueles mesmos homens, a cujo benefício essa multiplicação se operara poucos dias antes, ao ponto de perguntarem a Jesus: “Que milagre farás para que, vendo-o, te creiamos? Que farás de extraordinário?” Eles entendiam por milagres os prodígios que os fariseus pediam, isto é, sinais que aparecessem no céu por ordem de Jesus, como pela varinha de um mágico. Ora, o que Jesus fazia era extremamente simples e não se afastava das leis da Natureza; as próprias curas não revelavam caráter muito singular, nem muito extraordinário. Para eles, os milagres espirituais não apresentavam grande vulto.

Os Mensageiros – Capítulo 42

Como sabemos, organismo algum poderá viver na Terra sem essa substância, e embora se locomova, no oceano de nitrogênio, respirando-o na média de mil litros por dia, não pode o homem, como nenhum ser vivo do planeta, apropriar-se do nitrogênio do ar. Por enquanto, não permite o Senhor a criação de células nos organismos viventes do nosso mundo, que procedam à absorção espontânea desse elemento de importância primordial na manutenção da vida, como acontece ao oxigênio comum. Somente as plantas, infatigáveis operárias do orbe, conseguem retirá-lo do solo, fixando-o para o entretenimento da vida noutros seres. Cada grão de trigo é uma bênção nitrogenada para sustento das criaturas, cada fruto da terra é uma bolsa de açúcar e albu­mina, repleta do nitrogênio indispensável ao equi­líbrio orgânico dos seres vivos. Todas as indústrias agropecuárias não representam, na essência, senão a procura organizada e metódica do precioso ele­mento da vida. Se o homem conseguisse fixar dez gramas, aproximadamente, dos mil litros de nitro­gênio que respira diariamente, a Crosta estaria transformada no paraíso verdadeiramente espiri­tual. Mas, se muito nos dá o Senhor, é razoável que exija a colaboração do nosso esforço na cons­trução da nossa própria felicidade. Mesmo em “Nosso Lar”, ainda estamos distantes da grande conquista do alimento espontâneo pelas forças atmosféricas, em caráter absoluto. E o homem, meus amigos, transforma a procura de nitrogênio em movimento de paixões desvairadas…

Mecanismos da Mediunidade – Capítulo – 26

Mas, o acontecimento não permanece circunscrito ao âmbito doméstico, porquanto, evidenciando a extensão dos seus poderes, associados ao concurso dos mensageiros espirituais que, de ordinário, lhe obedeciam às ordens e sugestões, nós o encontramos, de outra feita, a multiplicar pães e peixes, no tope do monte, para saciar a fome da turba inquieta que lhe ouvia os ensinamentos, e a tranquilizar a Natureza em desvario, quando os discípulos assustados lhe pedem socorro, diante da tormenta…

O Livro dos Médiuns- Capítulo 8 – item 128

13.ª. Então, poderia também fazer uma substância alimentar? Suponhamos que tenha feito uma fruta, uma iguaria qualquer: se alguém pudesse comer a fruta ou a iguaria, ficaria saciado?

“Ficaria, sim; mas, não procures tanto para achar o que é tão fácil de compreender. Um raio de sol basta para tornar perceptíveis aos vossos órgãos grosseiros essas partículas materiais que enchem o espaço onde viveis. Não sabes que o ar contém vapores d’água? Condensa-os e os farás voltar ao estado normal. Priva-as de calor e eis que essas moléculas impalpáveis e invisíveis se tornarão um corpo sólido e bem sólido, e, assim, muitas outras substâncias de que os químicos tirarão maravilhas ainda mais espantosas. Simplesmente, o Espírito dispõe de instrumentos mais perfeitos do que os vossos: a vontade e a permissão de Deus.”

Nota. A questão da saciedade é aqui muito importante. Como pode produzir a saciedade uma substância cuja existência e propriedades são meramente temporárias e, de certo modo, convencionais? O que se dá é que essa substância, pelo seu contato com o estômago, produz a sensação da saciedade, mas não a saciedade que resulta da plenitude. Desde que uma substância dessa natureza pode atuar sobre a economia e modificar um estado mórbido, também pode, perfeitamente, atuar sobre o estômago e produzir aí a impressão da saciedade. Rogamos, todavia, aos senhores farmacêuticos e inventores de reconstituintes que não se encham de zelos, nem creiam que os Espíritos lhes venham fazer concorrência. Esses casos são raros, excepcionais e nunca dependem da vontade. Doutro modo, toda a gente se alimentaria e curaria a preço baratíssimo.

Fonte viva – capítulo 133 – Que tendes?

“Quantos pães tendes? E disseram-lhe: – Sete.” (Marcos, 8:5.)

Quando Jesus, à frente da multidão faminta, indagou das possibilidades dos discípulos para atendê-la, decerto procurava uma base, a fim de materializar o socorro preciso. “Quantos pães tendes?” A pergunta denuncia a necessidade de algum concurso para o serviço da multiplicação. Conta-nos o evangelista Marcos que os companheiros apresentaram-lhe sete pãezinhos, dos quais se alimentaram mais de quatro mil pessoas, sobrando apreciável quantidade. Teria o Mestre conseguido tanto se não pudesse contar com recurso algum?

A imagem compele-nos a meditar quanto ao impositivo de nossa cooperação, para que o Celeste Benfeitor nos felicite com os seus dons de vida abundante. Poderá o Cristo edificar o santuário da felicidade em nós e para nós, se não puder contar com os alicerces da boa-vontade em nosso coração? A usina mais poderosa não prescinde da tomada humilde para iluminar um aposento.

Muitos esperam o milagre da manifestação do Senhor, a fim de que se lhes sacie a fome de paz e reconforto, mas a voz do Mestre, no monte, continua ressoando, inesquecível:

– Que tendes? Infinita é a Bondade de Deus, todavia, algo deve surgir de nosso “eu”, em nosso favor.

Em qualquer terreno de nossas realizações para a vida mais alta, apresentemos a Jesus algumas reduzidas migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o resto.

Palavras de Vida Eterna – capítulo 9 – Socorro e Concurso

Quantos pães tendes?” – Jesus. (Marcos, 8:5.)

Observemos que o Senhor, diante da multidão faminta, não pergunta aos companheiros: – ” de quantos pães necessitamos?” mas, sim, “quantos pães tendes?”. A passagem denota a precaução de Jesus no sentido de alertar as discípulos para a necessidade de algo apresentar a Providência Divina como base para o socorro que suplicamos. Em verdade, o Mestre conseguiu alimentar milhares de pessoas, mas não prescindiu das migalhas que os apóstolos lhe ofereciam. O ensinamento é precioso para a nossa experiência de oração

Não vale rogar as concessões do Céu, alongando mãos vazias, com palavras brilhantes e comoventes, mas sim pedir a proteção de que carecemos, apresentando, em nosso favor, as possibilidades ainda que diminutas de nosso esforço próprio. Não adianta solicitar as bênçãos do pão imobilizando os braços no gelo da preguiça, como é de todo Impróprio rogar aos talentos do amor, calcinando o coração no fogo do ódio. Decerto, o Senhor operara maravilhas, no amparo a todos aqueles que te partilham a marcha… Dispensará socorro aos que amas, transformará o quadro social em que te situas e exaltará o templo doméstico em que respiras…

Contudo, para isso, e necessário lhe ofereças os recursos que já conseguiste amontoar em ti mesmo para a extensão do progresso e para a vitória do bem. Não te esqueças, pois, de que no auxilio aos outros não prescindirá o Senhor do auxilio, pequenino embora, que deve encontrar em ti.

10.2 – Não são doze as horas do dia? (João 11)

7 Depois disto, disse a seus discípulos: Vamos outra vez para Judéia.
8 Disseram-lhe eles: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá?
9 Respondeu Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo;
10 mas se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz.
11 E, tendo assim falado, acrescentou: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do
sono.

Caminho, Verdade e Vida –  Capítulo 127 – Enquanto é dia

“Convém que eu faça as obras dAquele que me enviou, enquanto é dia.” — Jesus. (JOÃO 9:4)

Sabemos que o labor divino do Mestre é incessante e efetua-se num dia perene e resplandecente de oportunidades; no entanto, para gravar-nos no entendimento o valor real da passagem na Terra, fala-nos Jesus de sua conveniência em aproveitar o ensejo do contacto direto com as criaturas.

Se semelhante atitude constitui motivo de preocupação para o Mestre, que não dizer de nós mesmos, nos círculos carnais ou nas esferas que lhes são imediatas, dentro das obrigações que nos competem na sagrada realização do bem eterno?Cristo não se refere à necessidade de falar das obras de Deus, mas, sim, de construi-las a seu tempo.

Não ignoramos que, sendo Ele o Enviado do Altíssimo no mundo, os discípulos da Boa Nova são, a seu turno, os mensageiros do seu amor, nos mais recônditos lugares do orbe terrestre. Os que vibram de coração voltado para o Evangelho são, efetivamente, emissários da Divina Lição entre os companheiros da vida material, onde quer que estejam, e bem-aventurados serão todos aqueles que aproveitarem o dia generoso, realizando em si próprios e em derredor de seus passos as obras santificadas dAquele que os enviou.

Jamais desdenhes, desse modo, a posição em que te encontrares. Busca valorizá-la, através de todos os meios ao teu alcance, a fim de que teu esforço seja uma fonte de bênçãos para os outros e para teu próprio círculo. Nunca te esqueças de aproveitar o tempo na aquisição de luz, enquanto é dia.

Pão Nosso – 153 – Não tropecemos

“Jesus  respondeu:  Não  há  doze  horas  no  dia?  Se  alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo.” (João, 11:9) 

O conteúdo da interrogativa do Mestre tem vasta significação  para os discípulos da atualidade. “Não há doze horas no dia?” Conscientemente, cada qual deveria inquirir de si mesmo em que estará aplicando tão grande cabedal de tempo. Fala­-se com ênfase do  problema de desempregados na época moderna.

Entretanto, qualquer crise nesse sentido não resulta da carência de trabalho e, sim, da ausência de boa-­vontade individual. Um inquérito minucioso nesse particular revelaria a realidade. Muita gente permanece sem atividade por revolta contra o  gênero de serviço que lhe é oferecido ou por inconformação, em face dos salários. Sobrevém, de imediato, o desequilíbrio.

A ociosidade dos trabalhadores provoca a vigilância dos mordomos e as leis transitórias do mundo refletem animosidade e desconfiança. Se os braços estacionam, as oficinas adormecem.

Ocorre o  mesmo nas esferas de ação espiritual. Quantos aprendizes abandonam seus postos, alegando  angústia de tempo? quantos não se transferem para a zona da preguiça, porque aconteceu  isso  ou  aquilo, em pleno desacordo com os princípios superiores que abraça? E, por bagatelas, grande número de servidores vigorosos procuram a retaguarda cheia de sombras.

Mas aquele que conserva acuidade auditiva ainda escuta com proveito a palavra do Senhor:

Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia não tropeça.”

10.3 – Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, que o Senhor porá sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? (Lucas 12)

35 Estejam cingidos os vossos lombos e acesas as vossas candeias;
36 e sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das
bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe.
37 Bem-aventurados aqueles servos, aos quais o senhor, quando vier, achar vigiando! Em
verdade vos digo que se cingirá, e os fará reclinar-se à mesa e, chegando-se, os servirá.
38 Quer venha na segunda vigília, quer na terceira, bem-aventurados serão eles, se assim os
achar.
39 Sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e
não deixaria minar a sua casa.
40 Estai vós também apercebidos; porque, numa hora em que não penseis, virá o Filho do
homem.
41 Então Pedro perguntou: Senhor, dizes essa parábola a nós, ou também a todos?
42 Respondeu o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, que o Senhor porá sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?
43 Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.
44 Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.
45 Mas, se aquele servo disser em teu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a
espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se,
46 virá o senhor desse servo num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe, e
cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os infiéis.
47 O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua
vontade, será castigado com muitos açoites;
48 mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será
castigado. Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado,
mais ainda se lhe pedirá.

Mateus 16:13 a 23

13 Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
14 Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas.
15 Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou?
16 Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela;
19 dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.
20 Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.
21 Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse.
22 E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá.
23 Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de
escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens.

Boa Nova – Capítulo 21 – Necessidade de vigilância

Mestre: Por que razão mandastes retirar as palavras em que vos demonstrei o meu zelo de discípulo sincero? Alguns minutos antes, não havíeis afirmado que eu trazia aos companheiros a inspiração de Deus? Por que motivo, logo após, me designáveis como intérprete dos inimigos da luz?

— Simão, — respondeu o Messias, bondosamente, — ainda não aprendeste toda a extensão da necessidade de vigilância. A criatura na Terra precisa aproveitar todas as oportunidades de iluminação interior, em sua marcha para Deus. Vigia o teu espírito ao longo do caminho. Basta um pensamento de amor para que te eleves ao Céu; mas, na jornada do mundo, também basta, às vezes, uma palavra fútil ou uma consideração menos digna, para que a alma do homem seja conduzida ao campo do estacionamento e do desespero das trevas, por sua própria imprevidência! Nesse terreno, Pedro, o discípulo do Evangelho terá sempre imenso trabalho a realizar, porque, pelo Reino de Deus, é preciso resistir às tentações dos entes mais amados na Terra, os quais, embora ocupando o nosso coração, ainda não podem entender as conquistas santificadas do Céu.

Mateus 26: 36 a 46

36 Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmane, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.
37 E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiarse.
38 Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.
39 E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é
possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
40 Voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Assim nem uma hora
pudestes vigiar comigo?
41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
42 Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
43 E, voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos estavam carregados.
44 Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
45 Então voltou para os discípulos e disse-lhes: Dormi agora e descansai. Eis que é chegada a
hora, e o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.

Boa Nova – Capítulo 27 – A oração do horto

Apesar da demonstração de heroísmo e de inexcedível amor, que ofereceu do cimo do madeiro, os discípulos continuaram subjugados pela dúvida e pelo temor, até que a ressurreição lhes trouxesse incomparáveis hinos de alegria.

João, todavia, em suas meditações acerca do Messias, entrou a refletir maduramente sobre a oração do Horto das Oliveiras,  perguntando à si próprio a razão daquele sono inesperado, quando desejava atender ao desejo de Jesus, orando em seu espírito até o fim das provas ríspidas. Por que dormira ele; que tanto o amava, no momento em que o seu coração amoroso mais necessitava de assistência e de afeto? Por que não acompanhara Jesus naquela prece derradeira, onde sua alma parecia apunhalada por intraduzível angústia, nas mais dolorosas expectativas? A visão do Cristo ressuscitado veio encontrá-lo absorto nesses amargurados pensamentos. Em oração silenciosa, João se dirigia muitas vezes ao Mestre adorado, quase em lágrimas, implorando-lhe perdoasse o seu descuido da hora extrema.

Algum tempo passou, sem que o filho de Zebedeu conseguisse esquecer a falta de vigilância da véspera do martírio.

Certa noite, após as reflexões costumeiras, sentiu ele que um sono brando lhe anestesiava os centros vitais. Como numa atmosfera de sonho, verificou que o Mestre se aproximava. Toda a sua figura se destacava da sombra, com divino resplendor. Precedendo suas palavras o sereno sorriso dos tempos idos, disse-lhe Jesus:

– João, a minha soledade no horto é também um ensinamento do Evangelho e uma exemplificação! Ela significará, para quantos vierem em nossos passos, que cada Espírito na Terra tem de ascender sozinho ao calvário de sua redenção, muitas vezes com a despreocupação dos entes mais amados do mundo. Em face dessa lição, o discípulo do futuro compreenderá que a sua marcha tem que ser solitária, estando seus familiares e companheiros de confiança a dormir o sono da indiferença! Doravante, pois, aprendendo a necessidade do valor individual no testemunho, nunca deixes de orar e vigiar!…

Caminho, Verdade e Vida – Capítulo 88 – Velar com jesus

“E voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste velar comigo?” — (MATEUS 26:40)

Jesus veio à Terra acordar os homens para a vida maior. É interessante lembrar, todavia, que, em sentindo a necessidade de alguém para acompanhá-lo no supremo testemunho, não convidou seguidores tímídos ou beneficiados da véspera e, sim, os discípulos conscientes das
próprias obrigações.  Entretanto, esses mesmos dormiram, intensificando asolidão do Divino Enviado.

É indispensável rememoremos o texto evangélico para considerar que o Mestre continua em esforço incessante e prossegue convocando cooperadores devotados à colaboração necessária. Claro que não confia tarefas de importância fundamental a Espíritos inexperientes ou ignorantes; mas, é imperioso reconhecer o reduzido número daqueles que não adormecem no mundo, enquanto Jesus aguarda resultados da incumbência que lhes foi cometida.

Olvidando o mandato de que são portadores, inquietam-se pela execução dos próprios desejos, a observarem em grande conta os dias rápidos que o corpo físico lhes oferece. Esquecem-se de que a vida é a eternidade e que a existência terrestre não passa simbolicamente de “uma hora”.

Em vista disso, ao despertarem na realidade espiritual, os obreiros distraídos choram sob o látego da consciência e anseiam pelo reencontro da paz do Salvador, mas ecoam-lhes ao ouvido as palavras endereçadas a Pedro:

Então, nem por uma hora pudeste velar comigo? E, em verdade, se ainda não podemos permanecer com o Cristo, ao menos uma hora, como pretendermos a divina união para a eternidade?

Palavras da Vida Eterna – capítulo 3 – Evitando a tentação

“Vigiai e orai para não entrardes em tentação”. JESUS (MARCOS, 14:38.)

Vigiar não quer dizer apenas guardar. Significa também precaver-se e cuidar. E quem diz cuidar, afirma igualmente trabalhar e defender-se. Orar, a seu turno, não exprime somente adorar e aquietar-se, mas, acima de tudo, comungar com o Poder Divino, que é crescimento incessante para a luz, e com o Divino Amor, que é serviço infatigável no bem.

Tudo o que repousa em excesso é relegado pela Natureza à inutilidade. O tesouro escondido transforma-se em cadeia de usura. A água estagnada cria larvas de insetos patogênicos.

Não te admitas na atitude de vigilância e oração, fugindo à luta com que a Terra te desafia. Inteligência parada e mãos paradas impõem paralisia ao coração que, da inércia, cai na cegueira. Vibra com a vida que escoa, sublime, ao redor de ti, e trabalha infatigavelmente, dilatando as fronteiras do bem, aprendendo e ajudando aos outros em teu próprio favor.

Essa é a mais alta fórmula de vigiar e orar para não cairmos em tentação.

II Timóteo 3:14 a 17

14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido,
15 e que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela que há em Cristo Jesus.
16 Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;
17 para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.

 

  1. PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DAS OBRAS

11.1 – Deixai-a; por que a molestais? (Marcos 14)

3 Estando ele em Betânia, reclinado à mesa em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo de nardo puro, de grande preço; e, quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo.
4 Mas alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este
desperdício do bálsamo?
5 Pois podia ser vendido por mais de trezentos denários que se dariam aos pobres. E bramavam contra ela.
6 Jesus, porém, disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou uma boa ação para comigo.
7 Porquanto os pobres sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; a mim, porém, nem sempre me tendes.
8 ela fez o que pode; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura.
9 Em verdade vos digo que, em todo o mundo, onde quer que for pregado o evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua.

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

Aquela mulher trouxe a Jesus o que tinha de luxo. Não se contentou em dar-lhe alguma coisa “comum”, de todos os dias. Há profunda lição nisso. A maioria das ofertas que damos a Deus n realidade não são as melhores, como essa, mas somente a moeda que daríamos a um esmoler. […] Os discípulos, porém, atarefaram-se em calcular a “perda”. No entanto, o presente valiosíssimo não foi uma “perda” para Jesus

João 11

1 Ora, estava enfermo um homem chamado Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta.
2 E Maria, cujo irmão Lázaro se achava enfermo, era a mesma que ungiu o Senhor com bálsamo, e lhe enxugou os pés com os seus cabelos.

O Consolador 183

83 –Como se interpreta o ciúme no plano espiritual?

-O ciúme, propriamente considerado nas suas expressões de escândalo e de violência, é um indício de atraso moral ou de estacionamento no egoísmo, dolorosa situação que o homem somente vencerá a golpes de muito esforço, na oração e na vigilância, de modo a enriquecer o seu íntimo com a luz do amor universal, começando pela piedade para com todos os que sofrem e erram, guardando também a disposição sadia para cooperar na elevação de cada um.

Só a compreensão da vida, colocando-nos na situação de quem errou ou de quem sofre, a fim de iluminarmos o raciocínio para a análise serena dos acontecimentos, poderá aniquilar o ciúme no coração, de modo a cerrar-se a porta ao perigo, pela qual toda alma pode atirar-se a terríveis tentações, com largos reflexos nos dias do futuro.

Marcos 9

38 Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios, e nós lho
proibimos, porque não nos seguia.
39 Jesus, porém, respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu
nome e possa logo depois falar mal de mim;

O Livro dos Espíritos

  1. Em que consiste a adoração?

“Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela adoração, aproxima o homem sua alma.”

  1. Precisa de manifestações exteriores a adoração?

“A adoração verdadeira é do coração. Em todas as vossas ações, lembrai-vos sempre de que o Senhor tem sobre vós o seu olhar.”

  1. a) — Será útil a adoração exterior?
    “Sim, se não consistir num vão simulacro. É sempre útil dar um bom exemplo. Mas os que somente por afetação e amor-próprio o fazem, desmentindo com o proceder a aparente piedade, mau exemplo dão e não imaginam o mal que causam.”

João 11:32 a 34

32 Tendo, pois, Maria chegado ao lugar onde Jesus estava, e vendo-a, lançou-se-lhe aos pés e
disse: Senhor, se tu estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.
33 Jesus, pois, quando a viu chorar, e chorarem também os judeus que com ela vinham,
comoveu-se em espírito, e perturbou-se,
34 e perguntou: Onde o puseste? Responderam-lhe: Senhor, vem e vê.
35 Jesus chorou

Lucas 10:38 a 42

38 Ora, quando iam de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o
recebeu em sua casa.
39 Tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, sentando-se aos pés do Senhor, ouvia a sua
palavra.
40 Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude.
41 Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas;
42 entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual
não lhe será tirada.

11.2 – Muitas obras boas da parte de meu Pai vos tenho mostrado; por qual destas obras ides apedrejar-me? / Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses? (João 10)

31 Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar.
32 Disse-lhes Jesus: Muitas obras boas da parte de meu Pai vos tenho mostrado; por qual destas obras ides apedrejar-me?
33
Responderam-lhe os judeus: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque, sendo tu homem, te fazes Deus.
34 Tornou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses?
35 Se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada),
36 àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse:
Sou Filho de Deus?
37 Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis.
38 Mas se as faço, embora não me creiais a mim, crede nas obras; para que entendais e saibais que o Pai está em mim e eu no Pai.
39 Outra vez, pois, procuravam prendê-lo; mas ele lhes escapou das mãos.

O Evangelho Segundo o Espiritismo 18:16

Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.”

Escutai essa palavra do Mestre, todos vós que repelis a doutrina espírita como obra do demônio. Abri os ouvidos, que é chegado o momento de ouvir.

Será bastante trazer a libré do Senhor, para ser-se fiel servidor seu? Bastará dizer: “Sou cristão”, para que alguém seja um seguidor do Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras. “Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar frutos bons.” — “Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo.” São do Mestre essas palavras.

Discípulos do Cristo, compreendei-as bem! Que frutos deve dar a árvore do Cristianismo, árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com sua sombra uma parte do mundo, mas que ainda não abrigam todos os que se hão de grupar em torno dela? Os da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O Cristianismo, qual o fizeram há muitos séculos, continua a pregar essas virtudes divinas; esforça-se por espalhar seus frutos, mas quão poucos os colhem! A árvore é boa sempre, porém maus são os jardineiros. Entenderam de moldá-la pelas suas ideias; de talhá-la de acordo com as suas necessidades; cortaram-na, diminuíram-na, mutilaram-na; tornados estéreis, seus ramos não dão maus frutos, porque nenhuns mais produzem. O viajor sedento, que se detém sob seus galhos à procura do fruto da esperança, capaz de lhe restabelecer a força e a coragem, somente vê uma ramaria árida, prenunciando tempestade. Em vão pede ele o fruto de vida à árvore da vida; caem-lhe secas as folhas; tanto as remexeu a mão do homem, que as crestou.

Abri, pois, os ouvidos e os corações, meus bem-amados! Cultivai essa árvore da vida, cujos frutos dão a vida eterna. Aquele que a plantou vos concita a tratá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância seus frutos divinos. Conservai-a tal como o Cristo vo-la entregou: não a mutileis; ela quer estender a sua sombra imensa sobre o universo: não lhe corteis os galhos. Seus frutos benfazejos caem abundantes para alimentar o viajor faminto que deseja chegar ao termo da jornada; não amontoeis esses frutos, para os armazenar e deixar apodrecer, a fim de que a ninguém sirvam. “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos.” É que há açambarcadores do pão da vida, como os há do pão material. Não sejais do número deles; a árvore que dá bons frutos tem que os dar para todos. Ide, pois, procurar os que estão famintos; levai-os para debaixo da fronde da árvore e partilhai com eles do abrigo que ela oferece. — “Não se colhem uvas nos espinheiros.” Meus irmãos, afastai-vos dos que vos chamam para vos apresentar as sarças do caminho, segui os que vos conduzem à sombra da árvore da vida.

O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: “Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; entrarão somente os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.”

Que o Senhor de bênçãos vos abençoe; que o Deus de luz vos ilumine; que a árvore da vida vos ofereça abundantemente seus frutos! Crede e orai.

Pão Nosso – capítulo 2 – Pensa um pouco

“As  obras  que  eu  faço  em  nome  de  meu  Pai,  essas  testificam de mim.”  Jesus (João, 10:25) 

É vulgar  a preocupação do homem comum, relativamente às tradições familiares e aos institutos terrestres a que se prende, nominalmente, exaltando­-se nos títulos convencionais que lhe identificam a personalidade.

Entretanto, na vida verdadeira, criatura alguma é conhecida por semelhantes processos. Cada Espírito traz consigo a história viva dos próprios feitos e somente as obras efetuadas dão a conhecer o valor ou o demérito de cada um.

Com o enunciado, não desejamos afirmar que a palavra esteja desprovida de suas vantagens indiscutíveis; todavia, é necessário compreender-­se que o verbo é também profundo potencial recebido  da Infinita Bondade, como recurso divino, tornando­-se indispensável saber o que estamos realizando com esse dom do Senhor  Eterno.

A afirmativa de Jesus, nesse particular, reveste-­se de imperecível beleza. Que diríamos de um Salvador que estatuísse regras para a Humanidade, sem partilhar­-lhe as dificuldades e impedimentos?

O Cristo iniciou  a missão divina entre homens do campo, viveu  entre doutores irritados e pecadores rebeldes, uniu­-se a doentes e aflitos, comeu  o duro  pão dos pescadores humildes e terminou a tarefa santa entre dois ladrões.

Que mais desejas? Se aguardas vida fácil e situações de evidência no mundo, lembra­-te do Mestre e pensa um pouco.

Salmos 82

1 Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses.
2 Até quando julgareis injustamente e respeitareis a aparência da pessoa dos ímpios?
3 Defendei o pobre e o órfão; fazei justiça ao aflito e necessitado.
4 Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios.
5 Eles nada sabem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam.
6 Eu disse: Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos do Altíssimo.
7 Todavia, como homens morrereis e caireis como qualquer dos príncipes.
8 Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois te pertencem todas as nações!

Entrevista – Raul Teixeira

E é assim que nós verificamos, no ensinamento de Jesus Cristo, ao nos chamar atenção para velhas falas do Velho Testamento, quando dizia que somos deuses, a fim de que reflitamos bem sobre a nossa realidade espiritual.

Nós somos deuses porque somos passíveis de evoluir, de desenvolver-nos intelectualmente, desenvolver-nos afetivamente, emocionalmente, realizar o nosso progresso em todos os níveis ao infinito. Não existem limites para o nosso progresso, não existem limites para a nossa evolução.

O nosso escopo, o nosso objetivo é seguir na direção e no sentido de Deus, nosso Pai. Lembremo-nos de que foi isso que Jesus Cristo nos disse:

Sede perfeitos quão perfeito é vosso Pai Celestial.

Não era para que nós nos igualássemos a Deus. Não há nenhum sentido em pensarmos assim, mas Deus era a referência. Marcharmos no sentido dEle e buscarmos, nesses esforços de progresso, o encontro interno com a Divindade.

Link: http://www.feparana.com.br/topico/?topico=2222

O Livro dos Espíritos

  1. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus?

“Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, e para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe, os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa ao seu destino final. Outros só as suportam murmurando e assim, por sua culpa, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.”

  1. Onde está escrita a lei de Deus?

“Na consciência.”

  1. a) — Visto que o homem traz em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada?

“Ele a esquecera e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada.”

11.3 – Por que me perguntas a mim? / Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, por que me feres? (João 18)

19 Então o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
20 Respondeu-lhe Jesus: Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei nas
sinagogas e no templo, onde todos os judeus se congregam, e nada falei em oculto.
21 Por que me perguntas a mim? Pergunta aos que me ouviram o que é que lhes falei; eis que eles sabem o que eu disse.
22
E, havendo ele dito isso, um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus,
dizendo: É assim que respondes ao sumo sacerdote?
23 Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, por que me feres?
24
Então Anás o enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote.

R.N. Champlin, PH. D. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO Versículo por Versículo

Na passagem de Lucas 3:2, é declarado que tanto Anás como Caifás eram ambos considerados sumo sacerdotes; e em Atos, é revelado que Anás continuava sendo reputado líder da família sumo sacerdotal. Anás havia sido sumo sacerdote, mas havia sido desposto pelos romanos, tendo sido substituído por José Caifás, seu genro. Todavia, os judeus não quiseram reconhecer oficialmente essa manobra dos romanos, porquanto para os israelitas o ofício sumo sacerdotal era vitalício. No entanto, no em que o Senhor Jesus foi crucificado, José Caifás era o presidente oficial do sinédrio, bem como o sumo sacerdote oficial. Visto que, neste quarto evangelho, Caifás, é repentinamente chamado de sumo sacerdote, é bem provável que essa audiência diante de Anás tivesse sido considerada como medida preliminar…

O Evangelho Segundo o Espiritismo 21:9 – Caracteres do verdadeiro profeta

Somente a um hábil general, capaz de o dirigir, se confia o comando de um exército. Julgais que Deus seja menos prudente do que os homens? Ficai certos de que só confia missões importantes aos que ele sabe capazes de as cumprir, porquanto as grandes missões são fardos pesados que esmagariam o homem carente de forças para carregá-los. Em todas as coisas, o mestre há de sempre saber mais do que o discípulo; para fazer que a humanidade avance moralmente e intelectualmente, são precisos homens superiores em inteligência e em moralidade. Por isso, para essas missões são sempre escolhidos Espíritos já adiantados, que fizeram suas provas noutras existências, visto que, se não fossem superiores ao meio em que têm de atuar, nula lhes resultaria a ação.

Isto posto, haveis de concluir que o verdadeiro missionário de Deus tem de justificar, pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador. Tirai também esta outra consequência: se, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra abaixo do papel com que se apresente, ou da personagem sob cujo nome se coloca, mais não é do que um histrião de baixo estofo, que nem sequer sabe imitar o modelo que escolheu.

Outra consideração: os verdadeiros missionários de Deus ignoram-se a si mesmos, em sua maior parte; desempenham a missão a que foram chamados pela força do gênio que possuem, secundado pelo poder oculto que os inspira e dirige a seu mau grado, mas sem desígnio premeditado. Numa palavra: os verdadeiros profetas se revelam por seus atos, são adivinhados, ao passo que os falsos profetas se dão, eles próprios, como enviados de Deus. O primeiro é humilde e modesto; o segundo, orgulhoso e cheio de si, fala com altivez e, como todos os mendazes, parece sempre temeroso de que não lhe deem crédito.

I Pedro 3

13 Ora, quem é o que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?
14 Mas também, se padecerdes por amor da justiça, bem-aventurados sereis; e não temais as suas ameaças, nem vos turbeis;
15 antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para
responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós;
16 tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, fiquem confundidos os que vituperam o vosso bom procedimento em Cristo.
17 Porque melhor é sofrerdes fazendo o bem, se a vontade de Deus assim o quer, do que
fazendo o mal.
18 Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito;
19 no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão.

11.4 – Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? (João 18)

28 Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles
não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa.
29 Então Pilatos saiu a ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem?
30 Responderam-lhe: Se ele não fosse malfeitor, não to entregaríamos.
31 Disse-lhes, então, Pilatos: Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe os
judeus: A nós não nos é lícito tirar a vida a ninguém.
32 Isso foi para que se cumprisse a palavra que dissera Jesus, significando de que morte havia
de morrer.
33 Pilatos, pois, tornou a entrar no pretório, chamou a Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos
judeus?
34 Respondeu Jesus: Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?
35 Replicou Pilatos: Porventura sou eu judeu? O teu povo e os principais sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste?
36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo,
pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino
não é daqui.
37 Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu
para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele
que é da verdade ouve a minha voz.
38 Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum.

Bíblia do Caminho – Súmulas Biográficas

Pôncio Pilatos, também conhecido simplesmente como Pilatos da província romana da Judeia entre os anos 26 e 36 d.C.. Foi o juiz que, de acordo com a Bíblia, condenou Jesus a morrer na cruz, apesar de não ter nele encontrado nenhuma culpa…

Link: http://www.bibliadocaminho.com.br/ocaminho/Tematica/BI/P/BiP38.1.htm

Caminho, Verdade e Vida – 85 – Testemunho

“Respondeu-lhe Jesus: — Dizes isso de ti mesmo ou foram outros que to disseram de mim?” — (JOÃO 18:34)

A pergunta do Cristo a Pilatos tem significação mais extensiva. Compreendemo-la, aplicada às nossas experiências religiosas. Quando encaramos no Mestre a personalidade do Salvador, por que o afirmamos? estaremos agindo como discos fonográficos, na repetição pura e
simples de palavras ouvidas?

É necessário conhecer o motivo pelo qual atribuímos títulos amoráveis e respeitosos ao Senhor. Não basta redizer encantadoras lições dos outros, mas viver substancialmente a experiência íntima na fidelidade ao programa divino.

Quando alguém se refere nominalmente a um homem, esse homem pode indagar quanto às origens da referência. Jesus não é símbolo legendário; é um Mestre Vivo. As preocupações superficiais do mundo chegam, educam o espírito e passam, mas a experiência religiosa permanece.

Nesse capítulo, portanto, é ilógico recorrermos, sistematicamente, aos patrimônios alheios. É útil a todo aprendiz testificar de si mesmo, iluminar o coração com os ensinos do Cristo, observar-lhe a influência excelsa nos dias tranquilos e nos tormentosos.

Reconheçamos, pois, atitude louvável no esforço do homem que se inspira na exemplificação dos discípulos fiéis; contudo, não nos esqueçamos de que é contraproducente repousarmos em edificações que não nos pertencem, olvidando o serviço que nos é próprio.

Fonte Viva – capítulo 24 – Pelas obras

“E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:13.)

Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana. Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.

Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum. Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo. Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve. Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes. É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida superior.

Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.

 

  1. DESERTORES

12.1 – Isto vos escandaliza? / Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? (João 6)

22 a 59: Discurso sobre o pão da vida…

60 Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?
61 Mas, sabendo Jesus em si mesmo que murmuravam disto os seus discípulos, disse-lhes: Isto vos escandaliza?
62 Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava?
63 O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.
64 Mas há alguns de vós que não crêem. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar.
65 E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido.
66 Por causa disso muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com ele.

Caminho, verdade e Vida – cap 176 – Lição Viva
“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” — (JOÃO 6:60)

O Cristianismo é a suprema religião da verdade e do amor, convocando corações para a vida mais alta.

Em vista de religião traduzir religamento, é primordial voltarmo-nos para Deus, tornarmos ao campo da Divindade.

Jesus apresentou a sua plataforma de princípios imortais. Rasgou os caminhos. Não enganou a ninguém, relativamente às dificuldades e obstáculos. É necessário, esclareceu o Senhor, negarmos a vaidade própria, arrependermo-nos de nossos erros e convertermo-nos ao bem.

O evangelista assinalou a observação de muitos dos discípulos: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”

Sim, efetivamente é indispensável romper com as alianças da queda e assinar o pacto da redenção.

É imprescindível seguir nos caminhos dAquele que é a luz de nossa vida. Para isso, as palavras brilhantes e os artifícios intelectuais não bastam. O problema é de “quem pode ouvir” a Divina Mensagem, compreendendo-a com o Cristo e seguindo-lhe os passos.

Mateus 13

3 E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4 e quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram.
5 E outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda;
6 mas, saindo o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou-se.
7 E outra caiu entre espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram.
8 Mas outra caiu em boa terra, e dava fruto, um a cem, outro a sessenta e outro a trinta por um.
9 Quem tem ouvidos, ouça.
10 E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?
11 Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;
12 pois ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem
lhe será tirado.
13 Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem entendem.
14 E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e de maneira alguma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira alguma percebereis.
15 Porque o coração deste povo se endureceu, e com os ouvidos ouviram tardamente, e fecharam os olhos, para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure.
16 Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
17 Pois, em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não o
viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram.
18 Ouvi, pois, vós a parábola do semeador.
19 A todo o que ouve a palavra do reino e não a entende, vem o Maligno e arrebata o que lhe foi semeado no coração; este é o que foi semeado à beira do caminho.
20 E o que foi semeado nos lugares pedregosos, este é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria;
21 mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e sobrevindo a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.
22 E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.
23 Mas o que foi semeado em boa terra, este é o que ouve a palavra, e a entende; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.

Hebreus 6

4 Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
5 e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro,
6 e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles,
estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério.

II Pedro 2

20 Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo pleno conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, ficam de novo envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior que o primeiro.
21 Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado.
22 Deste modo sobreveio-lhes o que diz este provérbio verdadeiro; Volta o cão ao seu vômito, e a porca lavada volta a revolver-se no lamaçal

Lucas 24

50 Depois os conduziu até Bethania; e levantando suas mãos os abençoou.

51 Aconteceu que enquanto os abençoava, se ausentou deles e era elevado ao céu.

52 Eles, depois de o adorarem, voltaram para Jerusalém com grande júbilo.

53 E estavam continuamente no Templo louvando e bendizendo a Deus. Amém.

A Gênese 14:35

Para nós, o perispírito, no seu estado normal, é invisível; mas, como é formado de substância etérea, o Espírito, em certos casos, pode, por ato da sua vontade, fazê-lo passar por uma modificação molecular que o torna momentaneamente visível. É assim que se produzem as aparições, que não se dão, do mesmo modo que os outros fenômenos, fora das leis da Natureza. Nada tem esse de mais extraordinário, do que o do vapor que, quando muito rarefeito, é invisível, mas que se torna visível, quando condensado.

Conforme o grau de condensação do fluido perispirítico, a aparição é às vezes vaga e vaporosa; doutras vezes, mais nitidamente definida; doutras, enfim, com todas as aparências da matéria tangível. Pode, mesmo, chegar, até, à tangibilidade real, ao ponto de o observador se enganar com relação à natureza do ser que tem diante de si. São frequentes as aparições vaporosas, forma sob a qual muitos indivíduos, depois de terem morrido, se apresentam às pessoas que lhes são afeiçoadas. As aparições tangíveis são mais raras, se bem haja delas numerosíssimos casos, perfeitamente autenticados. Se o Espírito quer dar-se a conhecer, imprime ao seu envoltório todos os sinais exteriores que tinha quando vivo.

 

  1. ALGUMAS APARIÇÕES DE JESUS APÓS A CRUCIFICAÇÃO

13.1 – Quais? / Porventura não importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? (Lucas 24)

13 Nesse mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia chamada Emaús, que distava de Jerusalém sessenta estádios;
14 e iam comentando entre si tudo aquilo que havia sucedido.
15 Enquanto assim comentavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles;
16 mas os olhos deles estavam como que fechados, de sorte que não o reconheceram.
17 Então ele lhes perguntou: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós? Eles
então pararam tristes.
18 E um deles, chamado Cleopas, respondeu-lhe: És tu o único peregrino em Jerusalém que
não soube das coisas que nela têm sucedido nestes dias?
19 Ao que ele lhes perguntou: Quais? Disseram-lhe: As que dizem respeito a Jesus, o nazareno, que foi profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo.
20 e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades e entregaram para ser condenado
à morte, e o crucificaram.
21 Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de remir Israel; e, além de tudo isso, é já
hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.
22 Verdade é, também, que algumas mulheres do nosso meio nos encheram de espanto; pois
foram de madrugada ao sepulcro
23 e, não achando o corpo dele voltaram, declarando que tinham tido uma visão de anjos que
diziam estar ele vivo.
24 Além disso, alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; a ele, porém, não o viram.
25 Então ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas
disseram!
26 Porventura não importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória?
27 E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o que dele se achava em
todas as Escrituras.
28 Quando se aproximaram da aldeia para onde iam, ele fez como quem ia para mais longe.
29 Eles, porém, o constrangeram, dizendo: Fica conosco; porque é tarde, e já declinou o dia. E
entrou para ficar com eles.
30 Estando com eles à mesa, tomou o pão e o abençoou; e, partindo-o, lho dava.
31 Abriram-se-lhes então os olhos, e o reconheceram; nisto ele desapareceu de diante deles.
32 E disseram um para o outro: Porventura não se nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava, e quando nos abria as Escrituras?
33 E na mesma hora levantaram-se e voltaram para Jerusalém, e encontraram reunidos os onze e os que estavam com eles,
34 os quais diziam: Realmente o Senhor ressurgiu, e apareceu a Simão.
35 Então os dois contaram o que acontecera no caminho, e como se lhes fizera conhecer no
partir do pão.

Bíblia do Caminho – A Caminho de Emaús

A atmosfera espiritual reinante ao final da jornada era completamente diferente de quando esta foi iniciada. Envolvidos, assim, numa vibração de paz, o Senhor senta com eles à mesa, aceitando e compreendendo a extensão do convite que lhe era feito. Chegara, pois, o momento de sair do anonimato e revelar-se aos discípulos. Dessa forma, utiliza um gesto bastante conhecido, assim expresso por Lucas: “Tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu.” Não se tratava, evidentemente de uma gesticulação mecânica, sem propósito, mas de uma marca capaz de identificar o Cristo: a bênção do pão. Retirando o bloqueio mental que os impedia de ver com lucidez, reconheceram que Jesus estivera com eles o tempo todo. Essa situação se repete conosco, Espíritos em processo evolutivo: nem sempre reconhecemos a presença do Senhor ao nosso lado, nem sempre entendemos a sua mensagem.

Link: http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T2P1.5.5.htm

Caminho, Verdade e Vida – Capítulo 95 – O amigo oculto

“Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem.” — (LUCAS 24:16)

Os discípulos, a caminho de Emaús, comentavam, amargurados, os acontecimentos terríveis do Calvário. Permaneciam sob a tormenta da angústia. A dúvida penetrava-lhes a alma, levando-os ao abatimento, à negação.

Um homem desconhecido, porém, alcançou-os na estrada. Oferecia o aspecto de mísero peregrino. Sem identificar-se, esclareceu as verdades da Escritura, exaltou a cruz e o sofrimento.
Ambos os companheiros, que se haviam emaranhado no cipoal de contradições ingratas, experimentaram agradável bem-estar, ouvindo a argumentação confortadora.

Somente ao termo da viagem, em se sentindo fortalecidos no tépido ambiente da hospedaria, perceberam que o desconhecido era o Mestre.

Ainda existem aprendizes na “estrada simbólica de Emaús”, todos os dias.
Atingem o Evangelho e espantam-se em face dos sacrifícios necessários à eterna iluminação espiritual. Não entendem o ambiente divino da cruz e procuram “paisagens mentais” distantes…

Entretanto, chega sempre um desconhecido que caminha ao lado dos que vacilam e fogem. Tem a forma de um viandante incompreendido, de um companheiro inesperado, de um velho generoso, de uma criança tímida. Sua voz é diferente das outras, seus esclarecimentos mais firmes, seus apelos mais doces.

Quem partilha, por um momento, do banquete da cruz, jamais poderá olvidá-la. Muitas vezes, partirá mundo a fora, demorando-se nos trilhos escuros; no entanto, minuto virá em que Jesus, de maneira imprevista, busca esses viajores transviados e não os desampara enquanto não os contempla, seguros e livres, na hospedaria da confiança.

Pão nosso – capítulo 129 – Ao partir do pão

“E  eles  lhes  contaram  o  que  lhes  acontecera  no  caminho, e como deles foi conhecido ao partir do pão.” (Lucas, 24:35) 

Muito importante o episódio em que o Mestre é reconhecido pelos discípulos que se dirigiam para Emaús, em desesperação. Jesus seguira­-os, qual amigo oculto, fixando-­lhes a verdade no coração com as fórmulas verbais, carinhosas e doces.

Grande parte do caminho foi atravessada em companhia daquele homem, amoroso e sábio, que ambos interpretaram por generoso e simpático desconhecido e, somente ao partir do pão, reconhecem o Mestre muito amado.

Os dois aprendizes não conseguiram a identificação nem pelas palavras, nem pelo gesto afetuoso; contudo, tão logo surgiu o pão materializado, dissiparam todas as dúvidas e creram.

Não será o mesmo que vem ocorrendo no mundo há milênios? Compactas multidões de candidatos à fé se afastam do serviço divino, por não atingirem, depois de certa expectação, as vantagens que aguardavam no  imediatismo da luta humana. Sem garantia financeira, sem caprichos satisfeitos, não comungam na crença renovadora, respeitável e fiel.

É necessário combater semelhante miopia da alma. Louvado seja o Senhor por todas as lições e testemunhos que nos confere, mas continuarás muito longe da verdade se o procuras apenas na divisão dos bens fragmentários e perecíveis.

A Gênese 15:61

Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com circunstanciados pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato. Elas, aliás, se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e nada de anômalo apresentam em face dos fenômenos do mesmo gênero, cuja história, antiga e contemporânea, oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar sequer a tangibilidade. Se notarmos as circunstâncias em que se deram as suas diversas aparições, nele reconheceremos, em tais ocasiões, todos os caracteres de um ser fluídico. Aparece inopinadamente e do mesmo modo desaparece; uns o vêem, outros não, sob aparências que não o tornam reconhecível nem sequer aos seus discípulos; mostra-se em recintos fechados, onde um corpo carnal não poderia penetrar; sua própria linguagem carece da vivacidade da de um ser corpóreo; fala em tom breve e sentencioso, peculiar aos Espíritos que se manifestam daquela maneira; todas as suas atitudes, numa palavra, denotam alguma coisa que não é do mundo terreno. Sua presença causa simultaneamente surpresa e medo; ao vê-lo, seus discípulos não lhe falam com a mesma liberdade de antes; sentem que já não é um homem. Jesus, portanto, se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica que só tenha sido visto pelos que ele quis que o vissem. Se estivesse com o seu corpo carnal, todos o veriam, como quando estava vivo.

13.2 – Se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? Segue-me tu. (João 21)

20 E Pedro, virando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, o mesmo que
na ceia se recostara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o que te trai?
21 Ora, vendo Pedro a este, perguntou a Jesus: Senhor, e deste que será?
22 Respondeu-lhe Jesus: Se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? Segue-me tu.

Jesus no lar — Capítulo 36 – O problema difícil

Entre os comentários da noite, um dos companheiros mostrou-se interessado em conhecer a questão mais difícil de resolver, nos serviços referentes à procura da luz divina.

Em que setor da luta espiritual se colocaria o mais complicado problema?

Depois de assinalar variadas considerações, ao redor do assunto, o Mestre fixou no semblante uma atitude profundamente compreensiva e contou:

— Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria. Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil de vencer no grande caminho da vida.

No auge da discussão, prevendo talvez consequências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.

Iriam os três ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.

O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.

O segundo levaria uma corça rara.

O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.

O trio fraterno recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viagem de três milhas; no entanto, a meio do caminho, principiaram a discutir.

O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar; este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse. O pequeno séquito seguia, estrada afora, dificilmente, porquanto cada viajor permanecia atento a obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes.

Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho poeirento. Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado, abrigando-se em floresta próxima.

O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, internando-se pelo mato a dentro, e o conteúdo de prateada bandeja se perde totalmente no chão.

Desapontados e irritadiços, os três rapazes tornam à presença paterna, apresentando cada qual a sua queixa e a sua derrota.

O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:

— Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso. O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.

Caminho, verdade e vida – Cap 2 – Segue-me tu

“Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu.” — (JOÃO, capítulo 21, versículo 22.)

Nas comunidades de trabalho cristão, muitas vezes observamos companheiros altamente preocupados com a tarefa conferida a outros irmãos de luta.

É justo examinar, entretanto, como se elevaria o mundo se cada homem cuidasse de sua parte, nos deveres comuns, com perfeição e sinceridade. Algum de nossos amigos foi convocado para obrigações diferentes? Confortemo-lo com a legítima compreensão. As vezes, surge um deles, modificado ao nosso olhar. Há cooperadores que o acusam. Muitos o consideram portador de perigosas tentações. Movimentam-se comentários e julgamentos à pressa.

Quem penetrará, porém, o campo das causas? Estaríamos na elevada condição daquele que pode analisar um acontecimento, através de todos os ângulos? Talvez o que pareça queda ou defecção pode constituir novas resoluções de Jesus, relativamente à redenção do amigo que parece agora distante.

O Bom Pastor permanece vigilante. Prometeu que das ovelhas que o Pai lhe confiou nenhuma se perderá. Convém, desse modo, atendermos com perfeição aos deveres que nos foram deferidos. Cada qual necessita conhecer as obrigações que lhe são próprias.

Nesse padrão de conhecimento e atitude, há sempre muito trabalho nobre a realizar.
Se um irmão parece desviado aos teus olhos mortais, faze o possível por ouvir as palavras de Jesus ao pescador de Cafarnaum:

“Que te importa a ti? Segue-me tu.”

 

CONCLUSÃO

O Consolador

356 –A dúvida racionada, no coração sincero, é uma base para a fé?

-Toda dúvida que se manifesta na alma cheia de boa-vontade, que não se precipita em definições apriorísticas dentro de sua sinceridade, ou que não busca a malícia para contribuir em suas cogitações, é um elemento benéfico para a alma, na marcha da inteligência e do coração rumo à luz sublimada da fé.

O Livro dos Espíritos

  1. Que definição se pode dar da moral?

“A moral é a regra de bem proceder, isto é, a distinção entre o bem e o mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz em vista e pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.”

Vinha de Luz – Capítulo 54 – Fariseus

“Acautelai­-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus”  Jesus (Lucas, 12:1) 

Fariseu  ainda é todo presunçoso, dogmático, exclusivo, pretenso  privilegiado das Forças Divinas. O orgulhoso descendente dos doutores de Jerusalém ainda vive. Atravessa todas as organizações humanas. Respira em todos os templos terrestres.

Acredita­-se o herdeiro único da Divina Bondade. Nada aprecia senão pelo prisma do orgulho pessoal. Traça programas caprichosos e intenta torcer as próprias leis universais, submetendo-­as ao ponto de vista que esposou na sua escola ou no seu argumento sectarista.

Jamais comparece, ante a bênção do Senhor, na condição de alguém que se converteu em instrumento de seus amorosos desígnios, mas como crente orgulhoso, cheio de propósitos individualistas, declarando­-se detentor de considerações especiais.

Os aprendizes fiéis necessitam acautelar­-se contra o lêvedo de tais enfermos do espírito. Toda ideia opera fermentações mentais.

Certamente que o Mestre não determinou a morte dos fariseus, mas recomendou cautela em se tratando da influenciação deles.

Exigências farisaicas constituem perigosas moléstias da alma.

Urge auxiliar  o doente e extinguir a enfermidade. Todavia, não  conseguiremos a realização provocando tumultos e, sim, usando a cautela na antiga recomendação de vigilância.

Caminho, verdade e Vida – Capítulo 43 – Consultas

“E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?”

— (JOÃO 8:5)

Várias vezes o espírito de má fé cercou o Mestre, com interrogações, aguardando determinadas respostas pelas quais o ridicularizasse. A palavra dEle, porém, era sempre firme, incontestável, cheia de sabor divino. Referimo-nos ao fato para considerar que semelhantes anotações convidam o discípulo a consultar sempre a sabedoria, o gesto e o exemplo do Mestre.

Os ensinamentos e atos de Jesus constituem lições espontâneas paratodas as questões da vida.O homem costuma gastar grandes patrimônios financeiros nos inquéritosda inteligência. O parecer dos profissionais do direito custa, por vezes, o preçode angustioso sacrifício.Jesus, porém, fornece opiniões decisivas e profundas, gratuitamente.Basta que a alma procure a oração, o equilíbrio e a quietude. O Mestre falar-lhe-á na Boa Nova da Redenção.

Frequentemente, surgem casos inesperados, problemas de solução difícil. Não ignora o homem o que os costumes e as tradições mandam resolver, de certo modo; no entanto, é indispensável que o aprendiz do Evangelho pergunte, no santuário do coração:

— Tu, porém, Mestre, que me dizes a isto? E a resposta não se fará esperar como divina luz no grande silêncio.

Fonte Viva – Capítulo 109 – A exemplo de Cristo

“Ele bem sabia o que havia no homem.” – (João, 2:25.)

Sim, Jesus não ignorava o que existia no homem, mas nunca se deixou impressionar negativamente.

Sabia que a usura morava com Zaqueu, contudo, trouxe-o da sovinice para a benemerência.

Não desconhecia que Madalena era possuída pelos gênios do mal, entretanto, renovou-a para o amor puro.

Reconheceu a vaidade intelectual de Nicodemos, mas deu-lhe novas concepções da grandeza e da excelsitude da vida.

Identificou a fraqueza de Simão Pedro, todavia, pouco a pouco instala no coração do discípulo a fortaleza espiritual que faria dele o sustentáculo do Cristianismo nascente.

Vê as dúvidas de Tomé, sem desampará-lo.

Conhece a sombra que habita em Judas, sem negar-lhe o culto da afeição.

Jesus preocupou-se, acima de tudo, em proporcionar a cada alma uma visão mais ampla da vida e em quinhoar cada espírito com eficientes recursos de renovação para o bem.

Não condenes, pois, o próximo porque nele observes a inferioridade e a imperfeição. A exemplo do Cristo, ajuda quanto possas.

O Amigo Divino sabe o que existe em nós… Ele não desconhece a nossa pesada e escura bagagem do pretérito, nas dificuldades do nosso presente, recheado de hesitações e de erros, mas nem por isso deixa de estender-nos amorosamente as mãos.

Isaías – 53
1 Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?
2 Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.
3 Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
4 Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
5 Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.
6 Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho,  mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
7 Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
8 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.
9 E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca.
10 Todavia, ao SENHOR agradou o moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão.
11 O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o  meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.
12 Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.

Mateus 10

8 Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça
recebestes, de graça dai.

 

Referências Bibliográficas:

– Bíblia Sagrada (Tradução de João Ferreira de Almeida)

– O Livro dos Espíritos – Allan Kardec

– A Gênese – Allan Kardec

– O Livro dos Médiuns – Allan Kardec

– O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec

– Revista Espírita – 1861 – Allan Kardec

– Revista Espírita – 1864 – Allan Kardec

– O Consolador – Emmanuel / Chico Xavier

– Pão Nosso – Emmanuel / Chico Xavier

– Caminho, Verdade e Vida – Emmanuel / Chico Xavier

– Vinha de Luz – Emmanuel / Chico Xavier

– Fonte Viva – Emmanuel / Chico Xavier

– Palavras da Vida Eterna – Emmanuel / Chico Xavier

– Luz no Caminho – Emmanuel / Chico Xavier

– Fé, Paz e Amor – Emmanuel / Chico Xavier

– O Evangelho por Emmanuel – Comentário ao Evangelho Segundo Mateus

– Os Mensageiros – André Luiz / Chico Xavier

– Mecanismos da Mediunidade – André Luiz / Chico Xavier

– Libertação – André Luiz / Chico Xavier

– Ação e Reação – André Luiz / Chico Xavier

– Boa Nova – Humberto de Campos / Chico Xavier

– Jesus no Lar – Néio Lúcio / Chico Xavier

– Nas fronteiras da Loucura – Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Franco

– Vivendo com Jesus – Amélia Rodrigues / Divaldo Franco

– Parábolas e Ensinos de Jesus – Caibar Schutel

– Diálogo com as sombras – Hermínio Corrêa de Miranda

– O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Russel N. Champlin

– Site: https://centroespiritaleocadio.org.br/

– Site: http://www.bibliadocaminho.com.br/

 

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