Dez orientações para o trabalhador espiritual
Dez orientações para o trabalhador espiritual
1 – Não se desconectar da matéria.
O excesso de espiritualismo pode criar uma descopensação com graves prejuízos para a vida pessoal e material de uma pessoa.
A matéria é tão importante quanto o espírito; ambos são matizes, graus da mesma manifestação. Nenhum dos dois pode prevalecer sobre o outro.
Antídoto: Equilíbrio.
2 – Não despertar os poderes antes da consciência.
Os poderes estão a serviço da consciência.
Não é preciso buscá-los; quando chega o momento, eles surgem naturalmente.
Buscar o poder antes do saber é inverter a ordem natural do processo.
Para que sirvam à consciência, os poderes devem ser doados a partir de algo além de nossa vontade.
Antídoto: Equanimidade.
3 – Não se fixar em pessoas, mas nas suas mensagens.
Você não monta uma casa em um túnel.
Ele é só um meio para se chegar até ela.
Assim também os mestres são fundamentais para nos “iniciar”, mas não para nos “continuar” e muito menos para nos “acabar”.
A nossa realização terrena é missão de natureza personalíssima, ou seja, é indelegável, irrenunciável e, sequer, passível de ser partilhada, quanto mais entregue aos cuidados de outrem.
Depender indefinidamente de um mestre terreno é optar por permanecer na infância da senda espiritual.
Antídotos: Responsabilidade e discernimento.
4 – Não sentir excesso de autoconfiança.
Quem se crê autossuficiente é uma presa fácil para os agentes do engano e, não raro, vê-se envolvido por eles.
Quem crê demais na própria capacidade está fadado a equivocar-se.
O excesso de certezas, muitas vezes, funda-se em um alicerce carente de verdades.
Antídoto: Desconfiar de si mesmo.
5 – Não se sentir superior.
Nunca julgue que a própria linha de trabalho é superior às demais.
Essa superioridade é a antítese do esoterismo, que afirma justamente a onipresença da consciência em todos os seres e caminhos.
Essa postura desconecta uma pessoa das autênticas correntes da consciência amplificada, e é o ponto de partida para o fanatismo.
Antídotos: Equidade e moderação.
6 – Não se deixar levar por impulsos messiânicos.
A vontade de salvar os demais é uma armadilha fatal.
A sua tela de fundo é a vaidade e a insegurança.
Essa ânsia desmedida obstrui os canais de conexão com o mestre interior e bloqueia o processo de autoconhecimento, além de interferir no direito ao “livre-arbítrio de cada um”.
Antídoto: Confiança na existência.
7 – Não tomar medidas inconsequentes.
O excesso de entusiasmo pode levar uma pessoa a romper com o seu círculo profissional e familiar sem necessidade.
A metáfora do “salto no escuro” não deve servir de incentivo deslumbrado e irresponsável para que neófitos desestruturem as suas vidas.
Antídotos: Prudência e serenidade.
8 – Não agir com demasiada rigidez.
Encantada com as novas informações que lhe ampliam a consciência, uma pessoa pode se tornar intolerante.
Ela tem a tentação de impor a sua forma de pensar e os seus modelos de conduta aos demais.
Limitando a sua capacidade de ver a partir de outras perspectivas, ela perde o acréscimo de consciência que havia conquistado.
Antídotos: Tolerância e relaxamento.
9 – Não se dispersar.
Estudar ou praticar demasiadas coisas ao mesmo tempo sem aprofundar-se em nenhuma delas leva a uma falsa sensação de saber.
Nessa atitude, pode-se passar uma vida inteira andando em círculos, enquanto se faz passar por um sábio.
Antídoto: Concentração.
10 – Não abusar.
Manipuladas, as informações espirituais servem de álibis ou justificativas convincentes para os piores retrocessos.
Usar o conhecimento espiritual para fins particulares tem consequências graves, pois ninguém profana impunemente o sagrado que pertence a todos.
Antídotos: Retidão e integridade.