Cura na visão espírita – palestra 28/11/18
CURA NA VISÃO ESPÍRITA
Estudo CELC 28/11/18 – Ellen
- – INTRODUÇÃO: DA SAÚDE E DA DOENÇA
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.
Emmanuel, no livro “O CONSOLADOR”, na resposta à questão 95 nos ensina que “para o plano espiritual, a saúde é a perfeita harmonia da alma, para obtenção da qual, muitas vezes, há necessidade da contribuição preciosa das moléstias e deficiências transitórias da Terra.”
No Artigo intitulado: “AS CAUSAS DAS DOENÇAS – VISÃO ESPÍRITA”, FONTE: Revista Cristã de Espiritismo, Prof. Ft. Zadro Jornada Monteiro, explica que:
“A doença não é uma causa, é uma consequência proveniente das energias negativas que circulam por nossos organismos espiritual e material. O controle das energias é feito através dos pensamentos e dos sentimentos, portanto, possuímos energias que nos causam doenças porque somos indisciplinados mentalmente e emocionalmente.”
O livro “NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE”, psicografado por Chico Xavier, de Autoria de André Luiz, no Capítulo 24: LUTA EXPIATÓRIA, nos ensina que:
“A doença … é o desequilíbrio da alma a retratar-se no corpo”
O livro “VINHA DE LUZ”, psicografado por Chico Xavier, de Autoria de Emmanuel, no Capítulo 157: O REMÉDIO SALUTAR, nos ensina que:
“… o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto. A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser.”
E JOANNA DE ÂNGELIS no livro “O SER CONSCIENTE”, psicografado por DIVALDO PEREIRA FRANCO, na SEGUNDA PARTE: SER E PESSOA, no Capítulo 7 intitulado FATORES DE DESEQUILÍBRIO, nos ensina que:
“A saúde da criatura humana resulta de fatores essenciais que lhe compõem o quadro de bem-estar: equilíbrio mental, harmonia orgânica e ajustamento sócio-econômico.
Quando um desses elementos deixa de existir, pode-se considerar que a saúde cede lugar à perturbação, que afeta qualquer área do conjunto psicofísico.
Sendo, a criatura humana, constituída pela energia que o Espírito envia a todos os departamentos materiais e equipamentos nervosos, qualquer distonia que a perturbe abre campo para a irrupção (erupção) de doenças, a manifestação de distúrbios, que levam aos vários desconsertos patológicos, conhecidos como enfermidades”.
Emmanuel no livro “JUSTIÇA DIVINA”, psicografia Chico Xavier, no Capítulo 48: DOENÇAS DA ALMA, esclarece que todos nós “somos doentes em laboriosa restauração”, devido aos débitos contraídos noutras vidas, e acentua:“Todos somos enfermos pedindo alta”.
II.- CAUSAS PRINCIPAIS DAS DOENÇAS
Para demonstrar as principais causas das doenças faremos uma correspondência entre dois artigos, a saber: 1) “AS CAUSAS DAS DOENÇAS – VISÃO ESPÍRITA”, FONTE: Revista Cristã de Espiritismo, Prof. Ft. Zadro Jornada Monteiro, e 2) “AS TRÊS CAUSAS PRINCIPAIS DAS DOENÇAS”, extraído da REVISTA ESPÍRITA, de 1867 (ANO X), Fevereiro, no item: “DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS”, consta a mensagem do Espírito Dr. Morel Lavallée, com data de 25/10/1866, pelo Médium: Sr. Desliens.
O artigo “AS TRÊS CAUSAS PRINCIPAIS DAS DOENÇAS, nos ensina:
O que é o homem?…
Um composto de três princípios essenciais: o Espírito, o perispírito e o corpo. (…) Se, pois, temos três princípios frente a frente, esses três princípios devem reagir um sobre o outro, e seguir-se-á a saúde ou a doença, conforme haja entre eles harmonia perfeita ou discordância parcial.
Se a doença ou a desordem orgânica, como se queira chamar, procede do corpo, os medicamentos materiais, sabiamente empregados, bastarão para restabelecer a harmonia geral.
Sobre Doença que procede do corpo:“As doenças físicas são distúrbios provocados por algum acidente, excesso de esforço ou exagero alimentar, entre outros, que fazem um ou mais órgãos não funcionarem como deveriam, criando uma indisposição orgânica.” – extraído do Artigo intitulado: “AS CAUSAS DAS DOENÇAS – VISÃO ESPÍRITA”, FONTE: Revista Cristã de Espiritismo. |
Se a perturbação vier do perispírito, se for uma modificação do princípio fluídico que o compõe, que se ache alterado, será preciso uma medicação em relação com a natureza do órgão perturbado, para que as funções possam retomar seu estado normal.
Sobre Doença que procede do perispírito: “são aquelas provenientes de nossas vibrações. O acúmulo de energias nocivas em nosso perispírito gera a autointoxicação fluídica. Quando estas energias descem para o organismo físico, criam um campo energético propício para a instalação de doenças que afetam todos os órgãos vitais, como coração, fígado, pulmões, estômago etc., arrastando um corolário (sequência) de sofrimentos.
As energias nocivas que provocam as doenças espirituais podem ser oriundas de reencarnações anteriores, que se mantém no perispírito enfermo enquanto não são drenadas. Em cada reencarnação, já ao nascer ou até mesmo na vida intra-uterina, podemos trazer os efeitos das energias nocivas presentes em nosso perispírito, que se agravam à medida que acumulamos mais energia negativa na reencarnação atual. Enquanto persistirem as energias nocivas no perispírito, a cura não se completará.” – extraído do Artigo intitulado: “AS CAUSAS DAS DOENÇAS – VISÃO ESPÍRITA”, FONTE: Revista Cristã de Espiritismo. |
Se a doença proceder do Espírito, não se poderá empregar, para a combater, outra coisa senão uma medicação espiritual.
Sobre Doença que procede do Espírito: “são aquelas que chegam por meio de uma sintonia com fluidos negativos. O que uma criatura colérica vibrando sempre maldades e pestilências pode atrair senão as mesmas coisas? Essa atração gera uma simbiose (associação) energética que, pela via fluídica, causa a percepção da doença que está afetando o organismo do espírito que está imantado energeticamente na pessoa, provocando a sensação de que a doença está nela, pois passa a sentir todos os sintomas que o espírito sente. Aí, a pessoa vai ao médico e este nada encontra.
André Luiz afirma que se a mente encarnada não conseguiu ainda disciplinar e dominar suas emoções e alimenta paixões (ódio, inveja, ideias de vingança), ela entrará em sintonia com os irmãos do plano espiritual, que emitirão fluidos maléficos para impregnar o perispírito do encarnado, intoxicando-o com essas emissões mentais e podendo levá-lo até à doença.” – extraído do Artigo intitulado: “AS CAUSAS DAS DOENÇAS – VISÃO ESPÍRITA”, FONTE: Revista Cristã de Espiritismo. |
Se, enfim, como é o caso mais geral, se a doença procede do corpo, do perispírito e do Espírito, será preciso que a medicação combata ao mesmo tempo todas as causas da desordem por meios diversos, para obter a cura.
Ora, que fazem geralmente os médicos?
Cuidam do corpo e o curam; mas curam a doença? Não.
Por quê?
Cuidando do corpo, destruireis o efeito; contudo, residindo a causa no perispírito, a doença voltará novamente quando os cuidados cessarem, até que se perceba que é preciso tratar fluidicamente o princípio fluídico mórbido.
Se, enfim, a doença procede da mente, do Espírito, o perispírito e o corpo, postos sob sua dependência, serão entravados em suas funções, e nem será cuidando de um nem de outro que se fará desaparecer a causa.
(…)
Para destruir uma causa mórbida, deve-se combatê-la em seu terreno.
III. – DAS PREDISPOSIÇÕES MÓRBIDAS
O livro “EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS”, de Autoria do Espírito ANDRÉ LUIZ, psicografia Chico Xavier e Waldo Vieira, na 2ª. Parte, Capítulo 19, intitulado PREDISPOSIÇÕES MÓRBIDAS, nos ensina que:
“—Como apreendermos a existência das predisposições mórbidas do corpo espiritual?
— Não podemos olvidar que a imprudência e o ócio se responsabilizam por múltiplas enfermidades, como sejam os desastres circulatórios provenientes da gula, as infecções tomadas à carência de higiene, os desequilíbrios nervosos nascidos da toxicomania e a exaustão decorrente de excessos vários.
De modo geral, porém, a etiologia (a causa) das moléstias perduráveis, que afligem o corpo físico e o dilaceram, guardam no corpo espiritual as suas causas profundas. A recordação dessa ou daquela falta grave, mormente daquelas que jazem recalcadas no espírito, sem que o desabafo e a corrigenda funcionem por válvulas de alívio às chagas ocultas do arrependimento, cria na mente um estado anômalo que podemos classificar de “zona de remorso”, em torno da qual a onda viva e contínua do pensamento passa a enovelarse (enrolar-se) em circuito fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na parte do veículo fisiopsicossomático (no corpo físico e no corpo espiritual ou perispírito) ligada à lembrança das pessoas e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria.
Estabelecida a ideia fixa sobre esse “nódulo de forças mentais desequilibradas”, é indispensável que acontecimentos reparadores se nos contraponham ao modo enfermiço de ser, para que nos sintamos exonerados desse ou daquele fardo íntimo, ou exatamente redimidos perante a Lei.
Essas enquistações de energias profundas, no imo de nossa alma, expressando as chamadas dívidas cármicas, por se filiarem a causas infelizes que nós mesmos plasmamos na senda do destino, são perfeitamente transferíveis de uma existência para outra.
Isso porque, se nos comprometemos diante da Lei Divina em qualquer idade da nossa vida responsável, é lógico venhamos a resgatar as nossas obrigações em qualquer tempo, dentro das mesmas circunstâncias nas quais patrocinamos a ofensa em prejuízo dos outros.
É assim que o remorso provoca distonias diversas em nossas forças recônditas, desarticulando as sinergias do corpo espiritual, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade, entendendose, ainda, que essas desarmonias são, algumas vezes, singularmente agravadas pelo assédio vindicativo dos seres a quem ferimos, quando imanizados a nós em processos de obsessão.
Todavia, ainda mesmo quando sejamos perdoados pelas vítimas de nossa insânia, detemos conosco os resíduos mentais da culpa, qual depósito de lodo no fundo de calma piscina, e que, um dia, virão à tona de nossa existência, para a necessária expunção (eliminação), à medida que se nos acentue o devotamento à higiene moral.”
O Livro “EVOLUÇÃO PARA O TERCEIRO MILÊNIO”, de Carlos Toledo Rizzini, na Parte II, chamada “FUNDAMENTOS DO ESPIRITISMO”, Capítulo 5, denominado “DESEQUILÍBRIOS (ENFERMIDADES)”, item 17: “MOLÉSTIAS ORGÂNICAS”, nos fala sobre 5 (cinco) condições que trazem a enfermidade:
1- COMPORTAMENTO DESREGRADO DO INDIVÍDUO:
“Compreendemos que os desequilíbrios ou enfermidades do Espírito têm início com os abusos e afastamentos da Lei Divina”.
O livro “LEIS DE AMOR”, de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier / Waldo Vieira, no Capítulo 1, intitulado “Causas espirituais das doenças”, nos ensina que:
12 — A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? (…) A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos. (…) são as criaturas que geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas. |
2- LESÕES NO CORPO ESPIRITUAL:
“A prática do mal, a repetição de abusos, as acumulações de erros, os vícios, enfraquecem os centros de força do perispírito e geram lesões nele, que é sensível ao estado moral do Espírito.
(…) enquanto não houver reparação das condutas malfazejas e mudança nas inclinações, as lesões do corpo espiritual serão transferidas para o corpo material, que renascerá doente de mil maneiras diferentes.
(…) Temos ai moléstias orgânicas originárias de lesões perispirituais que surgiram de erros e abusos anteriores. Se o sujeito ingeriu veneno por sua deliberação, renascerá com a garganta pouco resistente a germes ou com o estômago lesado; se deu um tiro no coração voltará atacado de uma cardiopatia congênita; se usou a inteligência como astúcia para aproveitar de outros, virá a ser débil mental ou padecerá de hidrocefalia; se foi dado à maledicência ou calúnia, terá, mais tarde, a língua maior do que a boca. E assim por diante.”
O livro “LEIS DE AMOR”, de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier / Waldo Vieira, no Capítulo 1, intitulado “Causas espirituais das doenças”, nos ensina que:
1 — O que estrutura espiritualmente o corpo de carne? O corpo espiritual ou perispírito é o corpo básico, constituído de matéria sutil, sobre o qual se organiza o corpo de carne. 2 — O erro de uma encarnação passada pode influir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo? (…) Havendo o Espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido. |
3- DOENÇAS EXPIATÓRIAS:
“Existem as doenças expiatórias, impostas ao reencarnante como indispensáveis a resgates necessários. É claro que nos exemplos acima temos também expiações… Mas neles, o indivíduo lesou a si mesmo e a moléstia é uma expressão da lesão do perispírito.
Veja isto, leitor. Um indivíduo matou outro, como espírito, lutou ativamente pela própria regeneração e alcançou grandes méritos na prática do bem. Ao voltar ao mundo, recebe um coração defeituoso (que não tinha) para expiar o crime.
Outro levou alguém à tuberculose, fazendo-o expor-se continuamente a condições adversas, ao renascer, recebe pulmões sem resistência ao bacilo de Koch.”
O livro “LEIS DE AMOR”, de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier / Waldo Vieira, no Capítulo 1, intitulado “Causas espirituais das doenças”, nos ensina que:
11 — Quais são os casos mais comuns de doenças compulsórias impostas pela Lei Divina? Encontramos numerosos casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da cegueira ou da paralisia irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, se mostram na condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses companheiros, em transitórias, mas duras dificuldades, renascem na companhia daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se acumpliciaram com eles na prática das ações reprováveis em que delinquiram. |
4- RESTRIÇÕES PEDIDAS:
“Importante é o que André Luiz denomina restrições pedidas.
São defeitos ou inibições funcionais que limitam atividades abusivas do organismo.
Antes de encarnar, prevendo sua queda num setor onde isso já ocorreu antes, o espírito solicita que certos órgãos ou funções sejam um tanto defeituosos, de modo a funcionarem em ritmo reduzido.
Na carne, por mais que o sujeito queira exagerar no uso para obter prazer ou se lançar à prática do mal, não o consegue. E nada neste mundo livra-o da inibição solicitada…
É natural que o comilão peça um estômago delicado ou lento, um intestino facilmente desarranjável, que o leve a limitar a ingestão de alimentos e bebidas.
Que o fascinador queira, agora, ter feições mais grosseiras, que a ninguém venha atrair.
Que aquele que se deixou levar pela intriga prefira voltar surdo; que o caluniador peça a mudez.”
O livro “LEIS DE AMOR”, de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier / Waldo Vieira, no Capítulo 1, intitulado “Causas espirituais das doenças”, nos ensina que:
5 — O que faz o Espírito antes de reencarnar-se visando à própria melhoria? Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos. O livro “MISSIONÁRIOS DA LUZ”, André Luiz, psicografia de Chico Xavier, nos ensina que o perispírito é organização viva que molda as células materiais, no Cap. 12: PREPARAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS, e nos conta sobre: – o Silvério que estava prestes a reencarnar e aceitou resignado uma existência com duração de cerca de 70 anos, com lesão na perna como “antídoto à vaidade”; – Uma mulher que pediu a Manassés (que era um auxiliar no Planejamento de Reencarnações), uma interferência na programação de seu corpo físico. Ela lhe mostrou um pequeno mapa, onde se via desenhado com extrema perfeição um organismo de mulher com linhas impecáveis para a forma física e pediu modificação, para ter problema na tireóide, pois preferia a fealdade (feiura) corpórea, para fugir de qualquer possibilidade de queda, já que a beleza física lhe perturbaria as atividades, visando, assim, probabilidades de êxito na tarefa que se propôs a desempenhar. |
5- DOENÇAS GERADAS PELO CONTATO E SINTONIA COM ESPÍRITOS PERTURBADOS
“Uma última eventualidade, menos frequente, é a doença gerada pelo contato íntimo com um espírito perturbado, geralmente inconsciente do seu estado, cujo perispírito conteria lesões oriundas da vida material.
Estabelecida a sintonia, as sensações mórbidas transmitem-se ao encarnado, que passa a sentir-se enfermo sem o estar.
É o caso da moça que um dia começou a cair facilmente; uma vidente percebeu sobre os ombros dela um espírito montado, o qual, incorporado, revelou ser o pai dela e não ter consciência da situação. Ora, o velho sofria de forte artrite nos joelhos e não podia andar; doutrinado, acabou deixando a filha livre.
Ou do indivíduo que entra a tossir, a escarrar, a ter febrícula à tarde, como se estivesse tuberculoso; quem o está fazendo sentir-se doente é o espírito que se lhe aderiu à aura, e que morreu naquele estado, conservando as sensações doentias e transferindo-as ao encarnado que está sintonizado com a vibração dele. Foi o que Inácio Ferreira denominou intoxicação fluídica, em sua obra pioneira.
(…)
Nos casos em que o obsessor, movido por ódio intenso, envia descargas fluídicas constantes sobre a vítima, produzindo uma doença sem base física no próprio doente, Manoel P. de Miranda (nos Bastidores da Obsessão, FEB, 1970) dá o nome de moléstia-simulacro a tal estado mórbido.
É assim que uma pessoa “fica” leprosa e é internada em leprosário por apenas apresentar a aparência de hanseniana; bom meio de isolar alguém e levá-lo ao suicídio… A vítima, estando sintonizada pela culpa do agressor e tendo a mente preparada pela hipnose, seguindo o desejo do obsessor, pode exibir os sinais da morféia (doença cutânea). Ai, o tratamento é espiritual, mediante a transformação íntima de ambos.
(…)
Em síntese, a enfermidade é produto derivado das violações que conscientemente praticamos ao escolher o caminho do mal de maneira voluntária. Hoje, temos que enfrentar as consequências disso, isto é, o sofrimento. Este representa, ao mesmo tempo, a expiação e o tratamento, porquanto, tem função medicinal por servir ao reajustamento do espírito culpado, logo, doente.
O Livro: “A GÊNESE”, de Allan Kardec, no CAP. XV – Os Milagres do Evangelho, item 19, narra sobre a CURA DA MULHER CURVADA (Lucas 13:10-18)
19 — Todos os dias de sábado Jesus ensinava numa sinagoga. Um dia, viu ali uma mulher possuída de um Espírito que a punha doente, havia dezoito anos; era tão curvada, que não podia olhar para cima. Vendo-a, Jesus a chamou e lhe disse: mulher, estás livre da tua enfermidade. Impôs-lhe ao mesmo tempo as mãos e ela, endireitando-se, rendeu graças a Deus. Mas, o chefe da sinagoga, indignado por haver Jesus feito uma cura em dia de sábado, disse ao povo: Há seis dias destinados ao trabalho; vinde nesses dias para serdes curados e não nos dias de sábado. O Senhor, tomando a palavra, disse-lhe: Hipócrita, qual de vós não solta da carga o seu boi ou seu jumento em dia de sábado e não o leva a beber? Por que então não se deveria libertar, em dia de sábado, dos laços que a prendiam, esta filha de Abraão, que Satanás conservara atada durante dezoito anos? A estas palavras, todos os seus adversários ficaram confusos e todo o povo encantado de vê-lo praticar tantas ações gloriosas. (São Lucas, Cap. XIII, vv. 10 a 17) 20 — Este fato prova que naquela época a maior parte das enfermidades era atribuída ao demônio e que todos confundiam, como ainda hoje, os possessos com os doentes, mas em sentido inverso, isto é, hoje, os que não acreditam nos maus Espíritos confundem as obsessões com as moléstias patológicas. |
- – DAS CURAS
No livro “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, de Allan Kardec, no Cap. VIII: BEM AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO, item 20, “BEM AVENTURADOS OS QUE TÊM OS OLHOS FECHADOS”, Vianney, o Cura de Ars, foi evocado e deu uma comunicação a respeito de uma moça cega, e nos ensinou:
“Meus bons amigos, para que me chamastes? Terá sido para que eu imponha as mãos sobre a pobre sofredora que está aqui e a cure? Ah! Que sofrimento, bom Deus! Ela perdeu a vista e as trevas a envolveram. Pobre filha! Que ore e espere. Eu não sei fazer milagres, eu, sem a vontade do bom Deus. Todas as curas que obtive, e que conheceis, não as atribuais senão àquele que é o Pai de todos nós. Nas vossas aflições, voltai sempre os vossos olhos para o céu e dizei do fundo do coração: ‘Meu Pai, cura-me, mas faze que minha alma enferma se cure antes que o meu corpo; que a minha carne seja castigada, se necessário, para que minha alma se eleve ao teu seio, com a brancura que possuía quando a criaste.’ Após essa prece, meus amigos, que o bom Deus sempre ouvirá, a força e a coragem vos serão dadas e, quiçá, também a cura que apenas timidamente pedistes, em recompensa da vossa abnegação. Contudo, uma vez que aqui me acho, numa assembleia onde principalmente se trata de estudos, dir-vos-ei que os que são privados da vista deveriam considerar-se os bem-aventurados da expiação.
(…)
- Nota (…) “Quem matou à espada, pela espada perecerá”, palavras que se podem traduzir assim: “A criatura é sempre punida por aquilo em que pecou.” Se, portanto, alguém sofre o tormento da perda da vista, é que esta lhe foi causa de queda. Talvez tenha sido também causa de que outro perdesse a vista; de que alguém haja perdido a vista em consequência do excesso de trabalho que aquele lhe impôs, ou de maus-tratos, de falta de cuidados etc. Nesse caso, passa ele pela pena de talião. É possível que ele próprio, tomado de arrependimento, haja escolhido essa expiação, aplicando a si estas palavras de Jesus: “Se o teu olho for motivo de escândalo, arranca-o.”
O livro “A GÊNESE”, de Allan Kardec,Cap. XIII: CARACTERES DOS MILAGRES, item 15, “DEUS FAZ MILAGRES?”, nos ensina que: “(…) os milagres não são necessários para a glória de Deus, nada no Universo se afasta das leis gerais. Deus não faz milagres, porque, sendo suas leis perfeitas, Ele não tem necessidade de derrogá-las (cancelá-las, anulá-las). Se há fatos que não compreendemos, é que ainda nos faltam os conhecimentos necessários.”
IV.I. – DA DEMONSTRAÇÃO DE COMO SE PROCESSA A CURA NA VISÃO ESPÍRITA.
No livro “A GÊNESE”, de Allan Kardec, no Cap. XIV: OS FLUÍDOS, item 31, “CURAS”, tem-se a seguinte explicação sobre as curas:
“CURAS
- Como temos visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele. Pela identidade da sua natureza, condensado no perispírito, esse fluido pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico.
A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. Portanto, o poder curativo estará na proporção direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido.
Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são como substâncias medicamentosas alteradas.
- De acordo com as circunstâncias, os efeitos da ação fluídica sobre os doentes são extremamente variados.
Algumas vezes é lenta e pede tratamento prolongado — como no magnetismo comum; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas em alguns doentes por meio apenas da imposição das mãos, ou até exclusivamente por ato da vontade. Entre os dois polos extremos dessa habilidade há infinitos graus. Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação.
O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha proporcional à sua qualidade e a circunstâncias especiais.
- A ação magnética pode ser produzida de muitas maneiras:
1º. Pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha ligada à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;
2º. Pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para curá-lo ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;
Comentário: Na Revista Espírita de 1865, Ano VIII, Abril – Artigo: “Poder curativo do magnetismo espiritual”, Kardec nos conta um caso de cura por meio do magnetismo espiritual, apenas pela ação fluídica, operada pelo Espírito Dr. Demeure, quando a notícia de sua morte ainda não era conhecida dos amigos da Cidade de Montauban, na França. O Espírito Dr. Demeure empreendeu diretamente a cura da “Sra. G.”, médium vidente, de uma entorse de que sofria cruelmente, por meio do magnetismo espiritual, apenas pela ação fluídica. A cura se deu na seguinte forma, no dia 10 de fevereiro de 1865, quando estavam reunidos na reunião de trabalhos espíritas, tão logo a “Sra. G.” caiu em sonambulismo, a dama soltou gritos lancinantes, mostrando o pé. Eis o que se passava: A “Sra. G.” via um Espírito curvado sobre sua perna, mas sua fisionomia ficava oculta; realizava fricções e massagens, absolutamente como teria feito um médico. A manobra era tão dolorosa que a paciente por vezes vociferava e fazia movimentos desordenados. Mas a crise não durou muito; ao cabo de dez minutos toda a marca de entorse havia desaparecido, não mais edema, o pé havia recobrado sua aparência normal. A “Sra. G.” estava curada.
A cura realizada em dez minutos, pelo fluido espiritual, é considerada por Kardec, na Revista Espírita, como instantânea |
3º. Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o auxílio dos Espíritos é bastante espontâneo, porém, muitas vezes provocado por um apelo do magnetizador.
- A aptidão de curar pela influência fluídica é muito comum e pode ser desenvolvido por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo deve ser considerado excepcional. No entanto, em épocas diversas e no meio de quase todos os povos surgiram indivíduos que a possuíam em grau eminente. Nestes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis, cuja autenticidade não sofre contestação.
Uma vez que as curas desse gênero pertencem a um princípio natural e que o poder de operá-las não é privilégio, o que se segue é que elas não se operam fora da Natureza e que só são miraculosas na aparência.”
- II. – DAS CURAS POR JESUS CRISTO
No ANTIGO TESTAMENTO, em Isaías, 53:3-4, Isaías escreveu sobre Jesus (750 anos antes de Jesus), o seguinte:
“Era desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima.
Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si;”
Mateus 8:17: “Ele tomou sobre si nossas enfermidades e levou as nossas doenças.”
No Livro: “A GÊNESE”, de Allan Kardec, no CAP. XV – Os Milagres do Evangelho, item 10, CURAS, “PERDA DE SANGUE, nos narra uma passagem que está no Evangelho de Marcos, 5:25 a 34, a saber:
“CURAS
PERDA DE SANGUE
- Então uma mulher, que há doze anos sofria de uma hemorragia, que havia sofrido muito nas mãos dos médicos e que, tendo gasto todos os seus haveres, não tinha conseguido nenhum alívio, como ouviu falar de Jesus, veio com a multidão atrás dele e lhe tocou as vestes, pois dizia:
“Se eu conseguir ao menos lhe tocar nas vestes, ficarei curada.”
No mesmo instante o seu fluxo sanguíneo cessou e ela sentiu em seu corpo que estava curada daquela enfermidade.
Logo, conhecendo em si mesmo a virtude que havia saído dele, Jesus se voltou no meio da multidão e disse:
“Quem tocou minhas vestes?”
Seus discípulos lhe disseram: “Vês que a multidão te aperta de todos os lados e perguntas quem te tocou?”
Ele olhava em torno de si à procura daquela que o havia tocado.
A mulher, que sabia o que se passava em si, tomada de medo e pavor, lançou-se aos seus pés e lhe declarou toda a verdade.
Disse Jesus a ela:
“Minha filha, tua fé te salvou! Vá em paz e fica curada da tua enfermidade!”
(Marcos, 5:25 a 34).
- Estas palavras “conhecendo em si mesmo a virtude que havia saído dele” são significativas. Expressam o movimento fluídico que se operara de Jesus para a doente; ambos experimentaram a ação que havia acabado de se produzir.
É notável que o efeito não tenha sido provocado por nenhum ato da vontade de Jesus; não houve magnetização, nem imposição das mãos. Bastou a irradiação fluídica normal para realizar a cura.
Mas, por que essa irradiação se dirigiu para aquela mulher e não para outras pessoas, uma vez que Jesus não pensava nela e estava cercado de uma multidão?
É bem simples a razão: o fluido — que é considerado como matéria terapêutica — tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode então ser dirigido sobre a enfermidade tanto pela vontade do curador como atraído pelo desejo ardente, pela confiança, em resumo, pela fé do doente.
Com relação à corrente fluídica, o primeiro age como uma bomba emissora e o segundo como uma bomba aspirante. Algumas vezes, é necessária a simultaneidade das duas ações; doutras, basta uma só.
O segundo caso foi o que ocorreu na circunstância de que tratamos. Eis a razão de Jesus dizer: Tua fé te salvou. Compreendemos que a fé a que Ele se referia não é uma virtude mística — igual a que muitas pessoas entendem —, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação.
Assim sendo, também compreendemos que, apresentando-se ao curador dois doentes da mesma enfermidade, possa um ser curado e outro não. É este um dos mais importantes princípios da mediunidade curadora e que explica certas anomalias aparentes, apontando-lhes uma causa muito natural (Cap. XIV, nº 31, 32 e 33).”
Continuando no Livro: “A GÊNESE”, de Allan Kardec, no CAP. XV – Os Milagres do Evangelho, itens 12 e 16, nos narram a CURA DO CEGO DE BETSAIDA (Marcos, 8:22-26), a CURA DO PARALÍTICO (Mateus 9:1-8), e a CURA DOS DEZ LEPROSOS (Lucas 17:11-19), a saber:
O CEGO DE BETSAIDA
12 — “Tendo chegado a Betsaida, trouxeram-lhe um cego e lhe pediam que o tocasse.
Tomando o cego pela mão o levou para fora da aldeia, passou-lhe saliva nos olhos e, havendo-lhe imposto as mãos, lhe perguntou se via alguma coisa. O homem, olhando, disse: Vejo a andar homens que me parecem árvores. Jesus lhe colocou de novo as mãos sobre os olhos e ele começou a ver melhor. Afinal ficou tão perfeitamente curado, que via distintamente todas as coisas.
Ele o mandou em seguida para sua casa, e lhe disse: Vai para tua casa; e se entrares na aldeia, não digas a ninguém o que se deu contigo.” (São Marcos, Cap. VIII, v. 22 a 26)
13 — Aqui, é evidente o efeito magnético; a cura não foi instantânea, porém gradual e consequente a uma ação prolongada e reiterada, se bem que mais rápida do que na magnetização ordinária. A primeira sensação que o homem teve foi exatamente a que experimentam os cegos ao recobrarem a vista. Por um efeito de ótica, os objetos lhes parecem de tamanho exagerado.
Comentário: A estratégia terapêutica utilizada por Jesus estabeleceu que, de imediato, era necessário afastar o cego da influência negativa do ambiente psíquico em que se encontrava mergulhado, por este motivo “levou-o para fora da aldeia”, dando condições ao seu Espírito de acessar outro campo de vibrações, de valores substancialmente diferentes, favoráveis à neutralização do mal.
Jesus promove a renovação mental do cego quando, conduzindo-o “para fora da aldeia”, desvincula-o dos elementos perturbadores que lhe alimentava a enfermidade. Os recursos terapêuticos utilizados pelo Mestre estão representados nos fluidos ou energias magnético-espirituais, presentes na sua saliva e nos seus fluidos magnéticos. A cura se operou pela substituição da molécula malsã pela molécula sã. Jesus utilizou dois recursos terapêuticos na cura do cego: a saliva e a imposição de mãos (passe). E quando Jesus mandou-o para sua casa, significa dizer que a saúde estaria garantida se o atendido guardasse a devida vigilância da sua casa mental, mantendo-se harmonizado no bem e afastado do foco dos antigos problemas. Irmão X (Humberto de Campos), no livro CONTOS E APÓLOGOS, psicografia Chico Xavier, no Capítulo 6, nos diz: Aliviemos a dor, mas não nos esqueçamos de que o sofrimento é criação do próprio homem, ajudando-o a se esclarecer para a vida mais alta. |
O PARALÍTICO
14 — Tendo subido para uma barca, Jesus atravessou o lago e veio à sua cidade (Cafarnaum). Como lhe apresentassem um paralítico deitado em seu leito, Jesus, notando-lhe a fé, disse ao paralítico: Meu filho, tende confiança,vossos pecados vos serão perdoados.
Logo alguns escribas disseram entre si: Este homem blasfema. Jesus, tendo percebido o que eles pensavam, perguntou-lhes: Por que alimentais maus pensamentos em vossos corações? Pois, que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda? — Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na Terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te, disse então ao paralítico, toma o teu leito e vai para tua casa.
O paralítico se levantou imediatamente e foi para sua casa. Vendo aquele milagre, o povo se encheu de temor e rendeu graças a Deus, por haver concedido tal poder aos homens. (São Mateus, Cap. IX, v. 1 a 8)
15 — Que significariam aquelas palavras: “Teus pecados te são perdoados,” e em que podiam elas influir para a cura? O Espiritismo lhes dá a explicação, como a uma infinidade de outras palavras incompreendidas até hoje; por meio da pluralidade das existências, ele ensina que os males e aflições da vida são muitas vezes expiações do passado, bem como que sofremos na vida presente as consequências das faltas que cometemos em existência anterior e, assim, até que tenhamos pago a dívida de nossas imperfeições, pois que as existências são solidárias umas com as outras.
Se, portanto, a enfermidade daquele homem era uma expiação do mal que ele praticara, ao dizer-lhe Jesus: “Teus pecados te são perdoados,” equivalia a dizer-lhe: “Pagaste a tua dívida; a fé que agora possuis remiu a causa da tua enfermidade; conseguintemente, mereces ficar livre dela.” Daí o haver dito aos escribas: “Tão fácil é dizer: Teus pecados te são perdoados, como: Levanta-te e anda.” Cessada a causa, o efeito tem que cessar. É precisamente o caso do encarcerado a quem se declara: “Teu crime está expiado e perdoado,” o que equivaleria a se lhe dizer: “Podes sair da prisão.”
Comentário: “Teus pecados te são perdoados” indica o término da expiação do doente |
O livro “O EVANGELHO DOS HUMILDES”, de Eliseu Rigonatti, no Capítulo 9:O paralítico de Cafarnaum, nos ensina o seguinte a respeito do paralítico de Cafarnaum:
“(…) era um Espírito em expiação. Num corpo entrevado, resgatava os erros do passado. O sofrimento resignado lhe abrira o coração para o amor e despertara-lhe o desejo de viver nobremente. E por fim, desenvolveu em seu íntimo a fé na bondade divina.”
O livro “PÁGINAS DE ESPIRITISMO CRISTÃO”, de RODOLFO CALLIGARIS, no Capítulo 47: O paralítico de Cafarnaum, nos explica que:
“(…) ao dizer: “Filho, teus pecados te são perdoados.”
Essas palavras nos fazem compreender claramente que a causa das enfermidades que tanto nos martirizam são os nossos pecados, isto é, os desregramentos, os excessos ou o mau uso das forças e faculdades que a Vida nos concede.
Se esses pecados não foram cometidos na mesma encarnação, certamente o foram em outra ou outras anteriores, (…). E sofrendo os maus resultados de tais abusos que vamos aprendendo a conduzir-nos com acerto: não mais permitindo que este ou aquele órgão venha a constituir-se para nós em novas causas de escândalo (Mateus 5:29-30); ou seja, de quedas e desvios morais.
Jesus, que penetrava o íntimo das criaturas (como provou ao revelar o que os escribas ali presentes pensavam a seu respeito), percebeu que o paralítico havia sofrido o suficiente para aproveitar a lição, e posto que a Justiça Divina o que visa é corrigir os que erram, e não apenas castigá-los, não hesitou em beneficiá-lo coma cura.
Não faltava a Jesus autoridade para agir da forma como agiu, em favor daquele homem, porque, conhecendo qual a vontade do Pai em relação a cada um de nós, e sendo o governador espiritual da Humanidade terrena, podia, como pode, libertar-nos de toda e qualquer provação, desde que note termos adquirido méritos para isso.”
OS DEZ LEPROSOS
16 — Um dia, indo ele para Jerusalém, passava pelos confins da Samaria e da Galileia e, estando prestes a entrar numa aldeia, dez leprosos vieram ao seu encontro e, conservando-se afastados, clamaram em altas vozes: Jesus, Senhor nosso, tem piedade de nós. Dando com eles, disse-lhes Jesus: Ide mostrar-vos aos sacerdotes. Quando iam a caminho, ficaram curados.
Um deles, vendo-se curado, voltou sobre seus passos, glorificando a Deus em altas vozes; e foi lançar-se aos pés de Jesus, com o rosto em terra, a lhe render graças. Esse era samaritano.
Disse então Jesus: Não foram curados todos dez? Onde estão os outros nove? Nenhum deles houve que voltasse e glorificasse a Deus, a não ser este estrangeiro? E disse a esse: Levanta-te; vai; tua fé te salvou. (São Lucas, Cap. XVII, vv. 11 a 19)
17 — Os samaritanos eram cismáticos, mais ou menos como os protestantes com relação aos católicos, e os judeus os tinham em desprezo, como heréticos (indivíduo que se opõe aos dogmas estabelecidos pela igreja). Curando indistintamente os judeus e os samaritanos, dava Jesus, ao mesmo tempo, uma lição e um exemplo de tolerância; e fazendo ressaltar que só o samaritano voltara a glorificar a Deus, mostrava que havia nele maior soma de verdadeira fé e de reconhecimento, do que nos que se diziam ortodoxos (concorde com as leis que a Igreja considera verdadeiras).
Acrescentando: “Tua fé te salvou,” fez ver que Deus considera o que há no âmago do coração e não a forma exterior da adoração. Entretanto, também os outros tinham sido curados. Fora mister que tal se verificasse, para que ele pudesse dar a lição que tinha em vista e tornar-lhes evidente a ingratidão. Quem sabe, porém, o que daí lhes haja resultado; quem sabe se eles terão se beneficiado da graça que lhes foi concedida? Dizendo ao samaritano: “Tua fé te salvou,” dá Jesus a entender que o mesmo não aconteceu aos outros.
O livro “PÃO NOSSO”, de Autoria de EMMANUEL, psicografia de Chico Xavier, no Capítulo 44: CURAS, ao comentar o Evangelho – Lucas 10:9: “E curai os enfermos que nela houver e dizeilhes: É chegado a vós o reino de Deus”, nos ensina que:
“(…) Não nos interessa apenas a regeneração do veículo em que nos expressamos, mas, acima de tudo, o corretivo espiritual. Que o homem comum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível que entenda o valor da saúde.
Existe, porém, tanta dificuldade para compreendermos a lição oculta da moléstia no corpo, quanta se verifica em assimilarmos o apelo ao trabalho santificante que nos é endereçado pelo equilíbrio orgânico. Permitiria o Senhor a constituição da harmonia celular apenas para que a vontade viciada viesse golpeála e quebrála em detrimento do espírito?
(…)
Há criaturas doentes que lastimam a retenção no leito e choram aflitas, não porque desejem renovar concepções acerca dos sagrados fundamentos da vida, mas por se sentirem impossibilitadas de prolongar os próprios desatinos. É sempre útil curar os enfermos, quando haja permissão de ordem superior para isto, contudo, em face de semelhante concessão do Altíssimo, é razoável que o interessado na bênção reconsidere as questões que lhe dizem respeito, compreendendo que raiou para seu espírito um novo dia no caminho redentor.”
A CURA DOS ENDEMONIADOS – BÍBLIA SAGRADA, MATEUS 8:16:“E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos;”
Eliseu Rigonatti, no livro “O EVANGELHO DOS HUMILDES”, no Capítulo 8, subitem: A SOGRA DE PEDRO, nos ensina que: “Os endemoniados aqui referidos eram pessoas obsidiadas; Jesus, com sua palavra, afastava Espíritos obsessores.”
Allan Kardec, no livro “A GÊNESE”, CAP. 15 – Os Milagres do Evangelho, item 35, nos ensina:
“Os obsedados e os possessos parecem ter sido muito numerosos na Judeia, no tempo de Jesus, o que lhe dava oportunidade para curar a muitos.”
O Espírito Dias da Cruz, no Capítulo 34: Parasitose Mental, do livro INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS, psicografia Chico Xavier, nos ensina que:
“É que pelo ímã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, (…) impondo ao veículo orgânico processos patológicos indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte.”
Allan Kardec, no livro “A GÊNESE”, CAP. 15 – Os Milagres do Evangelho, item 27, nos ensina:
“De todos os fatos que dão testemunhos do poder de Jesus, os mais numerosos são, não há contestar, as curas. Queria ele provar dessa forma que o verdadeiro poder é o daquele que faz o bem;”
- – ALGUNS EXEMPLOS DE CURAS DESCRITAS NAS REVISTAS ESPÍRITAS
Eis exemplos de curas relatadas nas REVISTAS ESPÍRITAS:
- a) Cura de uma fratura, pela magnetização espiritual – RE – Setembro de 1865: é o relato do tratamento a que foi submetida a Sra. Maurel, que médium vidente, psicógrafa e sonâmbula, que por causa de uma queda desastrosa quebrou o antebraço, um pouco abaixo do cotovelo. No entanto, sob o cuidado dos Espíritos, principalmente do Dr. Demeure, em oito dias estava curada de uma fratura do antebraço, complicada por distensões no punho e no cotovelo. A cura desta fratura se produziu pela magnetização espiritual praticada pelos bons Espíritos, isto é, pela ação do fluido emanado dos Espíritos.
- b) Cura de uma obsessão – RE – Fevereiro de 1864: Allan Kardec nos conta sobre o relato feito pelo Sr. Dombre, presidente da Sociedade Espírita de Marmande (Cidade Francesa), que lhe falou que com o auxílio dos bons Espíritos, em cinco dias, realizando reuniões de desobsessão todas as noites, livraram de uma obsessão muito violenta e perigosa, com crises de epilepsia, uma mocinha de treze anos, em completo poder de um Espírito maléfico.
- c) O Cura Gassner, médium curador – RE – Novembro de 1867: Kardec nos conta que Gassner curava todas as doenças pela simples aposição das mãos, sem empregar nenhum remédio e sem exigir qualquer retribuição. Os doentes surgiam de toda parte, e em tão grande número que, para se colocar mais em condições de os socorrer, Gassner solicitou e obteve permissão para se ausentar do curato (da paróquia), e foi em várias cidades para curar. Os infelizes lhe faziam cortejo; o corpo médico levantou-se contra ele. Uns proclamavam curas maravilhosas, outros o contestavam. O bispo de Constança (Cidade da Alemanha) o constrangeu a um inquérito, feito pelo diretor do seminário. Gassner declarou jamais ter tido o pensamento de fazer milagres e ter-se limitado a aplicar o poder que a ordenação confere a todos os padres de exorcizar, em nome de Jesus Cristo, os demônios, que são uma das causas mais frequentes de nossas doenças. O bispo não se convenceu e ordenou a Gassner que voltasse ao seu curato (a sua paróquia), mas pouco depois o autorizou a continuar seus exorcismos.
- d) Curas por meio da pomada ditada por um Espírito – RE – Fevereiro de 1863: Kardec conta que recebeu várias cartas que comprovam a excelente aplicação da pomada indicada na Revista Espírita de novembro de 1862. Kardec relata que um oficial de cavalaria lhe informou que o farmacêutico de seu regimento teve o cuidado de prepará-la para os casos muito frequentes de acidentes causados pelos coices dados pelos cavalos. E que outros farmacêuticos fizeram o mesmo em certas cidades.
Na Revista Espírita de novembro de 1862, Allan Kardec publicou a receita ditada pelo Espírito Protetor da Srta. Hermance Dufaux, de uma pomada trazida da América por um tio dela, para chagas ou feridas, e que com sua morte, perdeu-se a receita. A Srta. Dufaux estava afetada de um mal na perna, muito grave e muito antigo, e que havia resistido a todos os tratamentos. Cansada de ter empregado inutilmente tantos remédios, um dia perguntou ao seu Espírito protetor se para ela não haveria cura possível. “Sim”, respondeu ele. “Usa a pomada de teu tio.”, daí ele ditou para ela a receita, a saber:
“Açafrão ……………………………………… 20 centigramas.
Cominho …………………………………….. 4 gramas.
Cera amarela …………………………………. 31 a 32 gramas.
Óleo de amêndoas doces ………………………. 1 colher.
Derreter a cera e pôr em seguida o óleo de amêndoas doces; juntar o cominho e o açafrão acondicionados num saquinho de pano e ferver, em fogo brando, durante dez minutos. Para usar, deita-se a pomada num pedaço de pano, aplicando-a sobre a parte doente. Repetir diariamente.”
E a Srta. Dufaux passou a receita para o Kardec, o qual a publicou na Revista Espírita de novembro de 1862.
A Srta. Dufaux seguiu a prescrição e em poucos dias sua perna estava cicatrizada e a pele restaurada. A sua lavadeira também foi curada de mal idêntico. Um operário que se ferira com um fragmento de foice, o qual penetrou profundamente na ferida, produzindo inchaço e supuração (acúmulo de pus), com risco de amputação da perna, com o emprego da pomada o edema desapareceu, cessou a supuração e o pedaço de ferro saiu da ferida. Em oito dias aquele pode caminhar e retornou ao trabalho.
- e) Curas – Carta do Sr. Delanne – RE – Maio de 1865, Allan Kardec conta sobre uma carta enviada pelo Sr. Delanne, onde o mesmo relata várias observações quando de sua visita a Barcelona: a cura completa de uma senhora, atacada por terrível obsessão, que já durava no mínimo quinze anos, bastaram dois meses para obter esse resultado, tanto pela evocação do obsessor, quanto pela influência de preces coletivas e simpáticas. O Sr. Delanne contou, também, sobre um tratamento desobsessivo de um operário chamado Joseph pela evocação do Espírito que o obsidiava há oito anos. Narra, ainda, uma cura instantânea de uma estomatite.
- f) Cura de obsessões – RE – Fevereiro de 1866: Allan Kardec nos conta sobre uma carta que recebeu de Cazères (Cidade da França) onde foi relatado caso de uma jovem de 22 (vinte e dois) anos que tinha perfeita saúde, e que, de repente, foi tomada por um acesso de loucura obsedada. Como era impossível contê-la durante as crises ela foi internada em um hospício. Como ela não melhorava, os seus pais que jamais se haviam ocupado com o Espiritismo, no entanto, por terem ouvido falar da cura espiritual foram procurar os Espíritas de Cazères. Na primeira sessão espírita, os guias disseram que a jovem era subjugada por um Espírito muito rebelde, mas que os médiuns acabariam por reconduzi-lo ao bom caminho, e que a cura resultante seria a prova da verdade dessa afirmação. Em consequência, o médium escreveu aos pais, distantes 35 km da cidade, dizendo que sua filha seria curada e que a cura não demoraria muito, sem, contudo, precisar a época. O Espírito obsessor foi evocado durante oito dias seguidos e com as orientações dadas, mudou suas más disposições, renunciando ao intento de atormentar a moça. Com efeito, a doente ficou curada, como haviam anunciado os guias.
Contou, também, de um caso de um camponês acometido por uma loucura de tal modo furiosa, que perseguia as pessoas a golpes de forcado (utensílio de lavoura, com formato de garfo), para as matar, e que, em falta de pessoas, atacava as aves domésticas. Corria incessantemente pelos campos e não voltava mais para casa. Tratado à distância pela evocação do Espírito obsessor, evitou-se sua internação em um hospício e bastaram oito dias para o trazer ao estado normal, sem nenhum tratamento físico.
- g) O PRÍNCIPE DE HOHENLOHE MÉDIUM CURADOR – RE – Dezembro de 1866: e Allan Kardec tece comentários sobre artigo escrito pelo Jornal Vérité, de Lyon, de 21 de outubro de 1866, no qual se noticiava sobre as curas de um sacerdote, que era chamado de “Príncipe de Hohenlohe”, tratava-se de um artigo muito instrutivo sobre os médiuns curadores. Kardec comenta que as curas instantâneas ocorridas no ano de 1829, em Wurtzbourg, na Baviera, através do chamado “Príncipe de Hohenlohe”, os fatos se passaram antes que se cogitasse do Espiritismo e dos médiuns, referido sacerdote rogava a Deus a cura em nome de Jesus Cristo:
– a cura pela fé de uma paralisia nas pernas de uma princesa de dezessete anos, Matilde de Schwartzember, em seguida a uma fervorosa prece, em presença e com o auxílio do príncipe de Hohenlohe;
– a cura da surdez da esposa de um ferreiro da Rua Semmels pelo abnegado príncipe católico: “(…) Enquanto ela estava ajoelhada, ele lhe impôs as mãos sobre a cabeça e, tendo orado algum tempo, com os olhos erguidos para o céu, tomou-a pela mão e a levantou. Qual não foi o espanto dos espectadores quando essa mulher, erguendo-se, disse que ouvia o tilintar do relógio da igreja!”
– Relato das outras curas notáveis de paralisias, mudez e outras moléstias inclusive a de uma mulher de Neustadt, paralítica e cega, que foi trazida ao príncipe de Hohenlohe numa charrete. Estava cega há vinte e cinco anos e saiu enxergando.
- h) SIMONET – Médium curador de Bordeaux – RE – Agosto de 1867: Era um homem afável, simples e modesto, que não procurava prevalecer-se de uma faculdade que sabia que lhe podia ser retirada. Era benevolente com os doentes, que encorajava por boas palavras. Tinha tanta solicitude pelo mais miserável quanto pelo mais rico. Não tinha a pretensão de curar todo o mundo; nada prometia; dizia que a cura não dependia dele, mas de Deus, do qual não passava de um instrumento, e cuja assistência devia ser implorada; recomendava a prece e ele próprio orava.
- – MAIS RELATOS DE CURAS DESCRITOS NA LITERATURA ESPÍRITA
Destacamos mais relatos de curas:
- a) Extraídos do livro “QUANDO OS FANTASMAS SE DIVERTEM” de Autoria de Carlos de Brito Imbassahy, no Capítulo 10: “Curandeiro ou Curador”, nos conta sobre o médium JULIO AUGUSTO BOECHAT, que, por volta de 1915, morava na FAZENDA BONSERAT, nos arredores da Cidade de Itaperuna, Estado do RJ, ele era casado com a Dona Amélia, que lhe dera dezessete filhos, eles moravam na “casa grande” e quem lá fosse em busca de qualquer tipo de socorro sempre era ajudado.
A “casa grande” era uma casa de construção antiga, paredes grossas, com dois andares, no térreo, era um verdadeiro hospital gratuito onde os mais vários tipos de doentes eram carinhosamente tratados pela família do “papai” Júlio. O “Seu” Júlio era médium de cura. A casa estava sempre superlotada. Talvez fosse mais fácil uma vaga na Santa Casa de Misericórdia. Obsidiados, subjugados psíquicos e quantos perturbados houvesse, curavam-se instantaneamente só com o leve toque ou a presença do bondoso proprietário da Fazenda Bonserat.
O livro conta que certa vez o “Seu” Júlio recebeu um pedido para ir até o alto da serra para atender um homem, o André, que fora esfaqueado. Ao chegar lá encontrou o esfaqueado, moribundo, de barriga aberta, deitado no chão, jazia em uma poça de sangue; suas vísceras estavam expostas: o estômago inchara e não mais conseguia entrar para o ventre do homem. O lugar era pobre e não havia nenhum recurso que pudesse servir de socorro. Puseram o homem deitado numa esteira, providenciaram águas fervidas, toalhas, e isto era tudo.
“Seu” Júlio lavou cuidadosamente cada parte exposta, eliminando as sujeiras, terras e outras impurezas que se misturavam no meio das vísceras que haviam saído pela abertura do esfaqueamento. Como não houvesse jeito de fazer com que o estômago entrasse, “Seu” Júlio, com o canivete, tratou de abrir um pouco mais a barriga do infeliz até que desse passagem à bolsa terminal do esôfago para o abdômen. Mas, não havia com que fechar a barriga do homem. Então, o “Seu” Júlio pediu a alguém que segurasse aquela barriga aberta, para que as tripas não saiam novamente.
E foi só “Seu” Júlio retirar a mão da parte acidentada e a criatura desatou a gemer convulsivamente. Os dedos do”Seu” Júlio pareciam ter o poder de anestesiar. Então, o “Seu” Júlio arranjou barbante e uma agulha grossa de coser (costurar) sacos. Os presentes estavam apavorados apreciando aquela cena que poderia já ter sido fatal. O “Seu” Júlio, com sua costumeira calma, falou para que todos os presentes firmassem o pensamento em Deus. Deus pode! E coseu (costurou) a barriga na base do barbante e depois untou com óleo de lamparina. A vítima que bebeu um copo de água fluidificada e dormiu. André dormia como que anestesiado em mesa operatória pelo mais violento barbitúrico (anestésico, sedativo). “Seu” Júlio olhou para ele, dormindo, e disse-Ihe:
– André, daqui a oito dias vai lá em casa para eu te ver.
– Mas “Seu” Júlio, ele está dormindo, não o pode ouvir.
Com aquele olhar doce e sereno que espelhava mansidão, “Seu” Júlio limitou-se a sorrir e bondosamente afirmou:- Ele me ouviu.
Oito dias depois o André, já refeito das facadas, apareceu na casa do “Seu” Júlio, como um ressuscitado, e todos foram unânimes em afirmar que não lhe comunicaram absolutamente nada a respeito da recomendação feita.
O livro relata vários outros casos de curas realizadas pelo “Seu” Júlio, médium de cura, que dava água fluída, e se a vítima não estava presente o portador da notícia ingeria o líquido em lugar do paciente, como se fora o próprio, e o efeito era instantâneo (curava a vítima).
O livro relata que o sogro do “Seu” Júlio tinha uma jumentinha de estimação, a qual por causa de uma picada mortal de cobra estava agonizando. Assim, ele foi até a Fazenda Bonserat pedir ao genro que viesse até a sua fazenda para ver se era possível fazer algo para salvar sua jumentinha. O “Seu” Júlio ao ouvir o relato do sogro falou para ele esperar um pouco, deixando o sogro a sós, e daí em instantes voltou com um copo d’água na mão e disse ao sogro que ele bebesse, que a jumentinha ficaria boa. O sogro ficou indignado, pois ele disse que quem precisava de ajuda era a jumentinha, o “Seu” Júlio insistiu que o sogro bebesse, então, indignado, mas atendendo ao apelo de sua filha (esposa do “Seu” Júlio), ele bebeu o copo d’água e foi embora aborrecido. Ao chegar em sua casa, o sogro encontrou sua esposa que o aguardava com muita alegria, perguntando a ele o que o Júlio tinha feito, pois a jumentinha estava inteiramente curada.
Uma tônica de sua mediunidade é que via à distância tudo o que acontecia.
Foi numa noite tranquila que um outro fazendeiro, pai de muitas crianças, acordou com o gemido insistente de um de seus filhos; a criança agonizava: uma cobra entrara no quarto e a picara; os pais ainda viram a serpente esgueirar-se por cima das outras crianças e fugir por baixo da porta do quarto que dava para o pátio.
Como recurso, o pai desesperado atrela o cavalo e ruma para a casa do “Seu” Júlio. Lá chega pela manhã, que o dia na roça se põe cedo; explica o sucedido e pede auxílio.
“Seu” Júlio retira-se para o interior da casa e, passados alguns instantes, em vez de voltar com o tradicional copo d’água, retorna cabisbaixo e muito triste.
– Eu não pude fazer nada! Deus já levou seu filho para seu lado! – Colocou a mão na fronte do homem como que a transmitir-lhe alento naquele instante doloroso.
A confiança que tinham na palavra do grande médium espírita de Bonserat era tamanha que aquele senhor já saiu dali para a casa de funerais a fim de tratar do enterro da criança querida.
De regresso à sua casa encontrou-se com um mensageiro que vinha atônito à sua procura.
– Já sei ! Morreu! “Seu” Júlio me disse…
Toda cura somente ocorre com a permissão de Deus. |
- b) Extraído do livro “INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS”, ditado por Espíritos diversos, psicografia de Chico Xavier, Capítulo 36: “A ORAÇÃO CURATIVA”, ditado pelo Espírito Eustáquio, onde nos fala que em toda parte, vemos enfermidades, aflições, descontentamentos, desarmonias… Tudo é doença do corpo e da alma. E a prece é uma força de recuperação e cura, mas que para tanto, é necessário que todas as atitudes em desacordo com a Lei do Amor sejam extirpadas de nossa existência, para que o Inesgotável Poder penetre através de nossos humildes recursos. Ou seja, nossa mente e nosso coração devem estar desimpedidos de todos os raciocínios e sentimentos que não se harmonizem com os padrões de Nosso Senhor. Alcançado isto, é possível utilizar a oração por medida de reajuste para nós e para os outros, incluindo quantos se encontram perto ou longe de nós. “Ninguém pode calcular no mundo o valor de uma prece nascida do coração humilde e sincero diante do Todo-Misericordioso.” “Trabalhemos, portanto, estendendo a oração curativa.” “Em nome do Evangelho, sirvamos e ajudemos. E que Nosso Senhor Jesus Cristo nos assista e abençoe.”
VII. – DA CONCLUSÃO
JOANNA DE ÂNGELIS no livro “PLENITUDE”, psicografia de Divaldo Pereira Franco, no Capítulo VIII – CAMINHOS PARA A SAÚDE, nos ensina que:
“O sofrimento é via de redenção espiritual, em face do incompleto desenvolvimento moral do indivíduo. Opção pessoal é roteiro destituído de qualquer ação punitiva, educando ou reeducando por meio dos mesmos mecanismos, graças aos quais houve comprometimento, desvio de rota, desrespeito às leis da vida.
A sua presença vige, enquanto se faz necessária a depuração.
As únicas exceções se apresentam nos quadros de iluminação coletiva, quando os missionários do bem e do amor mergulham nas sombras do mundo, a fim de clareá-las com os seus exemplos.
Não mais lhes sendo necessárias as dores físicas e morais, elegem-nas ou aceitam-nas como holocaustos espontâneos, a fim de ensinarem coragem, abnegação e sacrifício aos que estão na retaguarda, comprometidos com a ignorância e a ilusão, a rebeldia e a violência, o egoísmo e a negação do dever, todos eles geradores de sofrimentos, de enfermidades e dores.
A saúde integral, a paz, a alegria interior resultam da lucidez mental, que elege os atos corretos para a existência modeladora da ascensão.
Enquanto não se convençam as criaturas de realizar o equilíbrio, a homeostase (harmonia) ideal entre o psiquismo e o corpo físico, debater-se-ão nas malhas de qualquer tipo de sofrimento.
Advertência ao desvio da linha de harmonia, ele se apresenta em forma de energia comprometida, bloqueada ou desequilibrada, facultando a instalação de doenças, de desares (infortúnios, desgraças), de padecimentos de qualquer natureza.
Certamente, as terapias convencionais ajudam na recuperação da saúde, na sua relativa manutenção. Todavia, somente os fatores internos que respondem pelo comportamento emocional e social podem criar as condições permanentes de bem-estar, erradicando as causas penosas, proporcionando outras novas que compensarão aquelas, (..) promovendo o equilíbrio estrutural do ser.
Jesus sintetizou no amor a força poderosa para a anulação das causas infelizes do sofrimento e para a sua compensação pelo bem.
Allan Kardec, por meio da observância das lições do Evangelho e das diretrizes propostas pelos Espíritos superiores, aludindo a Jesus, apresentou a caridade como sendo a via real para a salvação, para aquisição da saúde integral.
A caridade, que é o amor na sua expressão mais elevada, para ser real exige a iluminação de quem a pratica, facultando-lhe, ao mesmo tempo, um constante aprimoramento de propósitos que induzem à abnegação e à vitória sobre as tendências primitivas, que permanecem dominadoras.
Pelo seu extraordinário conteúdo emocional, a caridade dulcifica aquele que a pratica e abençoa quem recebe, dignificando-o, promovendo-o e ajudando-o a superar-se.
Por isso, verdadeiramente, a sua prática é uma ação de profundidade, que exige requisitos especiais, adquiridos pelo esforço de constante aprimoramento espiritual.
(…)
Operar retamente é técnica de terapia preventiva, quanto curadora para o sofrimento.
Quem não atua errado, não tem necessidade de repetir a experiência, refazer o caminho, ressarcir débitos…
(…)
Quem medita retamente, crê, quer, fala, opera, vive, esforça-se e pensa com retidão, adquire os valores indispensáveis à salvação.
Nesse estágio, a pessoa doa-se e já não mais vive, sendo o “Cristo quem vive” nela.
…Liberta-se, por fim, do sofrimento.”
…………………………………….
Na Bíblia Sagrada, Mateus 10:8, Jesus nos ensinou: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.”
…………………………………….
“Quando a nossa dor não gera novas dores e nossa aflição não cria aflições naqueles que nos rodeiam, nossa dívida está em processo de encerramento” – “AÇÃO E REAÇÃO”, Cap. 17: Dívida Expirante, André Luiz, psicografia Chico Xavier.
FONTES:
– BÍBLIA SAGRADA: Isaías, 53:3-4; Mateus 5:29-30; 8:16-17;9:1-8; 10:8; Marcos 5:25-34;8:22-26; Lucas 10:9;17:11-19;
– OMS –definição de saúde – https://www.portaleducacao.com.br/;
– Artigo “AS CAUSAS DAS DOENÇAS – VISÃO ESPÍRITA”, FONTE: Revista Cristã de Espiritismo, Prof. Ft. Zadro Jornada Monteiro;
– “A GÊNESE”, Allan Kardec, Cap. XIII: CARACTERES DOS MILAGRES, item 15, “DEUS FAZ MILAGRES?”;Cap. XIV: OS FLUÍDOS, item 31, “CURAS”; CAP. XV – Os Milagres do Evangelho,item 10, CURAS: “PERDA DE SANGUE,item 12: O CEGO DE BETSAIDA, item 14: O PARALÍTICO, item 16: OS DEZ LEPROSOS, item 19: A MULHER CURVADA;
– “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, Allan Kardec,Cap. VIII: BEM AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO, item 20, “BEM AVENTURADOS OS QUE TÊM OS OLHOS FECHADOS”;
– “REVISTA ESPÍRITA”, de 1862, Novembro– “Remédio dado pelos Espíritos”;
– “REVISTA ESPÍRITA”, de 1863, Fevereiro– “Cura por um Espírito”;
– “REVISTA ESPÍRITA”, de 1864, Fevereiro –“Cura de uma obsessão”;
– “REVISTA ESPÍRITA”, de 1865, Abril – “Poder curativo do magnetismo espiritual”; Maio – “Manifestações diversas” –“Carta do Sr. Delanne”; Setembro–“Cura de uma fratura pela magnetização espiritual”;
– “REVISTA ESPÍRITA”, de 1866, Fevereiro – “Cura de obsessões”;Dezembro – “O Príncipe de Hohenlohe, Médium Curador”;
– “REVISTA ESPÍRITA”, de 1867, Fevereiro – “Dissertações Espíritas”; Agosto -Simonet, médium curador de Bordeaux; Novembro – “O cura Gassner — Médium curador”;
– “O CONSOLADOR”, de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, questão95;
– “NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE”, Espírito André Luiz, psicografia Chico Xavier, Capítulo 24: LUTA EXPIATÓRIA;
– “VINHA DE LUZ”, de Emmanuel, psicografia Chico Xavier, Capítulo 157: O REMÉDIO SALUTAR;
– “JUSTIÇA DIVINA”, de Emmanuel, psicografia Chico Xavier, no Capítulo 48: DOENÇAS DA ALMA;
– “LEIS DE AMOR”, de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier / Waldo Vieira, Capítulo 1: “Causas espirituais das doenças”;
– “PÃO NOSSO”, de EMMANUEL, psicografia de Chico Xavier, Capítulo 44: CURAS;
– “O SER CONSCIENTE”, de Joanna De Ângelis, psicografia Divaldo Pereira Franco, Segunda Parte: Ser e Pessoa, Capítulo 7: FATORES DE DESEQUILÍBRIO;
– “MISSIONÁRIOS DA LUZ”, André Luiz, psicografia de Chico Xavier, Cap. 12: PREPARAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS;
– “AÇÃO E REAÇÃO”, de ANDRÉ LUIZ, psicografia Chico Xavier,Cap. 17: DÍVIDA EXPIRANTE;
– “EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS”, de ANDRÉ LUIZ, psicografia Chico Xavier e Waldo Vieira, na 2ª. Parte, Capítulo 19, intitulado PREDISPOSIÇÕES MÓRBIDAS;
– “EVOLUÇÃO PARA O TERCEIRO MILÊNIO”, de Carlos Toledo Rizzini, na Parte II: “FUNDAMENTOS DO ESPIRITISMO”, Capítulo 5: “DESEQUILÍBRIOS (ENFERMIDADES)”, item 17: “MOLÉSTIAS ORGÂNICAS”;
– “CONTOS E APÓLOGOS” de Irmão X (Humberto de Campos), psicografia Chico Xavier, Capítulo 6;
– “O EVANGELHO DOS HUMILDES”, de Eliseu Rigonatti, Capítulo 8, subitem: A SOGRA DE PEDRO; Capítulo 9: O PARALÍTICO DE CAFARNAUM;
– “PÁGINAS DE ESPIRITISMO CRISTÃO”, de Rodolfo Calligaris, Capítulo 47: O paralítico de Cafarnaum;
– “INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS”, Espíritos Diversos, psicografia de Chico Xavier, Capítulo 34: Parasitose Mental,do Espírito Dias da Cruz, Capítulo 36: “A Oração Curativa”, do Espírito Eustáquio;
– “QUANDO OS FANTASMAS SE DIVERTEM”, de Autoria de Carlos de Brito Imbassahy, Capítulo 10: “Curandeiro ou Curador”,
– “PLENITUDE”, de Joanna De Ângelis, psicografia Divaldo Pereira Franco, Capítulo VIII – Caminhos para a Saúde.