Paracelso – (1493 – 1541)
Seu nome era FELIX AURELIO TEOFRASTO BONBAST VON HODENHEIM.
Médico, antropólogo, teólogo e um grande médium. Na época denominava-se mago.
Sem ter os conhecimentos científicos, hoje em voga, PARACELSO dizia que a NATUREZA era a autoridade suprema e que nela dever-se-ia buscar todas as verdades, porque a natureza, diferentemente do homem, não comete erros.
Mostrava que o mundo natural é “algo mais” daquilo que se pode ver com os olhos, sentir com as mãos, pesar ou medir. Inclui uma variedade de influências sobre a vida dos seres humanos.
As coisas não são simples pedaços de matéria inerte: possuem propriedades ocultas que se fundamentam em um mundo invisível.
Afirmou que o homem possui em si mesmo um fluido magnético e que sem essa energia não poderia existir. Tratara-se de uma espécie de fluido universal que produz todos os fenômenos que observamos.
Com base nestes conceitos afirmava que, como o homem emite e recebe vibrações, pode também emitir ou receber boas ou más vibrações.
PARACELSO foi um dos principais precursores do estudo do magnetismo animal, ainda que se considere MESMER, posterior quase dois séculos, como o pai da teoria do magnetismo.
PARACELSO aplicava suas idéias à medicina afirmando que “o primeiro médico do homem é Deus”, autor da saúde, já que “o corpo não é mais que a casa da alma”.
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Paracelso seguiu os passos de seu pai, começando a estudar medicina em Viena e terminando de promover-se em Ferrara, Itália. Desde então, viajou quase continuamente pela Europa. Tentou estabelecer-se como médico em Salzburgo, mas foi expulso porque simpatizou com os agricultores rebeldes. Em Estrasburgo recebeu o título de cidadão, mas partiu para Basel, logo depois, como médico. Ali, após muitos desentendimentos com colegas médicos, farmacêuticos e o próprio conselho da cidade, Paracelso recebeu uma ordem de prisão em 1528, forçando sua fuga da cidade. Ele viajou pelo país como uma espécie de médico-cigano, até voltar para Salzburgo em 1540, chamado pelo bispo daquele lugar. Faleceu logo depois, com apenas 48 anos.
O nome Paracelso até hoje não se sabe por quê. Queria ele dizer com isso que estava acima de Celso, famoso médico romano da Antigüidade. Seus escritos, originariamente com mais de 8 mil páginas, seu modo de comportar-se não era o mesmo do médico convencional, sem falar de suas opiniões, tão provocativas para aqueles tempos, tanto em se tratando de medicina, política ou filosofia. Foi a primeira pessoa a dar conferencias em alemão – e não em latim, como era costume na Universidade de Basel. Dizem que ele teria descoberto o “fogo vital”, o “magnetismo animal”, oficialmente descoberto por Franz-Anton Mesmer. E ele também sabia que existia uma aura…
Mesmo que Paracelso se ocupasse intensamente com astrologia, alquimia e magia, questões esotéricas, sociais e filosóficas ele era principalmente médico, e é nessa função que seu nome é conhecido hoje em dia. Na verdade, em seus escritos a medicina ocupa o primeiro lugar e ele a praticou e lecionou durante toda a sua vida. Em todo o caso, Paracelso não via o médico apenas como um profissional para eliminar os sintomas de uma doença, um modo completamente diferente do que era costume naquela época (e ainda é hoje).
Sua opinião sobre a doença fica muito mais próxima do conceito moderno, porque se baseia numa imagem “cósmica” do mundo e da humanidade, indo muito além da visão tradicional da sua época, que se baseava na doutrina dos fluidos de Hipócrates. Segundo o ponto de vista tradicional, a doença era cansada por mau funcionamento e mistura dos quatro fluidos do corpo: sangue, catarro, bílis preta e amarela. Paracelso modificou a opinião existente naqueles dias definindo a saúde como equilíbrio e doença com o desequilíbrio de todas as energias presentes.
A arte de curar, de acordo com Paracelso, apóia-se em quatro pilares:
Filosofia, que significa, antes de mais nada, “abrir-se ao conjunto das forças naturais, observar essas forças invisíveis na penetração da realidade total e perceber o invisível no visível”.
Astronomia, que nos ensina como as estrelas nos influenciam;
Alquimia, útil principalmente na preparação dos remédios;
Virtudes, a honestidade do médico.
De acordo com Paracelso, o médico é a imagem primordial de uma pessoa que está se aperfeiçoando. Mais do que qualquer um, o médico deve reconhecer a ação da natureza invisível no doente ou, em se tratando do remédio, como ela trabalha no visível.
Para podermos nos aproximar das idéias de Paracelso, é inevitável considerar determinadas imagens básicas, que normalmente são rejeitadas pelo médico convencional, porque se apóiam, acima de tudo, em opiniões “ocultas”. As duas palavras chave desse lado “secreto” de Paracelso são imaginação e magia. Na biografia “Paracelso, Alquimista, Químico, Pioneiro da Medicina”, o historiador e filósofo Lucien Braun, de Estrasburgo, dedica um extenso capítulo a esse aspecto para explicar o significado básico de tais idéias. De acordo com o prof. Braun, é muito difícil explicar a “imaginação” como “sem sujeito e sem imagens”. Porque Paracelso quer apenas possibilitar que a natureza apareça, “que a própria luz da natureza surja, mostrando-a. Mas ela apenas mostra a luz àquele que sabe ver sem imagens”.
A natureza é mais do que nossos olhos enxergam, “o invisível que pulsa através do visível”. O invisível nunca se apresenta como imagem, porque ele não e um objeto, é energia viva, criativa; uma energia não-dividida, que tira as coisas de seu interior, transformando-as no que são na realidade .
Braun acredita que foi Paracelso quem pela primeira vez expressou essa diferenciação histórica do pensamento ocidental. Hoje, pensando nos campos morfogenéticos do biólogo inglês Rupert Sheldrake, ela nos soa muito normal. Foi ela que inspirou Paracelso em relação a seus dizeres mais lindos: “O visível esconde o invisível, mas apesar disso conseguimos o invisível apenas através do visível.” Para o médico suíço, a natureza não é apenas aquilo que nossos olhos enxergam, nem somente o que existe num outro lugar, mas ambos ao mesmo tempo. Escreveu Braun: Assim, não é de surpreender que foi Paracelso quem introduziu a descrição da ‘força de imaginação’, dando desse modo um nome à energia imanente, que fixa as coisas do interior para fora, cria, faz surgir e não pode ser imaginada de modo algum. Outros atributos dessa força: ela flui através de todas as coisas, ‘através de todo esse imenso mundo’, e é tão eterna como tudo que existe e não existe, tudo que está sendo’.”
Segundo Paracelso, imaginação e magia estão intimamente ligadas. E nesse caso magia quer dizer ação direta sobre coisas, pessoas e todos os seres, sem ajuda da matéria. Ou, expresso de outro modo: o mago é capaz de causar efeitos físicos sem ajuda física. Afinal, salienta Braun sobre os pensamentos de Paracelso, “toda natureza invisível se movimenta através da imaginação. Se a imaginação fosse forte o suficiente, nada seria impossível, porque ela é a origem de toda magia, de toda ação através da qual o invisível (de um ou outro modo) deixa seu rastro no visível. A energia da verdadeira imaginação pode transformar nossos corpos, e até influenciar no paraíso...”
Paracelso reconheceu também que a fé fortalece a imaginação. Tudo isso inclui as curas
milagrosas atribuídas a ele, que não podem ter sido somente o resultado dos remédios, em geral muito simples. É óbvio que eles serviram apenas para influenciar conscientemente a força da imaginação de um doente. As pílulas que o médico suíço levava consigo no botão do punho de sua famosa espada foram, acima de tudo, meios de ajuda a ação mágica.
O conhecimento médico tem menos a ver com conhecimento intelectual do que com a intuição e a conhecida clarividência de Paracelso.
Paracelso não era um místico, mas alguém que viu a matéria penetrada pelo espiritual. Suas conclusões têm valor até hoje porque nenhum médico naturalista pode comparar-se com ele, e o fato de ele ter sido muito criticado tornou-o ainda mais interessante. Porque Paracelso, afinal, não apenas escreveu livros, mas também teve suas próprias experiências e nunca teve medo de enfrentar as conseqüências negativas de seu pensamento não-conformista. Para ele serve o ditado: “Quem consegue ser ele mesmo não deve pertencer a um outro” tanto hoje como em qualquer outra época, em que cada um corre atrás de um outro guru.
Fonte: Christine Mittelbach