Suicídio Indireto – palestra 30.05.23
Suicídio Indireto
CELC 31.05.23 – Flávio
Antigo Testamento, Jó Capítulo 14, versículos 1-2. 11
O homem nascido de mulher vive pouco tempo e passa por muitas dificuldades.
Brota como a flor e murcha. Vai-se como a sombra passageira; não dura muito.
Livro dos Espíritos (O) – Questão 952.
952 – O homem que perece vítima do abuso de paixões que ele sabe dever apressar seu fim, mas às quais ele não tem mais o poder de resistir, porque o hábito fez delas verdadeiras necessidades físicas, comete um suicídio?
– É um suicídio moral. Não compreendeis que o homem é duplamente culpado nesse caso? Há nele falta de coragem e animalidade, e além disso, o esquecimento de Deus.
– É mais, ou menos culpado que aquele que tira a si mesmo a vida por desespero?
– É mais culpado, porque tem tempo de raciocinar sobre o seu suicídio. No que o faz instantaneamente há, algumas vezes, uma espécie de descaminho ligado à loucura. O outro será muito mais punido, porque as penas são sempre proporcionais à consciência que se tem das faltas cometidas.
Obras Póstumas – Regeneração da Humanidade, 25 de abril de 1866.
Infelizmente, a maioria, desconhecendo a voz de Deus, persistirá em sua cegueira, e sua resistência marcará o fim de seu reino por lutas terríveis. Em seu desvio, eles mesmos correrão para a sua perda; levarão à destruição que engendrará uma multidão de flagelos e de calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão o advento da era da renovação.
E, como se a destruição não caminhasse bastante rápida, ver-se-ão os suicídios se multiplicarem, numa proporção inaudita, até entre as crianças. A loucura jamais terá ferido um maior número de homens que serão, antes da morte, riscados do número dos vivos. Estão aí os verdadeiros sinais dos tempos. E tudo isso se cumprirá pelo encadeamento das circunstâncias, assim como dissemos, sem que sejam em nada derrogadas as leis da Natureza.
Os mensageiros – Cap.05, Ouvindo Instruções.
As transições essenciais da existência na Terra encontram a maioria dos homens absolutamente distraídos das realidades eternas. A mente humana abre-se, cada vez mais, para o contato com as expressões invisíveis, dentro das quais funciona e se movimenta. Isto é uma fatalidade evolutiva. Desejamos e necessitamos auxiliar as criaturas terrestres; todavia, contra a extensão de nosso concurso fraterno, operam dilatadas correntes de incompreensão.
E, como dizíamos, a Humanidade terrena aproxima-se, dia a dia, da esfera de vibrações dos invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os sentidos. Mas, segundo reconhecemos, esmagadora percentagem de habitantes da Terra não se preparou para os atuais acontecimentos evolutivos. E os mais angustiosos conflitos se verificam no sendal humano. A Ciência progride vertiginosamente no planeta, e, no entanto, à medida que se suprimem sofrimentos do corpo, multiplicam-se aflições da alma. Os jornais do mundo estão cheios de notícias maravilhosas, quanto ao progresso material. Segredos sublimes da Natureza são surpreendidos nos domínios do mar, da terra e do ar; mas a estatística dos crimes humanos é espantosa. Os assassínios da guerra, apresentam requintes de perversidade muito além dos que foram conhecidos em épocas anteriores. Os homicídios, os suicídios, as tragédias conjugais, os desastres do sentimento, as greves, os impulsos revolucionários da indisciplina, a sêde de experimentação inferior, a inquietação sexual, as moléstias desconhecidas, a loucura, invadem os lares humanos. Não existe em país algum preparação espiritual bastante para o conforto físico. Entretanto, esse conforto tende a aumentar naturalmente. O homem dominará, cada vez mais, a paisagem exterior que lhe constitui moradia, embora não se conheça a si mesmo. Atendido, porém, o corpo revelará as necessidades da alma e vemos agora a criatura terrestre assoberbada de problemas graves, não só pelas deficiências de si própria, senão também pela espontânea aproximação psíquica com a esfera vibratória de milhões de desencarnados, que se agarram à Crosta planetária, sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos desígnios do Eterno.
Nosso Lar – Cap.04, O médico espiritual.
Tratava- se, disse, do irmão Henrique de Luna, do Serviço de Assistência Médica da colônia espiritual. Trajado de branco, traços fisionômicos irradiando enorme simpatia, Henrique auscultou-me demoradamente, sorriu e explicou:
– É de lamentar que tenha vindo pelo suicídio.
Enquanto Clarêncio permanecia sereno, senti que singular assomo de revolta me borbulhava no íntimo.
Suicídio? Recordei as acusações dos seres perversos das sombras.
Não obstante o cabedal de gratidão que começava a acumular, não calei a incriminação.
– Creio haja engano – asseverei, melindrado -, meu regresso do mundo não teve essa causa. Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido a oclusão intestinal…
– Sim – esclareceu o médico, demonstrando a mesma serenidade superior -, mas a oclusão radicava-se em causas profundas. Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo.
E inclinando-se, atencioso, indicava determinados pontos do meu corpo:
– Vejamos a zona intestinal – exclamou. – A oclusão derivava de elementos cancerosos, e estes, por sua vez, de algumas leviandades do meu estimado irmão, no campo da sífilis. A moléstia talvez não assumisse características tão graves, se o seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança.
Entretanto, seu modo especial de conviver, muita vez exasperado e sombrio, captava destruidoras vibrações naqueles que o ouviam. Nunca imaginou que a cólera fosse manancial de forças negativas para nós mesmos? A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com os semelhantes, aos quais muitas vezes ofendeu sem refletir, conduziam-no frequentemente à esfera dos seres doentes e inferiores. Tal circunstância agravou, de muito, o seu estado físico.
Depois de longa pausa, em que me examinava atentamente, continuou:
– Já observou, meu amigo, que seu fígado foi maltratado pela sua própria ação; que os rins foram esquecidos, com terrível menosprezo às dádivas sagradas?
Singular desapontamento invadira-me o coração. Parecendo desconhecer a angústia que me oprimia, continuava o médico, esclarecendo:
– Os órgãos do corpo somático possuem incalculáveis reservas, segundo os desígnios do Senhor. O meu amigo, no entanto, iludiu excelentes oportunidades, esperdiçado patrimônios preciosos da experiência física. A longa tarefa, que lhe foi confiada pelos Maiores da Espiritualidade Superior, foi reduzida a meras tentativas de trabalho que não se consumou. Todo o aparelho gástrico foi destruído à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas, aparentemente sem importância. Devorou-lhe a sífilis energias essenciais. Como vê, o suicídio é incontestável.
Livro dos Espíritos (O) – Questões 154 e 155.
154 – A separação da alma e do corpo é dolorosa?
– Não, o corpo sofre, frequentemente, mais durante a vida que no momento da morte; neste a alma não toma parte. Os sofrimentos que experimenta, algumas vezes, no momento da morte, são um prazer para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio.
Na morte natural, que chega por esgotamento dos órgãos, em consequência da idade, o homem deixa a vida sem o perceber; é uma lâmpada que se apaga por falta de alimentação.
155 – Como se opera a separação da alma e do corpo?
– Rompidos os laços que a retinham, ela se liberta.
– A separação se opera instantaneamente e por uma transição brusca? Há uma linha de demarcação bem nítida entre a vida e a morte?
– Não, a alma se liberta gradualmente e não se escapa como um pássaro cativo que ganha subitamente a liberdade. Esses dois estados se tocam e se confundem; assim o Espírito se libera pouco a pouco de seus laços: os laços se desatam, não se quebram.
Durante a vida, o Espírito se liga ao corpo por seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é apenas a destruição do corpo e não desse segundo envoltório que se separa do corpo quando cessa neste a vida orgânica. A observação prova que no instante da morte o desligamento do perispírito não se completa subitamente; ele não opera senão gradualmente e com uma lentidão que varia muito segundo os indivíduos. Para alguns ele é muito rápido, e pode-se dizer que o momento da morte é aquele do desligamento, algumas horas após. Para outros, aqueles sobretudo, cuja vida foi toda material e sensual, o desligamento é muito menos rápido e dura, algumas vezes, dias, semanas e mesmo meses, o que não implica existir no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno à vida, mas uma simples afinidade entre o corpo e o Espírito, afinidade que está sempre em razão da preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. Com efeito, é racional conceber que quanto mais o Espírito se identifica com a matéria, mais ele sofre ao se separar dela. Ao passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos, operam um começo de libertação mesmo durante a vida do corpo e, quando chega a morte, ela é quase instantânea. Tal é o resultado dos estudos feitos sobre todos os indivíduos observados no momento da morte. Essas observações provam ainda que a afinidade persistente entre a alma e o corpo, em certos indivíduos, é algumas vezes muito penosa porque o Espírito pode experimentar o horror da decomposição. Este caso é excepcional e particular a certos gêneros de vida e a certos gêneros de morte; ele se apresenta entre alguns suicidas.
Ação e Reação – Cap. 18, Resgates Coletivos.
Enquanto Druso e Silas combinavam medidas para a tarefa assistencial, Hilário e eu olhávamos, espantados, o espetaculo inédito para nós ambos.
A cena aflitiva parecia desenrolar-se ali mesmo.
Oito dos desencarnados no acidente jaziam em posição de choque, algemados aos corpos, mutilados ou não; quatro gemiam, jungidos aos próprios restos, e dois deles, não obstante ainda enfaixados às formas rígidas, gritavam desesperados em crises de inconsciência.
Druso, no entanto, replicou em tom sereno e firme:
— O socorro no avião sinistrado é distribuído indistintamente, contudo, não podemos esquecer que se o desastre é o mesmo para todos os que tombaram, a morte é diferente para cada um. No momento serão retirados da carne tão-somente aqueles cuja vida interior lhes outorga a imediata liberação. Quanto aos outros, cuja situação presente não lhes favorece o afastamento rápido da armadura física, permanecerão ligados, por mais tempo, aos despojos que lhes dizem respeito.
— Quantos dias? — clamou meu colega, incapaz de conter a emoção de que se via possuido.
— Depende do grau de animalização dos fluídos que que lhes retém o Espírito à atividade corpórea — respondeu-nos o mentor. — Alguns serão detidos por algumas horas, outros, talvez, por longos dias… Quem sabe? Corpo inerte nem sempre significa libertação da alma. O gênero de vida que alimentamos no estágio físico dita as verdadeiras condições de nossa morte. Quanto mais chafurdamos o ser nas correntes de baixas ilusões, mais tempo gastamos para esgotar as energias vitais que nos aprisionam à matéria pesada e primitiva de que se nos constitui a instrumentação fisiológica, demorando-nos nas criações mentais inferiores a que nos ajustamos, nelas encontrando combustível para dilatados enganos nas sombras do campo carnal, propriamente considerado. E quanto mais nos submetamos às disciplinas do espírito, que nos aconselham equilíbrio e sublimação, mais amplas facilidades conquistaremos para a exoneração da carne em quaisquer emergências de que não possamos fugir por força dos débitos contraídos perante a Lei. Assim é que morte física não é o mesmo que emancipação espiritual.
Cartas e Crônicas, Cap. 16, Belarmino Bicas.
Neste relato de Humberto de Campos, Belarmino Bicas, um Espírito que se tornou um amigo do autor, conta sua história, onde revela que desencarnou com 22 anos de antecedência, do programa reencarnatório estabelecido. Belarmino, morreu com 58 anos, 20 depois de ter se convertido ao espiritismo, ele revela que nesse período, desde os seus primeiros contatos com a doutrina, desenvolveu o hábito de relacionar diariamente todas as suas exasperações, apontando-lhe as causas para estudos posteriores e que seus motivos de exasperações foram tantos que lhe suprimiram 22 anos da cota de 80 que lhe cabia desfrutar no corpo físico, regressando a Pátria Espiritual na condição de suicida indireto. Os motivos anotados de suas experiências de emoções negativas iam de “contrariedades com a família” a “imcompreensões com irmãos de fé, no templo espírita”.
Evangelho Segundo o Espiritismo (O) – Cap. 28, item 9.
O médium que queira conservar sempre a assistência dos bons Espíritos tem de trabalhar por melhorar-se. O que deseja que a sua faculdade se desenvolva e engrandeça tem de se engrandecer moralmente e de se abster de tudo o que possa concorrer para desviá-la do seu fim providencial.
Se, às vezes, os Espíritos bons se servem de médiuns imperfeitos, é para dar bons conselhos, com os quais procuram fazê-los retomar a estrada do bem. Se, porém, topam com corações endurecidos e se suas advertências não são escutadas, afastam-se, ficando livre o campo aos maus. (Cap. XXIV, n° 11 e 12.)
Conseguir a assistência destes, afastar os Espíritos levianos e mentirosos tal deve ser a meta para onde convirjam os esforços constantes de todos os médiuns sérios. Sem isso, a mediunidade se torna uma faculdade estéril, capaz mesmo de redundar em prejuízo daquele que a possua, pois pode degenerar em perigosa obsessão.
Emmanuel – Cap. 11, Apelo aos Médiuns.
Médiuns, ponderai as vossas obrigações sagradas! Preferi viver na maior das provações a cairdes na estrada larga das tentações que vos atacam, insistentemente, em vossos pontos vulneráveis.
Recordai-vos de que é preciso vencer, se não quiserdes soterrar a vossa alma na escuridão dos séculos de dor expiatória. Aquele que se apresenta no Espaço como vencedor de si mesmo é maior que qualquer dos generais terrenos, exímio na estratégia e tino militares. O homem que se vence faz o seu corpo espiritual apto a ingressar em outras esferas e, enquanto não colaborardes pela obtenção desse organismo etéreo, através da virtude e do dever cumprido, não saireis do círculo doloroso das reencarnações.
Evangelho Segundo o Espiritismo (O) – Cap. 05, item 16 – O suicídio e a loucura.
16. A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as ideias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio; ocasionam a covardia moral. Quando homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçam por provar aos que os ouvem ou leem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão de fato levando-os a deduzir que, se são desgraçados, coisa melhor não lhes resta senão se matarem? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa consequência? Que compensação lhes podem oferecer? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada. Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heroico, a única perspectiva, mais vale buscá-lo imediatamente e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.
A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a ideia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se constituem apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda responsabilidade. Com o Espiritismo, tornada impossível a dúvida, muda o aspecto da vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a coragem moral.
Livro dos Espíritos (O) – Questões 796 e 799.
796 – A severidade das leis penais não é uma necessidade, no estado atual da sociedade?
– Uma sociedade depravada tem, certamente, necessidade de leis mais severas. Infelizmente, essas leis se interessam mais em punir o mal, quando já feito, do que secar a fonte do mal. Não há senão a educação para reformar os homens. Então, eles não terão mais necessidade de leis tão rigorosas.
799 – De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso?
– Destruindo o materialismo, que é uma chaga da sociedade, ele faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura, não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que ele pode assegurar seu futuro pelo presente. Destruindo os preconceitos de seitas, de castas e de cor, ele ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos.
Antigo Testamento, Salmo 39, versículos 4-5.
Faze-me conhecer Senhor, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta o quanto eu sou frágil.
Destes aos meus dias o comprimento de um palmo; a duração da minha vida é nada diante de ti. De fato, o homem não passa de um sopro.
Bíblia, Novo Testamento, 1 Coríntios Capítulo 6, versículo 12.
Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém.
FONTES DE CITAÇÃO:
-
Bíblia Sagrada
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Livro dos Espíritos (O) – Allan Kardec
-
Evangelho Segundo o Espiritismo (O) – Allan Kardec
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Obras Póstumas – Allan Kardec
-
Os Mensageiros – André Luiz / Chico Xavier
-
Nosso Lar – André Luiz / Chico Xavier
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Ação e Reação – André Luiz / Chico Xavier
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Emmanuel – Emmanuel / Chico Xavier
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Cartas e Crônicas – Humberto de Campos / Chico Xavier